domingo, 21 de dezembro de 2014
Cuidados especiais garantem o bem estar do rebanho bovino
As boas práticas de manejo são essenciais para garantir as
condições de saúde dos bovinos, e consequentemente a boa qualidade da
carne, produto almejado pelos consumidores do Brasil e do mundo.
Neste contexto, é necessário utilizar as condições adequadas para alcançar o bom desempenho na produção animal: calendário de vacinação em tempo certo, nutrição equilibrada, manejo correto dos animais e ambiente saudável.
A médica veterinária da Seagro – Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, Érika Jardim, explica algumas atitudes para alcançar os melhores resultados para uma produção saudável dos animais. Segundo Érika, atualmente o mercado mundial, anseia em consumir uma carne de qualidade e, as boas práticas na criação dos bovinos garantem ótima saúde dos animais. “É importante que o produtor siga corretamente as fases de criação dos bovinos, seguindo rigorosamente o calendário de vacinação com o uso de técnicas de aplicação corretas, água saudável, boa pastagem, tudo isso contribui para a saúde do animal”, informou.
Érika informa ainda que, entre os diversos aspectos para a saúde animal, está a vacina, um dos fatores determinantes de imunização das doenças. A vacina contra aftosa, por exemplo, o produtor deve seguir algumas técnicas como: trocar a agulha a cada dez animais vacinados e, manter o frasco de vacina numa temperatura entre 2 a 8ºC graus. “As vacinas mais comuns são as da aftosa, raiva e a brucelose. A recomendação da aplicação destas vacinas depende da idade e sexo dos animais, cada idade tem uma recomendação específica, acrescentou”.
Manejo
Outros fatores também influenciam no bem estar animal, as práticas de manejo e o meio ambiente. Entre as práticas adequadas estão: separação dos animais por faixa etária; cuidados especiais com vacas e bezerros; fazer coleta de materiais para realização de alguns exames como brucelose, leptospirose, tuberculose e verminose. Além disso, reservar pastos de boa qualidade para animais logo após a desmama; fazer rotações de cultura, pastagens e de espécies animais; pastagens e nascentes; ter destino adequado de águas servidas e de estercos; evitar áreas alagadiças ou muito úmidas para permanência dos animais; evitar pastos sujos e com presença de plantas tóxicas, entre outros cuidados.
domingo, 14 de dezembro de 2014
Estudo mostra que apenas 40% das pastagens brasileiras são economicamente viáveis
Trabalho também sustenta que a área de pastos é menor do que a registrada nas estatísticas oficiais
Apenas
40% das pastagens brasileiras são economicamente viáveis, de acordo com
estudo realizado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da
Presidência da República em parceria com a Universidade Federal de Goiás
(UFG).
As
melhores pastagens, de acordo com a pesquisa, estão nas áreas de
cerrado dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo. O
chamado Arco do Desmatamento, no norte de Mato Grosso e sul do Pará,
estão pastos de média produtividade. Já as pastagens de baixa produção
espalham-se em faixas por todo o país.
Segundo o coordenador da UFG Laerty Ferreira, os dados da pesquisa são preliminares, mas foram baseados dados de fluxo de água para chegar aos resultados.
No levantamento do tamanho da área de pastagem no Brasil, os números do estudo entram em conflito com as estatísticas oficiais, que mostram 220 milhões de hectares. A pesquisa, no entanto, chegou a uma área de 172 milhões de hectares de pastagem plantada.
– É um numero que a gente acredita que seja consistente. Obviamente, precisa ser validado em campo com um trabalho de mapeamento – diz Ferreira.
Atualmente, a produtividade da pecuária brasileira está em um animal por hectare. Para o coordenador da UFG, se essa média for elevada em 30%, há a possibilidade de liberar 44 milhões de hectares para a agricultura, sem desmatar nada. Ele afirma que pequenas mudanças na lotação da pastagem podem liberar algumas áreas.
A Fundação Gordon Moor, dos Estados Unidos, vai investir mais de um milhão de reais para dar continuidade ao projeto. Nos próximos dois anos, os pesquisadores esperam gerar um mapa das pastagens brasileiras, mostrando onde estão as áreas que precisam de investimento para serem recuperadas.
Segundo o coordenador da UFG Laerty Ferreira, os dados da pesquisa são preliminares, mas foram baseados dados de fluxo de água para chegar aos resultados.
No levantamento do tamanho da área de pastagem no Brasil, os números do estudo entram em conflito com as estatísticas oficiais, que mostram 220 milhões de hectares. A pesquisa, no entanto, chegou a uma área de 172 milhões de hectares de pastagem plantada.
– É um numero que a gente acredita que seja consistente. Obviamente, precisa ser validado em campo com um trabalho de mapeamento – diz Ferreira.
Atualmente, a produtividade da pecuária brasileira está em um animal por hectare. Para o coordenador da UFG, se essa média for elevada em 30%, há a possibilidade de liberar 44 milhões de hectares para a agricultura, sem desmatar nada. Ele afirma que pequenas mudanças na lotação da pastagem podem liberar algumas áreas.
