domingo, 26 de outubro de 2014

Calor e tempo seco influenciam bem-estar animal

Com pastos mais secos, rebanho consome menos alimento e engorda pouco

 
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As altas temperaturas impactam no bem-estar animal. No quadro Dr. Pecuária desta quarta, dia 22, saiba as consequências da seca e do calor nas criações. Segundo o médico veterinário José Bráulio Florentino Júnior, a temperatura elevada e a falta de chuva prejudicam as pastagens, afetando a dinâmica de engorda do gado.
Ele explica que, com os pastos mais secos, o rebanho come menos e engorda pouco. Mesmo adaptados ao sol forte, o gado diminui o consumo alimentar, o que provoca reduções na produtividade de leite e de carne.
– O calor afeta o metabolismo dos animais, que deixam de ingerir a quantidade ideal de alimento para consumir mais líquido, uma defesa natural do organismo – diz.
Florentino explica que os animais devem ser mantidos na sombra, com bastante oferta de água e alimentação.

 

Confinamento a pasto é alternativa para ganho de peso diante da estiagem

Quadro mostra uma solução para manter o ritmo de desempenho dos animais fora do confinamento tradicional

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A estiagem deste ano foi além do esperado e as chuvas ainda estão longe do ideal para o período. Mas algumas alternativas podem ser adotadas para manter o ritmo de ganho de peso no confinamento, quando as chuvas chegarem com intensidade suficiente para a manutenção das pastagens. Conheça o confinamento a pasto, no quadro Rebanho Gordo desta semana.
Pela aparência, não parece que as novilhas, fruto de cruzamento de animais nelore com rubia galega, estão confinadas. Com idades entre 14 e 15 meses, o lote com 80 cabeças tem ganho de peso de aproximadamente 1,5 Kg por dia. Aos 18 meses, todas serão abatidas.
A opção por essa estratégia, que o técnico em agropecuária João Henrique Orfanelli chama de confinamento a pasto, foi a solução encontrada pela fazenda Gamada, do município de Nova Canaã do Norte, em Mato Grosso, para manter o ritmo de desempenho dos animais sem precisar colocar o gado no confinamento tradicional, durante o período de chuvas. Ainda teve economia em estrutura.
– Sai mais barato e a propriedade não precisa ter toda aquela estrutura para engordar o boi no cocho. O investimento que você não fez com estrutura de cocho, produção de volumoso, você tem essa alternativa de suplementação – explica Orfanelli.
A proposta é simples: o gado come ração e capim, ao mesmo tempo. O acesso ao pasto e ao cocho é livre. O segredo para não haver desperdício de nenhuma das duas fontes de alimentação é ter um controle rigoroso do consumo dos animais, com tudo anotado e calculado. Todos os dias, antes de servir o alimento, é feita a leitura de cocho. Nem muito, nem pouco. A quantidade ideal de sobra de ração corresponde ao nível chamado de leitura 1, com menos de um quilo de comida. Esse volume significa que os animais estão comendo dentro do programado para o peso deles e o suficiente para manter o ganho esperado por dia. No confinamento a pasto, cada animal come, diariamente, em torno de 6 Kg de ração.
– Inicia com 0,5% e vai elevando essa proporção do peso. Ai vai a 1%; 1,2%; 1,3%; 1,4% até o animal se limitar no cocho. Aí que vem a importância da leitura de cocho – ensina o técnico.
Na fazenda Gamada, o confinamento a pasto serve de apoio para o confinamento tradicional, que tem capacidade reduzida, apenas para 500 animais. A propriedade tem parceria com uma rede de supermercados e precisa manter a cota mensal de abates, mesmo no tempo da chuva. Para evitar perdas de alimento e também reduzir problemas de casco, a solução foi investir na cobertura dos cochos e o retorno foi maior que o esperado.
Antes de cobrir toda a linha de cocho, foi feito um experimento para saber se a sombra faria diferença no desempenho dos animais. Separou um grupo de garrotes nelore contemporâneos em dois lotes, deixando um na parte coberta e o outro na parte descoberta. O resultado, depois de três meses com o gado recebendo o mesmo tipo de alimentação, foi um ganho de peso em 100 gramas a mais por dia por animal que estava sob a cobertura.
Essa diferença de ganho de peso, segundo o tecnólogo em Zootecnia Cleber Teixeira Lima, se deve ao conforto térmico que os animais têm enquanto se alimentam. O telhado se estende por dois metros para dentro do curral e cobre todo o pé de cocho.
– O desperdício é zero, além de fornecer ao animal uma condição de conforto em relação ao cocho, mesmo no tempo não chuvoso, o que permite ao animal se alimentar na sombra – esclarece Lima.