A Fundação Gordon Moor, dos Estados Unidos, vai investir mais de um milhão de reais para dar continuidade ao projeto. Nos próximos dois anos, os pesquisadores esperam gerar um mapa das pastagens brasileiras, mostrando onde estão as áreas que precisam de investimento para serem recuperadas.
Preço da arroba deve cair no início de 2015
Diminuição das exportações para a Rússia e pressão sazonal tendem a baixar o preço do boi gordo
As
oscilações da arroba do boi gordo devem ter uma média de R$ 2,00 até o
fim do ano, aponta o analista de mercado da Informa FNP José Vicente
Ferraz.
O
mercado do boi gordo já iniciou esta semana com leve queda nos
contratos negociados na BM&FBovespa. Por volta das 10h, o vencimento
de dezembro recuava 0,07%, com a arroba cotada a R$ 143,60. Já o
contrato para janeiro de 2015 registrava perda 0,08%, a R$ 141,35 por
arroba. A partir de janeiro, a expectativa do analista é de baixa nas
cotações devido a uma pressão sazonal e ao aumento da oferta. A projeção
de recuo nas exportações também deve contribuir para a queda dos preços
do boi.
– O produtor deve comercializar seus lotes com
tranquilidade até o fim do ano, sem muitas oscilações de preço, mas
programar as vendas do início de 2015 prevendo pressão de baixa –
sugere.
Ferraz destaca que, historicamente, as vendas externas
caem em dezembro e janeiro. No entanto, a recessão do mercado russo,
maior comprador de carne do mundo, pode gerar um impacto global no
comércio bovino em 2015.
– A Rússia deixou a situação mais aguda.
A moeda deles está desvalorizando demais e a importação está ficando
cara. Eles são grandes compradores da carne bovina, de aves e de suínos
do Brasil – pontua.
Segundo ele, a previsão de mais impostos na
economia brasileira é outra variável que colabora para a queda no
consumo interno, o que deve gerar mais recuo nas cotações. A queda no
valor do petróleo também afeta diretamente as exportações.
Rússia
Na
semana passada, o ministro da Economia do país, Alexei Ulyukayev,
alertou que a Rússia deve entrar em recessão no ano que vem e que o
rublo deve permanecer fraco em virtude da queda dos preços do petróleo e
das sanções de países ocidentais. O economista sênior do Australia and
New Zealand Banking Group (ANZ), Paul Deanne, prevê que as importações russas de carne bovina em 2015 caiam ao menor nível em 15 anos.
Assim, cerca de 150 mil toneladas de carne congelada do Brasil e do
Paraguai, previamente destinadas à Rússia, terão que ser escoadas para
outros mercados.
Além disso, de acordo com previsões do
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Brasil e Paraguai
devem aumentar as exportações de carne bovina em 2015 em 220 mil
toneladas, um cenário que deve reduzir os preços do produto. Segundo
Deanne, dois mercados importantes para o Brasil, possivelmente capazes
de absorver maiores volumes de carne, são China e Oriente Médio, que apresentaram rápida expansão da demanda pelo produto da Austrália nos últimos anos.
Mercado doméstico abre semana em queda
De
acordo com a Scot Consultoria, a oferta de animais terminados registrou
melhora nos últimos dias em algumas regiões do país. As escalas de
abate cresceram, gerando recuo no preço da arroba em três praças
pecuárias, das 31 pesquisadas. De maneira geral, no entanto, a oferta
não está abundante. No Sul da Bahia, por exemplo, a semana passada
terminou com alta de R$ 6,00 por arroba. Em São Paulo, seguem ocorrendo
negócios acima da referência. O consumo de carne bovina não evoluiu nos
últimos dias, mesmo com o início de mês, quando a população está mais
capitalizada.
Frente Parlamentar da Agropecuária obtém vitória
O deputado federal Marcos Montes vai solicitar, ao Contran, prorrogação do prazo para emplacar máquinas agrícolas
Atual vice-presidente, a cerca de dois meses de assumir a presidência do colegiado, o deputado federal Marcos Montes (PSD/MG) comemora importante vitória da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) garante que vai solicitar, ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran), a prorrogação do prazo para exigência de registro e emplacamento de máquinas agrícolas.
A decisão foi tomada após o ministro das Cidades, Gilberto Occhi, se reunir com os deputados da Frente e representantes do Denatran e ouvir as queixas do setor no que se refere à Resolução 429 - prevista para entrar em vigor em janeiro de 2015.
Recém-eleito para a gestão 2015/2016, Marcos Montes lembra que ele, pessoalmente, e a FPA, enquanto colegiado, têm sido procurados por produtores de todo o Brasil, pedindo que trabalhem contra a resolução. “Dos menores aos maiores produtores brasileiros, todos entendem que a exigência de registro e emplacamento prejudica o setor”, disse Marcos Montes.