 

Aumento dos custos anula ganho do produtor com alta na cotação do boi gordo em Mato Grosso do Sul

Segundo a Famaul, valor da arroba subiu 15,6% desde janeiro enquanto as despesas evoluíram 15,4%

 

A cotação da arroba do boi gordo passou de R$ 106,50 em janeiro deste ano, em média, para R$ 123,10 em setembro em Mato Grosso do Sul, avanço de 15,6% em nove meses. No entanto, o ganho do pecuarista foi anulado pela alta nos custos de produção.

Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), apurados pelo Departamento de Economia da Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Famasul), mostram que no mesmo período o desembolso com a produção pecuária, no sistema de recria e engorda, subiu 15,4%.

Para a gestora do Departamento Econômico da Famasul, Adriana Mascarenhas, o aumento do Custo Operacional Efetivo (COE), indicador do Cepea que mede os gastos do segmento, está relacionado, entre outros fatores, ao aumento no valor do bezerro.

– O preço do bovino de reposição teve média de R$ 1.052 a cabeça no mês de setembro, 21,7% a mais que no início do ano, com isso, os gastos com insumos de reprodução, ou seja, sêmem, produtos para inseminação artificial e controle de cio, entre outros, foram os que mais pesaram no bolso do produtor.

Segundo a economista, não há projeção de que o cenário se altere nos próximos meses.

Para o diretor secretário da Famasul, Ruy Fachini, a única alternativa para o produtor sul-mato-grossense aproveitar o bom momento da pecuária, em que os preços do boi gordo apresentam recordes históricos, é não descuidar da gestão financeira da propriedade.

domingo, 19 de outubro de 2014

Oferta curta mantém tendência de alta no mercado do boi gordo

Em São Paulo valor da arroba chega a R$ 133,50 à vista

 

A oferta curta tem mantido a tendência de alta no mercado do boi gordo. Em São Paulo houve aumento de R$ 0,50/@ para a referência do animal terminado, atualmente em R$133,50/@, à vista, alta de 3,9% em 30 dias. Existem negócios, não raros, em valores maiores que a referência.

As programações relativamente tranquilas são de frigoríficos que possuem animais a termo. Empresas que dependem das compras de balcão têm dificuldade em alongar as escalas, que atendem, em média, a três dias.

Na região Sul ainda há volume de animais de pastagens de inverno, o que mantém o mercado mais calmo. No mercado atacadista de carne com osso existe dificuldade em repassar as valorizações da matéria prima devido ao consumo fraco. Os preços se mantêm. 

Pecuaristas são fisgados por notícias sobre tecnologia

A partir de abril de 2015, a Guia de Trânsito Animal Eletrônica (e-GTA) será obrigatória para o transporte interestadual de animais vivos, ovos férteis e outros materiais de multiplicação animal. A e-GTA passa a ser obrigatória também para o transporte inter e intraestadual de animais vivos destinados ao abate em estabelecimentos sob o Serviço de Inspeção Federal (SIF). Leia mais

Um software desenvolvido pelo Departamento de Zootecnia da Esalq/USP, chamado de RLM Leite, mostra ao pecuarista dados precisos para os componentes da dieta dos animais. O programa detalha para o produtor de leite dados sobre o animal e o ambiente onde vive. Também é possível ver detalhes como temperatura, topografia e a distância entre o piquete e a ordenha. Depois disso, são colocados os preços de cada alimento que pode fazer parte da dieta. No Brasil, cerca de 70 produtores já utilizam o programa. Leia mais

Com a crise no setor sucroenergético, os produtores do interior de São Paulo estão migrando para a pecuária. Com ração mais em conta e preços da arroba lá em cima, o negócio tem mudado as paisagens da região de Piracicaba. Leia mais

Os animais da raça Caracu têm uma grande contribuição no desenvolvimento da pecuária nacional. Trazida pelos portugueses em 1534 e famosa por suportar clima quente, alimentação escassa e doenças, a raça ajudou a desbravar os rincões do Brasil. Leia mais

Os campeonatos do 35° Potro do Futuro e 8ª Copa dos Campeões da Raça Quarto de Milha, de Trabalho e Conformação, serão disputados por aproximadamente 1,2 mil cavaleiros e amazonas, montados em 1.880 animais, de 13 a 19 de outubro, nas três arenas do Parque de Exposições Fernando Cruz Pimentel, em Avaré, no interior de São Paulo.

Arroba sobe 16% em 12 meses

carne
De janeiro a setembro, a alta é de 9,91%. Aumento é resultado da recuperação da pecuária


Os preços da arroba do boi gordo, medidos pelo Indicador Esalq BM&FBovespa, registraram aumento de 16,4%, descontada a inflação, entre setembro de 2013 e setembro de 2014, quando passaram de R$ 113,00 para R$ 131,60. No acumulado do ano, a alta da arroba é de 9,91%. 

Segundo análise da Superintendência Técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o aumento do preço da arroba do boi gordo em 2014 é resultado da recuperação da pecuária, iniciada no ano passado, após um cenário de baixa cotação dos animais em 2011 e 2012. 
A crise no setor comprometeu novos investimentos e provocou o aumento do abate de matrizes, na tentativa de minimizar os efeitos da falta de renda dos pecuaristas.

Como consequência, houve restrição de oferta de animais para abate e valorização dos bezerros para a reposição de rebanho. Este fator, juntamente com a seca prolongada, contribuiu para a alta da arroba e dos preços da carne bovina neste ano.

“É preciso levar em consideração que os preços atuais do boi gordo sucedem um longo período de baixa. Mas os baixos preços do boi gordo em 2011 e 2012 contribuíram para reduzir a inflação no período, pois a carne subiu menos que o IPCA, beneficiando os consumidores”, diz a nota técnica da CNA. Especificamente nestes dois anos, a arroba caiu 3% e 5,36%, respectivamente, enquanto os custos subiram 8,15% e 2,85%.

No entanto, a nota ressalta que este aumento é pontual. Na sua avaliação, para que os preços fiquem estáveis e haja equilíbrio entre oferta e demanda, são necessários novos investimentos em tecnologia para aumentar a produtividade, o que não tem sido possível nos últimos anos, pois a renda do setor subiu abaixo dos custos. 

Em uma década, enquanto a arroba do boi subiu 101,17%, o Custo Operacional Efetivo (COE), que engloba as despesas do produtor com o dia a dia da atividade, teve elevação de 162%. No ano de 2014, o COE, teve variação de 13,15%.
 