Resolução 429/2013 estabelece critérios para o registro de tratores destinados a puxar ou arrastar maquinaria de qualquer natureza ou a executar trabalhos agrícolas e de construção, de pavimentação ou guindastes.
Hoje, formada por 205 parlamentares (191 deputados federais e 14 senadores), a FPA é considerada uma das mais atuantes e influentes no Congresso Nacional e tem por principais objetivos estimular e ampliar as políticas públicas para o desenvolvimento do agronegócio nacional. Marcos Montes assume a presidência no dia 24 de fevereiro.
domingo, 7 de dezembro de 2014
Como Criar uma Fazenda de Gado
Criado por Ipereira, Jack.aw
Existem muitos motivos pelo qual uma pessoa poderia querer começar
uma criação de gado. Alguns criam várias cabeças para vendê-las,
enquanto que outros preferem o leite desses animais. Alguns preferem
exibir a criação em feiras e em outros eventos locais. Na economia
atual, muitas famílias optam por criar gado para o uso pessoal.
Independente de sua escolha, há algumas orientações básicas referentes à
criação; desde a compra da terra até a seleção das espécies.
Passos
-
1- Faça um plano de negócios. Faça uma análise PFOA de si mesmo e da indústria do tipo de gado na qual você entrará. Planeje que tipo de vacas deseja sem procurar por raças específicas. Reflita sobre qual tipo de fazenda lhe é desejável.
- Lembre-se de começar de baixo. Não gaste todo o seu dinheiro nas duas primeiras semanas após comprar ou herdar a fazenda/rancho. Conserte apenas muros ou prédios que representem uma prioridade sobre as outras coisas. Renove o galpão ou a casa, ou atualize as instalações relacionadas aos seus planos. Compre o maquinário em leilões, e nada inteiramente novo. Compre equipamentos e outros objetos necessários para este primeiro momento. Evite comprar apenas aquilo que quer. Você poderá realizar suas vontades após 5 ou 10 anos dentro do agronegócio.
- Foque em ser um produtor de baixo-custo, pois este é o melhor jeito de fazer dinheiro e de começar em caso de pouca verba inicial!
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2 - Localize a área onde pretenda criar o gado pelos próximos 10 ou 30 anos, quem sabe mais. Isto é importante, pois é preciso encontrar uma localização que seja familiar ou realmente admirável. Um lugar onde seja possível criar animais.
- A localização varia muito. Fatores como o clima, as mudanças entre estações, mercados, vegetação e topografia diferem para cada local encontrado.
-
3- Encontre terras à venda na região onde queira começar. Mantenha em mente de que é bem provável que você tenha de hipotecar, financiar ou alugar o local se não possuir dinheiro para comprar tudo de uma vez só.
- O preço do terreno tende a crescer em áreas com populações maiores ou cuja demanda seja muito alta.
- Note também que é altamente recomendável comprar uma fazenda ou rancho que já possua as instalações apropriadas e cercas posicionadas em vez de optar por um terreno que tenha de ser alterado em prol de suas finalidades.
-
4- Descubra mais sobre a localização desejada. Contate o dono da área que lhe interessa e peça mais informações sobre o tipo de solo, vegetação, lucros relacionados a vendas de gado e capacidade máxima para determinados tipos de pasto, as demandas, etc. Visite os vizinhos na área e converse com eles.
- Normalmente, os vizinhos oferecerão mais informações do que agências governamentais.
-
5- Pesquise antes para comprar os tipos certos de instalações, equipamentos e maquinários necessários para o tipo de gado escolhido. Analise sua operação e sua situação financeira para descobrir do que precisa (e não o que quer). Cercas, instalações para hidratação e comedouros são o que há de mais importante. Um trator, equipamento para manuseio de feno, jamantas, instalações de controle e outras construções também são importantes.
- Você precisará de múltiplas construções, de um galpão e de suportes
caso queira ordenhar os animais. Construa instalações para os partos, um
estábulo para bezerros e outro estábulo para as vacas que não estejam
sendo ordenhadas.
- Existem diversos itens a se considerar para obter o equipamento certo para a ordenha: primeiro, as vacas já foram ordenhadas alguma vez? Com o que elas estão acostumadas? É melhor manter o mesmo tipo de estação de ordenha. Ao fazer isso sozinho, pesquise sobre quais os equipamentos adequados para sua situação.
- A criação de gado de corte normalmente requer cercas, fontes de sombra e de água. Isso funciona especialmente bem se sua operação visar alimentar o gado apenas com grama, seja ela uma operação vaca/bezerro ou uma de engorda simples. A exceção ocorre se você quiser gastar dinheiro extra em rações para o inverno ou se preferir suplementar o gado com grãos. Há também a possibilidade da construção de um curral de engorda.
- Você precisará de múltiplas construções, de um galpão e de suportes
caso queira ordenhar os animais. Construa instalações para os partos, um
estábulo para bezerros e outro estábulo para as vacas que não estejam
sendo ordenhadas.