Fonte: CNA

segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Integração lavoura-pecuária ajuda a eliminar o capim annoni das pastagens

Além de ser uma planta fibrosa com poucos nutrientes, o annoni pode machucar a boca do animal e atrapalhar a engorda

O capim annoni é uma das pragas mais conhecidas pelos pecuaristas do Rio Grande do Sul e já causou prejuízo em muitas fazendas. Mas algumas técnicas de controle têm se mostrado eficiente no combate à planta.Na região da Campanha gaúcha, municípios brasileiros que fazem fronteira com o Uruguai, para todos os lados que se olha têm, no mínimo, há um pasto tomado pelo capim annoni.
O annoni não se importa com os tipos de solo e nem mesmo com o frio intenso do Rio Grande do Sul. Em pleno inverno gaúcho, os brotos estavam cheios de vigor. O capim que foi trazido da África na década de 1950 como uma alternativa forrageira se mostrou uma praga indomável.
– Ele se adapta a qualquer tipo de solo. Ele tem um pouco mais de dificuldade onde é mais úmido, com drenagem mais deficiente, tanto é que ele vegeta até no asfalto, na beira de estrada, com bastante pisoteio. Por ser uma espécie que evolui no solo com baixa fertilidade, o annoni encontra ambiente favorável em todo tipo de solo – explica o pesquisador da Embrapa Pecuária Sul Naylor Peres.

No asfalto, as mudas vão se multiplicando como se estivessem em terra fora. O produtor rural do município de Dom Pedrito José Armando Nogueira sabe muito bem a força que tem o capim annoni.
– Se puser fogo, rebrota. Se cortar, vem com mais força. Se cair uma semente no cimento do galpão, ela nasce – resume Nogueira.
De aparência inofensiva, de folha bem fininha, mas com uma raiz muito forte. Segundo Naylor Peres, essas raízes profundas conseguem extrair mais água e nutrientes do solo, o que afeta as outras plantas que estão em volta. As sementes do annoni ficam por até 15 dias no trato digestivo dos animais e são transportadas também pelos cascos e pelos bovinos. Não existe um levantamento oficial sobre o tamanho do prejuízo causado, mas estima-se que cerca de 500 mil hectares de pastos no Estado já foram atingidos, em maior ou menos proporção.
– As pesquisas realizadas até agora mostram que a partir de 35% a 40% ele já traz prejuízo para o animal. O animal acaba enfrentando mais dificuldade e perde tempo em procurar outras espécies, e ele abandona o pastejo seletivo e acaba consumindo o annoni – comenta Peres.
Em alguns meses do ano, dependendo da idade da planta ou a falta de opção, o gado come o capim annoni. Além dele não ter um valor nutritivo interessante, por ser muito fibroso, ele machuca a boca dos animais, o que atrapalha a ingestão de outros alimentos.
–Partes das folhas, que são bem finas, acabam ficando entre os dentes e traz gengivite e, muitas vezes, com a perda da dentição, o animal vai perdendo a capacidade reprodutiva, no caso das vacas. Isso traz prejuízo pelo baixo desempenho dos animais – alerta.
Naylor Peres faz parte de um grupo que se dedica às pesquisas sobre o controle e a prevenção do annoni. E foi dessas pesquisas que surgiu um aplicador seletivo de herbicida. Dentro da fazenda experimental da Embrapa já é possível ver a diferença entre os piquetes tratados e os que não sofreram nenhuma interferência. Outra opção é aliar o uso da máquina com o cultivo de pastagens de boa qualidade para que o annoni perca força.
– Com o passar do tempo, vão ocupando esses espaços e, gradativamente, a gente vai poder deixar de culturas essas espécies anuais e sempre com metas de adubação que permita ter um bom crescimento das espécies. Também não dá para pensar só em controlar o annoni sem dar condições para outras espécies se desenvolverem adequadamente – afirma o especialista.
O produtor rural João Augusto Rubim conseguiu  vencer o capim invasor. Há 15 anos, quando comprou uma propriedade em Bagé, tudo era tomado pelo annoni. Com a integração lavoura-pecuária conseguiu limpar todas as áreas da fazenda.
– A produção de carne em cima do annoni é muito inferior, dá 80 a 90 kg por hectare. Com pastagem cultivada, dá 600 a 700 kg, então é decisão de eliminar e colocar pastagem de qualidade – explica Rubim.