-
6- Determine o tipo de gado que você irá criar de acordo com seus objetivos e seu orçamento. As escolhas mais populares são gado leiteiro ou de corte. Tenha em mente que começar uma criação de gado leiteiro irá consumir mais tempo e dinheiro do que gado de corte, além desta requerer mais equipamentos.
-
7- Pesquise os vários tipos de raça que você pode criar. Determine a raça que irá criar de acordo com os objetivos de sua fazenda/rancho, e não de acordo com o que gosta e quer fazer. Concentre-se em uma raça em particular.
- Escolha raças conhecidas por bom comportamento e que não sejam
trabalhosas caso seu objetivo seja criar gado de corte. Hereford, Red
Poll, Shorthorn, Galloway e British White são raças conhecidas pela
docilidade.
- Caso insista em criar gado Angus por causa da alta demanda em sua região, tenha muito cuidado.
- Se quiser criar vacas para ordenhá-las, as raças mais populares são Holstein, Jersey e Pardo Suíço. Guernseys e Ayrshires são populares entre os que não vivem na América do Norte.
- Escolha raças conhecidas por bom comportamento e que não sejam
trabalhosas caso seu objetivo seja criar gado de corte. Hereford, Red
Poll, Shorthorn, Galloway e British White são raças conhecidas pela
docilidade.
-
8 -Comece com algumas poucas vacas. Não exagere; compre vacas o suficiente para manter dentro do terreno comprado por um ano. Compre boas vacas: aquelas que têm conformação, temperamento, habilidades maternas e convertibilidade (entre outras coisas) e evite aquelas que parecem magras e quase morrendo. Heifers podem ser uma opção se você deseja esperar por 2 anos antes de ver terneiros; deixe as mães criarem as novilhas e você poderá vender essas vacas novas após um mês ou dois. Vacas experientes são mais facilmente administradas.
- Evite comprar um touro caso possua apenas 4 ou 5 fêmeas; compre-o apenas quando possuir 10 vacas e não quiser mais utilizar a inseminação artificial. A inseminação é um método de procriação que lhe poupará custos caso possua apenas 2 ou 5 vacas. Se não quiser utilizar a inseminação, alugue um touro ou encontre outro produtor que concorde em cuidar das vacas até elas estarem prenhas.
-
9- Determine a quantidade de pasto necessária para a criação de gado selecionada. Decida se a terra que você possui é suficiente ou se será preciso comprar ou alugar mais pasto.
- Determine se você cultivará feno para o gado ou se o comprará. Certifique-se de obter feno de alta qualidade.
- Mantenha em mente que a alimentação representa 26% dos custos da criação de gado. Ter terras o suficiente nos meses de verão para o gado se alimentar reduz imensamente os custos, assim como o cultivo de feno de alta qualidade.
-
10 - Comece a manter bons relatórios de finanças, criação/bezerros, saúde/vacinações, compras/vendas e detalhes de suas operações. Os relatórios mais importantes são os financeiros, pois eles determinam se suas operações estão gerando lucros ou despesas.
-
11 - Acima de tudo, divirta-se! Este é um estilo de vida exigente e estressante, mas você aprenderá muitas coisas e se manterá ocupado enquanto alimenta e administra a saúde de sua criação.
Conheça os principais conceitos sobre o crescimento de bovinos de corte
O crescimento animal envolve interações entre fatores hormonais,
nutricionais, genéticos e de metabolismo. Caracteriza-se como o aumento
da massa dos tecidos do corpo, seja pela produção e multiplicação de
novas células, o que defina a hiperplasia, ou pelo aumento do tamanho
das células existentes (hipertrofia) (OWENS et al., 1993). O
conhecimento da curva de crescimento de bovinos de corte é de extrema
importância, pois fornece informações para o estabelecimento de
estratégias de manejo, contribuindo para a tomada de decisão sobre a
adoção de determinada tecnologia.
Um dos fatores mais importantes para determinação do peso de abate é a
eficiência de ganho de peso nas várias fases da curva de crescimento.
Diversos fatores alteram a eficiência do crescimento de bovinos, como o
peso, idade, nutrição, genética (raça e tamanho corporal), sexo e
utilização de hormônios exógenos. Os fatores citados afetam a eficiência
de crescimento de animais de corte através de duas características
básicas: taxa de ganho e composição química dos tecidos depositados
(gordura e proteína). Quanto maior a taxa de ganho, maior a eficiência
de conversão em função da diluição das exigências de manutenção, que são
relativamente constantes (LANNA, 1996).
A Figura 6 mostra o crescimento em função da idade do animal.
Verifica-se que o crescimento inicia por ocasião da concepção (a) e
segue até maturidade do animal (d). O peso acumulado do animal em
relação a sua idade segue uma curva sigmóide; esta curva é composta por
uma fase pré-puberdade de auto-aceleração e de outra pós-puberdade de
auto-inibição. Adequar a disponibilidade de nutrientes às exigências do
animal durante estas duas fases constitui-se num dos maiores desafios
para os sistemas de produção de bovinos de corte.
Destacam-se dois pontos importantes da curva. Primeiro a puberdade
(c), também chamado de ponto de inflexão, onde o crescimento passa da
fase de auto-aceleração para auto-inibição. A partir deste ponto,
ocorrem importantes alterações na deposição dos tecidos da carcaça e na
eficiência alimentar. Já a maturidade (d) ou peso adulto é o ponto no
qual cessa o crescimento muscular e ósseo e o ganho de peso passa a ser
composto exclusivamente de gordura.
O peso adulto é positivamente associado com o peso no qual a fase de
acúmulo de gordura é iniciada. Como resultado, o bovino com potencial
maior de tamanho à maturidade (raças taurinas, por exemplo), normalmente
cresce mais rápido e começa a acumular gordura com peso mais elevado,
em relação a seus contemporâneos de tamanho menor.
O crescimento dos tecidos ósseo, muscular e adiposo (constituintes da
carcaça) ocorre de maneira seqüencial e definida. Da concepção à
puberdade, o crescimento é acelerado e rápido, à custa do
desenvolvimento de ossos e músculos. Por ocasião da puberdade, aumenta a
deposição de gordura.
Durante o crescimento, o indivíduo experimenta aumento de massa e
alteração da forma corporal, em intensidade dependente das prioridades
de desenvolvimento dos tecidos, na seguinte ordem: nervoso, ósseo,
muscular e adiposo.
Como pode ser observado na Figura – 7, o crescimento ósseo pós-natal é
pequeno, apresentando desenvolvimento mais precoce, mantendo-se
constante praticamente durante a vida toda do animal. O tecido muscular
tem seu maior desenvolvimento após o nascimento, sendo mais tardio em
relação aos ossos, predominando até atingir a maturidade, sendo o
principal constituinte do ganho de peso. O tecido adiposo é o último a
se depositar, tendo seu crescimento de maneira mais acentuada após a
puberdade, quando o crescimento muscular começa a diminuir (MANELLA e
BOIN, 2002). A partir deste ponto, a maior parte dos alimentos
fornecidos ao animal será convertida em gordura.
* Esta dica é um trecho do primeiro módulo do curso Produção de Gado de Corte conceitos técnicos e econômicos, que é instruído pelo zootecnista e consultor em nutrição e produção de bovinos de corte, formulação de dietas e suplementos, Dr. Rafael da Costa Cervieri.
Rentabilidade da cria é comparável a recria e engorda?
A situação atual da cria na pecuária de corte brasileira é dos temas
que mais me interessa e motiva. A cria é muito pouco estudada e
avaliada. É o gargalo da pecuária, é o elo mais fraco, que dá o ritmo de
expansão da atividade. Se conhecermos mais a cria, como atividade
econômica, fica mais fácil analisar os ciclos produtivos, fazer previsão
de preços e volume de oferta no médio-longo prazo.
Esses dados abaixo me levaram a uma reflexão sobre o que podemos esperar da cria nos próximos anos.
Fonte: Exagro, maio 2011.
A cria é uma atividade que carrega uma série de mitos, ou pré-julgamentos. Abaixo avalio uma série de percepções minhas.
Cria é uma atividade de baixa rentabilidade. Acredita-se que a cria
garante rentabilidade menor do que a recria e engorda e a tabela
confirma isso. Mas é possível ir mais fundo e avaliar uma série de
nuances.
A cria cresce menos que a recria e engorda. Avança menos em
tecnologia. É o gargalo da pecuária de corte. Um ponto interessante é
que com a profissionalização da pecuária, com cada vez mais gente
calculando seus custos e avaliando economicamente suas opções, a cria
tenderia a ficar em segundo plano, pois quem mede (e percebe que rende
menos), iria para outras atividades.
Um contra-ponto: avaliando-se a rentabilidade média nas colunas
“clientes”, é melhor fazer apenas cria, do que cria-recria-engorda
(ciclo completo). Uma indicação de que o foco traz melhores resultados.
No entanto, o valor máximo é bem superior para quem faz C-R-E do que
quem apenas cria.
Cria é uma atividade de longo prazo. Isso gera menos opções de
financiamento. Um maior risco e complexidade ao se avaliar um projeto.
Isso diminui a chance de alguns perfis de produtores entrarem na
atividade e também dificulta quem já atua nessa área a se expandir, com
recursos de terceiros. Os projetos de integração, onde o comprador do
bezerro fornece insumos, tecnologia e serviços em troca de uma garantia
de fornecimento e preço ainda são escassos. Gostaria de conhecer mais
projetos nesse sentido e estudá-los.
Outro mito que eu tinha é que quem faz cria profissional, faz ciclo
completo, para não perder renda, não repassar o lucro para frente.
Acreditava que devido a isso, seria cada vez mais difícil comprar
bezerros de alta qualidade. Analisando a tabela, começo a acreditar que
isso não será regra. Com perspectivas de bons preços de venda de
bezerros e os ganhos de se focar e se especializar em apenas uma
atividade devem estimular o surgimento de criadores com elevada
tecnologia e especialização na cria de alta qualidade (e alto preço).