Saiba mais: e-GTA será obrigatória em 2015

Versão eletrônica da Guia de Trânsito Animal já existe em alguns Estados e agora passa a valer em todo o Brasil

A partir de abril de 2015, a Guia de Trânsito Animal Eletrônica (e-GTA) será obrigatória para o transporte interestadual de animais vivos, ovos férteis e outros materiais de multiplicação animal. A e-GTA passa a ser obrigatória também para o transporte inter e intraestadual de animais vivos destinados ao abate em estabelecimentos sob o Serviço de Inspeção Federal (SIF).

• GTA eletrônica deve entrar em vigor em até 180 dias
A atualização das informações cadastrais dos estabelecimentos de origem e de destino será de responsabilidade dos Órgãos Executores de Sanidade Agropecuária (OESAs), devendo estar inseridas na Base de Dados Única (BDU), da Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), conforme procedimentos definidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
A implementação da e-GTA, que anteriormente era apenas facultativa, adotada por alguns Estados, já trouxe avanços ao Sistema de Defesa Agropecuária Brasileiro, incentivando os Serviços Veterinários Estaduais a atualizarem o cadastro das propriedades rurais e propiciando agilidade na transmissão de dados entre as Unidades Federativas de origem e de destino.
A GTA eletrônica será expedida por sistema informatizado, utilizado pelo Serviço Oficial, cujas informações serão transmitidas a uma base de dados única, imediatamente após a emissão. A e-GTA deverá conter as seguintes informações: origem (código do estabelecimento, nome do estabelecimento, código da exploração pecuária, CPF/CNPJ do produtor rural, nome do produtor rural, município e Estado) e o destino, com as mesmas informações citadas.
A alteração foi feita na Instrução Normativa 19/2011, que regulamenta o uso da Guia de Trânsito Animal. O prazo para adequação será de 180 dias após a publicação do novo texto no Diário Oficial da União (DOU), que foi feita no último dia 3 de outubro.
Outra melhoria é o acesso imediato do Departamento de Saúde Animal (DSA) à Base de Dados da Plataforma de Gestão Agropecuária do Mapa. Essas informações eram disponibilizadas por meio de planilhas, tornando o processo de coleta e análise de dados mais demorada. A fiscalização nas estradas é realizada pelos Serviços Veterinários Estaduais, nas barreiras intra e interestaduais.

domingo, 5 de outubro de 2014

Workshop da Pecuária será realizado no dia 10 em Rondonópolis (MT)

Evento que ocorre na Estância Angela é promovido pela Acrimat

Rondonópolis é o próximo município de Mato Grosso a receber o Workshop da Pecuária de Corte em 2014. O encontro entre produtores e os acadêmicos de zootecnia e engenharia agrícola e ambiental da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) será na sexta, dia 10, na Estância Angela. A iniciativa, promovida pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), tem por objetivo identificar no campo os entraves e as soluções para os gargalos da atividade da pecuária de corte em Mato Grosso.
No evento, estudantes terão que verificar na prática as considerações teóricas apresentadas, nas edições anteriores, sobre a pecuária bovina. Os participantes serão divididos em cinco grupos e receberão uma planilha com diretrizes que apontam problemas e possíveis soluções para a atividade no campo. Os acadêmicos irão a campo para constatar ou não as informações. Após as observações, os estudantes irão apresentar os resultados para os demais grupos.
Para o consultor da Acrimat, Amado de Oliveira, a intenção é aliar a teoria ensinada em sala de aula para a prática do meio rural. No total, serão realizadas visitas a nove municípios mato-grossenses. Pontes e Lacerda, Cáceres, Confresa, Nova Xavantina e Barra do Garças já receberam o Workshop. O evento terá continuidade nas cidades de Tangará da Serra, Alta Floresta e Sinop. O diretor regional da Acrimat, Marco Túlio Eduardo Soares, ressalta que eventos como este reforçam a necessidade de investimentos na pecuária.
– O Workshop vem em boa hora, considerando que estamos em constantes modificações no setor, principalmente no uso de novas tecnologias – diz. Os temas apontados nas edições de 2012 e 2013 do projeto e que também serão tratados neste ano são: cria; reforma e recuperação de pastagens; confinamento; integração lavoura pecuária; sustentabilidade; sistema agrossilvipastoril; instalações e ambiência; manejo e conservação do solo em áreas de pastagens; intensificação da produção de carne a pasto; manejo pré-abate de bovinos de corte.

 

Mesmo com queda das exportações em setembro, carne bovina deve fechar ano com boa lucratividade

No acumulado do ano saldo é positivo em 2,6% em relação a 2013.


Em setembro, a receita das vendas externas de carne bovina alcançou US$ 441 milhões
Apesar da expectativa de maior demanda internacional, as exportações de carne bovina in natura registraram em setembro a maior queda do ano. Mesmo assim, analistas reforçam que o acumulado dos meses tem números positivos.
Em setembro, a receita das vendas externas de carne bovina alcançou US$ 441 milhões. O valor é 12,1% menor se comparado ao mesmo período do ano passado. O volume exportado também recuou. Foram pouco mais de 90 mil toneladas, recuo de 19,3%. Apesar dos números atuais, quem acompanha o mercado é bastante otimista quanto à retomada de crescimento, já que no acumulado do ano o saldo é positivo, com alta de 2,6% em relação a 2013.
– Desde 2012 a gente observa que as exportações brasileiras vinham crescendo de forma significativa em termos de valores. Isso pra um país que já exporta muita coisa, porque a gente tem que levar em consideração que um grande exportador é muito mais difícil de ter uma taxa de crescimento tão grande em relação ao pequeno exportador. O Brasil cresceu em 2012, cresceu em 2014, e pelas nossas projeções deve crescer em 2014 – diz o diretor técnico da consultoria FNP, José Vicente Ferraz.
De acordo com outro analista, Cesar de Castro Alves, da consultoria MBAgro, a diferença dos valores praticados dentro e fora do Brasil pode ser a razão da queda nas exportações. Ele lembra que os frigoríficos geralmente atuam nos dois mercados.
– Provavelmente, essa desaceleração está relacionada a um boi gordo muito caro que está sendo praticado, combinado com a pior margem do frigorífico no mercado interno. Como o preço da carne caiu no mercado interno, ainda que as exportações estejam remunerando bem, no abate você tem um deslocamento de algumas partes do mercado interno e outras para o mercado externo. Isso pode ser uma estratégia dos frigoríficos para ganhar um pouco de tempo, até que as cotações se acomodem um pouco, ou que a carne volte a subir no mercado interno, melhorando essa equação – afirma Alves.
A crescente valorização da moeda americana torna as projeções para este fim de ano ainda mais positivas. Segundo o analista da MBAgro, o dólar valorizado e a demanda interna melhoram a margem da indústria.
– Ainda que o boi fique caro, como é a expectativa, se essa carne no mercado interno permitir melhorar a conta dessa equação, a exportação tem uma expectativa muito boa, sobretudo agora que o dólar se valorizou bastante em relação ao real. E isso faz com que as nossas exportações sejam mais competitivas. A gente consegue converter mais reais com a mesma quantidade de dólares – conclui Alves.

Clima seco é propício para eliminar parasitas no rebanho

Animais parasitados apresentam baixo desempenho produtivo e podem registrar redução anual no ganho de peso.