Vale lembrar que tecnologia é fazer mais com menos ou pelo menos
fazer mais com os mesmos recursos. E não usar essa ou aquela técnica ou
produto.
Analisando-se a tabela pode-se inferir que quem faz recria e engorda
com alta rentabilidade é muito bom em duas áreas: 1-produção e
2-comercialização (compra e venda de animais). Ou seja, precisa produzir
com muita eficiência, ao mesmo tempo em que avalia o mercado e compra e
vende seus animais em bons momentos, de forma sincronizada com a
capacidade de lotação da fazenda (que varia ao longo do ano).
Fica muito claro que quem tem alto lucro na pecuária consegue
orquestrar muito bem a parte de produção com a comercialização. Quando
compra, quando vende e como opera os animais na fazenda nesse meio
tempo. São muitas variáveis, em áreas de conhecimento muito diferentes.
Quem faz cria com alta rentabilidade é muito bom em produção e também
deve ser em comercialização, mas como não compra animais (em grande
volume) o ganho em rentabilidade viria da venda bem feita. Há gente que
fale que a cria é para quem não gosta de negociar, mas fica fácil de
perceber que quem ganha na cria, vende muito bem seus animais.
O estudo também levantou números de outras fazendas, que chamaram de
“diagnósticos”. Nessas fazendas, a rentabilidade média variou muito. As
que fazem cria tem apenas R$ 13,70/ha de rentabilidade. E quem faz
recria/engorda tem em média R$ 65,10/ha, ou seja, quase 5 vezes mais
lucro por ha. Com menos eficiência, provavelmente produtiva e comercial,
se percebe duas coisas: a rentabilidade é muito distante das fazendas
de alto nível e mais ainda, a diferença de lucratividade entre as
atividades é muito grande.
Entre os clientes da Exagro, a rentabilidade média varia muito menos.
Na cria é de R$ 146,50/ha e na recria/engorda (atividade com maior
média) é de R$ 154,10/ha. Ou seja, menos de 10% mais alto. Na
rentabilidade máxima, entre os clientes da empresa, a variação fica bem
maior. De R$ 232,10/ha na cria para R$ 353,70/ha na recria/engorda, 50%
mais alto.
Primeira observação, óbvia: a disparidade de rentabilidade entre
fazendas é enorme, mesmo fazendo a mesma atividade. A renda média da
cria “diagnósticos” é quase 11 (onze!) vezes menor do que a média dos
clientes da consultoria. Isso mostra como há espaço para se melhorar a
rentabilidade da pecuária como um todo, e com isso ainda aumentar
produção, sustentabilidade e até qualidade da carne de uma só vez.
Produção eficiente pode trazer tudo isso junto.
E a migração para outras atividades, como cana e grãos? Um criador
com menos de R$20/ha vai muito facilmente arrendar suas terras para
qualquer atividade agrícola que apareça na sua região. Até mesmo quem
lucra R$ 65/ha por ano ficará muito tentado. Por outro lado, quem está
na casa dos R$ 200-300/ha ano não irá migrar tão facilmente.
Existe a impossibilidade de se abrir novas áreas, por questões
ambientais. A fronteira é onde tradicionalmente a cria cresce e é uma
fonte de bezerros baratos. A pressão agrícola por áreas de pecuária vai
aumentar daqui em diante. Ou seja, com mais agricultura e mais
dificuldade na abertura de novas áreas, a pecuária vai encolher em área.
Mas pode aumentar a produção mesmo com área menor. A chave é produção
eficiente.
Me perguntam com frequencia se é melhor fazer cria ou recria/engorda.
Acredito que a resposta depende da vocação da pessoa, da fazenda e da
região. É claro que na média, a recria-engorda é mais rentável, mas
acredito muito num futuro promissor para a cria.
Flutuações de preços devido aos ciclos de produção vão continuar a
existir e outros fatores, como o crescimento mundial vão continuar a
influenciar os preços pecuários.
Escassez gera bons preços. Essa é uma verdade que deve continuar
valendo para o preço do bezerro por vários fatores. A velocidade com que
a cria avança ainda é menor do que a recria-engorda. A rentabilidade é
em muitos casos menor ou muito menor. A área da cria vai diminuir.
A demanda por carne bovina é crescente e não existe carne sem bezerro
(pelo menos por enquanto). Continuamos a ter ciclos, mas o patamar de
preço do bezerro deve ser mais alto. Tudo isso me leva a crer que
planejar a atividade de recria-engorda mirando no lucro que vinha da
compra de bezerros baratos não me parece uma estratégia vencedora daqui
em diante.
Aprenda sobre a alimentação de gado de corte
A alimentação é fundamental na definição da rentabilidade na criação do gado de corte
A alimentação é
fundamental na definição da rentabilidade na criação do gado de corte.
Por isso, é indispensável que o pecuarista conheça a fundo os principais
conceitos de nutrição animal e as características nutricionais dos
principais alimentos.