 

O mercado de carnes e leite está cada vez mais exigente quanto à qualidade, primando por produtos saudáveis e sem resíduos químicos. Especialistas garantem que é necessário que o manejo do gado tenha um programa bem estruturado de profilaxia para evitar o aparecimento de doenças que, além de causarem perdas econômicas, desqualificam o produto.
Segundo a Embrapa Gado de Leite, um animal parasitado por vermes, por exemplo, chega a perder cerca de 250 ml de sangue diariamente, levando a anemia. Os vermes intestinais provocam diarreias, o que causa desidratação, fraqueza e perda de peso, vermes nos pulmões desencadeiam pneumonia ou algumas enfermidades com impacto direto no abate, pois quando encontrada na carne é descontado do pecuarista do valor que seria pago pelo animal.
Para o médico veterinário do Clarion Biociências, laboratório da Agroquima, Ricardo Takafashi, os animais parasitados apresentam baixo desempenho produtivo, e podem registrar redução anual no ganho de peso em 30 quilos na média, podendo a perda variar de 18 quilos a 45 quilos.
Em função das condições climáticas, o rebanho brasileiro, em sua grande maioria, inclusive o goiano, sofre com a infestação parasitária durante todo o ano e mais intensamente neste período da seca, pois os vermes necessitam de umidade para se desenvolverem no ambiente externo.
– Como no período da seca não temos ambiente propício para eles se desenvolverem fora do animal os vermes permanecem no mesmo – diz.
Takafashi explica que a utilização de vermífugos é extremamente eficaz na eliminação e controle das verminoses nesta época do ano. Segundo o especialista, a maneira mais adequada para a prevenção e o combate das verminoses é o controle estratégico.
– Os tratamentos concentram-se em períodos pré-determinados (início, meio e final da seca) nos meses de maio, julho e setembro, lembrando que a vermifugação no final da seca e início das águas também poderá ocorrer depois de setembro, conciliando com a vacinação do rebanho – explica o veterinário. 

 

Dez produtos agropecuários respondem por 33,1% das exportações brasileiras em 2014

Dados mostram que o desempenho da agropecuária ajudou a minimizar o déficit de US$ 690 milhões da balança comercial brasileira.

Impulsionadas pelo café, couros e peles, as exportações dos dez produtos do agronegócio mais comercializados pelo Brasil responderam por 33,1% do total vendido pelo país no exterior no acumulado do ano até setembro. As vendas externas destes dez produtos agropecuários renderam US$ 57,41 bilhões no período, enquanto os embarques totais somaram US$ 173,64 bilhões, segundo números do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e analisados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
Os dados mostram que o desempenho da agropecuária ajudou a minimizar o déficit de US$ 690 milhões da balança comercial brasileira. Outro fator que contribuiu para este cenário, segundo a CNA, foi a boa relação comercial com a China, com quem o Brasil apresentou o resultado superavitário de US$ 6,6 bilhões em relação ao comércio total.   Destaque, também, para o resultado positivo no comércio com a União Europeia, os países da América Latina (exceto o Mercosul) e do Caribe e a Europa Oriental.
O faturamento obtido com as vendas dos dois grupos - couros e peles e café em grão – foi o que mais cresceu em 2014 na comparação com o ano passado. As vendas externas do primeiro grupo alcançaram US$ 2,23 bilhões, um crescimento de 24,1% até setembro. Já as vendas do café em grão somaram US$ 4,2 bilhões, uma elevação de 23%. Ambos apresentaram resultados positivos não só no período, mas também quando comparados a setembro de 2013: altas de 10,9% para couros e peles e de 48,1% para o café.
Liderado pela soja em grão, que representa 13,1% das exportações totais do país, o ranking dos produtos mais vendidos não sofreu alterações em relação a setembro. Os demais produtos agropecuários que lideram a lista são farelo de soja, açúcar em bruto, carne de frango, carne bovina, café em grão, celulose, couros e peles, milho em grão e fumo em folhas.
A madeira serrada, apesar de representar uma fatia menos expressiva das exportações totais brasileiras, também apresentou bom desempenho, alcançando US$ 302 milhões em faturamento, um aumento de 19,6% em relação ao mesmo período de 2013, de acordo com a CNA.