Ao propiciar a alimentação necessária a um rebanho, entretanto, o técnico se depara com algumas questões fundamentais: as necessidades nutricionais de cada tipo de animal a ser atendido para a mantença (manutenção do peso); a velocidade de ganho de peso desejada, em cada fase da criação; a viabilidade econômica da aceleração do ganho de peso; e a disponibilidade de alimentos que possam garantir nutrição aos animais, visando a produção. Além disso, há a preocupação com os custos dos alimentos, para que a produção seja economicamente vantajosa; e as possíveis combinações que poderiam resultar num alimento que ofereça o máximo de nutrição a um custo mínimo.
Nutrição
É a partir dela que os animais podem expressar todo seu potencial genético para produção, desenvolvimento e reprodução. As proteínas, gordura, açúcares, cálcio, minerais, vitaminas e água são elementos que devem compor a dieta, em diferentes quantidades e combinações, com um balanceamento que varia com a categoria animal, para que eles possam desempenhar todas as atividades vitais.
Para que haja um bom aproveitamento dos nutrientes, o produtor precisa conhecer as classificações dos mesmos e as categorias de alimentos que compõem a dieta dos bovinos de corte.
Ao propiciar a alimentação necessária a um rebanho, entretanto, o técnico se depara com algumas questões fundamentais: as necessidades nutricionais de cada tipo de animal a ser atendido para a mantença (manutenção do peso); a velocidade de ganho de peso desejada, em cada fase da criação; a viabilidade econômica da aceleração do ganho de peso; e a disponibilidade de alimentos que possam garantir nutrição aos animais, visando a produção. Além disso, há a preocupação com os custos dos alimentos, para que a produção seja economicamente vantajosa; e as possíveis combinações que poderiam resultar num alimento que ofereça o máximo de nutrição a um custo mínimo.
Nutrição
É a partir dela que os animais podem expressar todo seu potencial genético para produção, desenvolvimento e reprodução. As proteínas, gordura, açúcares, cálcio, minerais, vitaminas e água são elementos que devem compor a dieta, em diferentes quantidades e combinações, com um balanceamento que varia com a categoria animal, para que eles possam desempenhar todas as atividades vitais.
Para que haja um bom aproveitamento dos nutrientes, o produtor precisa conhecer as classificações dos mesmos e as categorias de alimentos que compõem a dieta dos bovinos de corte.
Podemos dividi-los em duas frações básicas: água e
matéria seca. Vamos considerar que o valor nutritivo está na matéria
seca, composta por matéria orgânica e mineral. A primeira contém
carboidratos e lipídios que fornecem energia, e, ainda, dois outros
elementos: proteínas e vitaminas. Já a mineral contém macro e
microelementos. Todos eles estão presentes nos dois principais
alimentos fornecidos ao gado, volumosos e concentrados.
Volumosos e concentrados
Os alimentos volumosos são aqueles que contêm alto teor de fibra bruta (mais que 18%) e baixo valor energético, ou menos que 60% de NDT, que correspondem à soma de todos os nutrientes digestíveis, exceto cinzas e vitaminas contidas no alimento. Nesse grupo incluem-se as pastagens, as forrageiras para corte, fenos, silagens, restos culturais, resíduos de agroindústrias, cascas, sabugos e outros.
Os alimentos concentrados são aqueles que apresentam menos de 18% de Fibra Bruta em sua composição, porém alto teor energético, ou mais de 60% de NDT. São mais concentrados em nutrientes quando comparados aos volumosos. Podem ser divididos em energéticos e proteicos. Os primeiros, apresentando menos de 20% de proteína bruta, são representados principalmente pelos grãos de cereais (milho, sorgo, trigo, arroz, etc.) e seus subprodutos, raízes e tubérculos (mandioca, batata, etc.), as gorduras e os óleos de origem vegetal ou animal. Os proteicos apresentam mais de 20% de proteína bruta em sua composição e podem ser de origem vegetal, como as oleaginosas (soja, algodão, amendoim, etc.), de origem animal (farinha de carne, sangue, pena, etc.) excluídos os ossos e gorduras, subprodutos (farelos), excrementos de aves, “cama” de animais, biossintéticos etc.
O grão de milho triturado é o concentrado energético mais utilizado para nutrição animal em todo o Brasil. A cultura é tradicional e está presente nas principais regiões de criação. Seu valor nutritivo é considerado excelente, principalmente pelo nível de energia. Ele apresenta 8,5 a 9,0% de proteína bruta e 0,25% de fósforo.
Volumosos e concentrados
Os alimentos volumosos são aqueles que contêm alto teor de fibra bruta (mais que 18%) e baixo valor energético, ou menos que 60% de NDT, que correspondem à soma de todos os nutrientes digestíveis, exceto cinzas e vitaminas contidas no alimento. Nesse grupo incluem-se as pastagens, as forrageiras para corte, fenos, silagens, restos culturais, resíduos de agroindústrias, cascas, sabugos e outros.
Os alimentos concentrados são aqueles que apresentam menos de 18% de Fibra Bruta em sua composição, porém alto teor energético, ou mais de 60% de NDT. São mais concentrados em nutrientes quando comparados aos volumosos. Podem ser divididos em energéticos e proteicos. Os primeiros, apresentando menos de 20% de proteína bruta, são representados principalmente pelos grãos de cereais (milho, sorgo, trigo, arroz, etc.) e seus subprodutos, raízes e tubérculos (mandioca, batata, etc.), as gorduras e os óleos de origem vegetal ou animal. Os proteicos apresentam mais de 20% de proteína bruta em sua composição e podem ser de origem vegetal, como as oleaginosas (soja, algodão, amendoim, etc.), de origem animal (farinha de carne, sangue, pena, etc.) excluídos os ossos e gorduras, subprodutos (farelos), excrementos de aves, “cama” de animais, biossintéticos etc.
O grão de milho triturado é o concentrado energético mais utilizado para nutrição animal em todo o Brasil. A cultura é tradicional e está presente nas principais regiões de criação. Seu valor nutritivo é considerado excelente, principalmente pelo nível de energia. Ele apresenta 8,5 a 9,0% de proteína bruta e 0,25% de fósforo.
A soja é a fonte de proteína de melhor
qualidade para a alimentação animal e apresenta alto teor energético,
pela significativa quantidade de óleo. Tem baixo teor de cálcio, de
fibra, e pouco caroteno e vitamina D.
Pastagens X produtividade, quando suplementar?
No Brasil, o ano apresenta pelo menos duas estações definidas, em termos de crescimento e qualidade de forragem: uma com crescimento intenso, quando, normalmente, a qualidade é adequada; e outra, com crescimento baixo ou nulo, quando, geralmente, a qualidade da forrageira é inadequada para o desempenho animal. Além da menor oferta, o animal dispõe de um pasto pobre em proteína, com maior teor de fibra e altamente lignificada. A consequência é que em sistemas de produção baseados somente em pastagens o ano todo, os ganhos de peso são baixos ou há perda de peso.
Durante o período chuvoso, as pastagens chegam a apresentar níveis satisfatórios de proteína, energia e vitaminas, enquanto os minerais estão deficientes, impedindo o pecuarista de obter índices máximos de produtividade. Já no período de estiagem, todos os nutrientes estão deficientes nos pastos; portanto, nessa época, a suplementação de apenas um nutriente não resulta em melhores rendimentos do rebanho.
O efeito da suplementação na pastagem, na maioria das vezes, não é aditivo, mas, sim, substituto. O objetivo básico dessa suplementação é fornecer proteínas, energia e minerais aos animais; nutrientes que podem ser considerados como os pilares da suplementação no período de estiagem. Sobre a escolha do tipo de suplementação alimentar que se pretende utilizar, ressaltamos que dependerá, em grande parte, do objetivo que se tem em mente.
Conhecendo os diversos tipos de alimentos, é possível utilizar, de maneira mais racional, variadas alternativas de alimentação para bovinos de corte. Ao escolhê-los, deve-se considerar sua disponibilidade na região, economia, praticidade e se é o que melhor atende às necessidades nutricionais do rebanho.
Pastagens X produtividade, quando suplementar?
No Brasil, o ano apresenta pelo menos duas estações definidas, em termos de crescimento e qualidade de forragem: uma com crescimento intenso, quando, normalmente, a qualidade é adequada; e outra, com crescimento baixo ou nulo, quando, geralmente, a qualidade da forrageira é inadequada para o desempenho animal. Além da menor oferta, o animal dispõe de um pasto pobre em proteína, com maior teor de fibra e altamente lignificada. A consequência é que em sistemas de produção baseados somente em pastagens o ano todo, os ganhos de peso são baixos ou há perda de peso.
Durante o período chuvoso, as pastagens chegam a apresentar níveis satisfatórios de proteína, energia e vitaminas, enquanto os minerais estão deficientes, impedindo o pecuarista de obter índices máximos de produtividade. Já no período de estiagem, todos os nutrientes estão deficientes nos pastos; portanto, nessa época, a suplementação de apenas um nutriente não resulta em melhores rendimentos do rebanho.
O efeito da suplementação na pastagem, na maioria das vezes, não é aditivo, mas, sim, substituto. O objetivo básico dessa suplementação é fornecer proteínas, energia e minerais aos animais; nutrientes que podem ser considerados como os pilares da suplementação no período de estiagem. Sobre a escolha do tipo de suplementação alimentar que se pretende utilizar, ressaltamos que dependerá, em grande parte, do objetivo que se tem em mente.
Conhecendo os diversos tipos de alimentos, é possível utilizar, de maneira mais racional, variadas alternativas de alimentação para bovinos de corte. Ao escolhê-los, deve-se considerar sua disponibilidade na região, economia, praticidade e se é o que melhor atende às necessidades nutricionais do rebanho.
Por: Patrícia Tristão
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