domingo, 27 de dezembro de 2015

Manejo Reprodutivo de bovinos de corte: matrizes

(*) por Gustavo Melo e Vitoriano Neto, médicos veterinários da Equipe Rehagro
 
 

A Inseminação Artificial (IA) foi a primeira ferramenta capaz de atuar diretamente na multiplicação de animais melhorados geneticamente. E foi também o primeiro passo para acelerar a transmissão de genes considerados superiores relacionados a características de interesses econômicos. Porém, com tempo, foram observados problemas relevantes nessa ferramenta, tais como falhas na identificação de cio. Mas porque isso seria limitante? Faltava treinamento e experiência em relação a mão de obra?
Sem dúvida, no início, sim, mas com o desenvolvimento de novas pesquisas voltadas à IA, descobriu-se alguns fatores altamente relevantes, que ajudariam a limitar o uso dessa ferramenta. O estro (cio) curto das vacas zebuínas (Bos indicus), em relação às vacas taurinas (Bos taurus) e a manifestação do estro em períodos noturnos, citados por BÓ et al. (2003) e BERTAN et al. (2006), respectivamente, aliados à característica de anestro pós-parto desse grupo genético, sem dúvida demonstraram uma lacuna importante nesse processo.
 
A partir daí, uma das formas encontradas para melhorar os índices reprodutivos foi o desenvolvimento de protocolos de indução de estro e sincronização da ovulação, para assim possibilitar a inseminação artificial em tempo pré-determinado, sem necessidade então de observar e identificar o cio.
 
Além dessa grande vantagem, estudos de Baruselli et al (2002) demonstram que a Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) possibilita que as prenhezes ocorram no início da estação de monta, assim diminuído o período de serviço e aumentando a eficiência reprodutiva do rebanho.
 
Essa ferramenta possibilita que a vaca conceba mais cedo e, consequentemente, produza bezerros mais cedo. Este fator gera aumento do peso à desmama e melhor resultado financeiro devido ao maior número de arrobas produzidas.
 
Atualmente, muitos produtores tratam todas as categorias de matrizes com IATF. Para vacas solteiras e novilhas, embora os resultados de prenhez não sejam muito consistentes, as vantagens da IATF relacionam-se diretamente às falhas na detecção de cio e no envolvimento da mão de obra para tal fim. Já nas categorias de vacas multíparas e primíparas, além de minimizar o envolvimento de funcionários e as falhas na observação de cio, favorece um possível reestabelecimento da ciclicidade, decorrente do anestro fisiológico pós-parto.
 
Porém, para realizar a inseminação artificial, o produtor rural deve estar atento ao estado nutricional de suas matrizes. Uma forma de se fazer isso é avaliar o Escore de Condição Corporal (ECC).
 
O ECC é uma avaliação subjetiva que apresenta alta correlação com espessura de gordura subcutânea. Apesar de subjetiva, esta avaliação utiliza alguns parâmetros científicos que verificam as quantidades de gordura e músculos em determinadas regiões do corpo do animal. As principais regiões avaliadas são costelas, processos transversos da coluna vertebral, processos espinhosos da coluna vertebral, flanco, ossos do íleo, base da cauda, sacro e as vértebras lombares.
 
Esse escore pode ser classificado em uma escala de 1 a 5, onde 1 é o estado de uma vaca desnutrida muito magra, e 5 o estado de uma vaca muito gorda. (Figura 1).
 
Escore de condição corporal

Figura 1 - Escore corporal de vacas de 1 a 5. Fonte: Wildman, et al., 1982

Nessa classificação, é desejável manter as vacas entre os escores 3 e 3,5. Porém, observando  a sazonalidade brasileira de produção de forragem, a condição média encontrada na maioria das fazendas é inferior a 3.
 
Para atingir bons resultados de concepção (40-60%) com a utilização da IATF, as matrizes devem encontrar-se com escore maior ou igual a 2,5. Porém, se a propriedade possui fêmeas em estação de monta com condição corporal inferior, recomenda-se que o técnico faça, juntamente com o produtor, uma análise diferenciada, considerando os valores gastos para emprenhar uma vaca magra (utensílios de reprodução, hormônios, sêmen e valor do bezerro desmamado) e as baixas taxas de concepção. Uma boa referência foi apresentada por Vasconcelos (2008), em estudos com novilhas e primíparas. Neste estudo foi observado que com a queda de cada 0,25 no ECC, a taxa de concepção cai 6 pontos percentuais em média. Assim, o resultado financeiro dos lotes de fêmeas com pior escore corporal será, sem dúvida, abaixo dos lotes de melhor condição corporal.
 
O produtor pode iniciar os protocolos em vacas com melhor escore corporal a partir de 30 dias pós-parto, pois estas já estarão aptas no dia da inseminação. É recomendado alocar as vacas mais magras após as de melhor condição corporal, a fim de permitir que as mesmas consigam recuperar o estado nutricional.
 
Fonte: Rural Centro

Contribuição do melhoramento genético para a pecuária de cria

Roberto Carvalheiro (GenSys)apresentou palestra sobre o melhoramento genético bovino e sua influência para a pecuária de cria no Workshop Pecuária de Cria, organizado pelo BeefPoint em São Paulo, nos dias 11 e 12/jun.
Nos primeiros slides, o especialista já sugere uma quebra de paradigma para o melhoramento genético em bovinos, explicando que o modelo de seleção genética aplicada ao melhoramento de aves e suínos não reflete o melhoramento genético de bovinos.
Ou seja, Roberto explica que este modelo, em que há um rebanho de selecionadores, um rebanho multiplicador do material genético e o rebanho comercial, não reflete a realidade da bovinocultura de corte. Do ponto de vista do especialista, “todo criador é um selecionador”, pois escolhe quais animais colocará em reprodução, quais de suas vacas e quais touros (ou sêmen) utilizará, tomando assim decisões de seleção genética.
Porém, segundo Cavalheiro, “nem todo selecionador promove melhoramento genético do seu rebanho”. Isso porque a escolha das características a serem selecionadas deve ser tomada da melhor forma possível, considerando todas suas variáveis e consequências de seleção.
Por exemplo, em um trabalho na Nova Zelândia de 15 anos de seleção para melhoramento de peso de bezerro aos 13 meses de idade, a eficiência do sistema de produção permaneceu a mesma, mesmo com os bezerros 17% mais pesados ao sobreano após 15 anos de seleção. Isso ocorreu pois ao selecionar maior peso de bezerros, as vacas mais pesadas também foram selecionadas indiretamente, aumentando em 12% o peso médio das matrizes e assim o consumo de alimento necessário para o sistema ficou maior, diminuindo a eficiência. “Houve resposta correlacionada do peso maduro da vacada, e vacas mais pesadas consomem mais”, explica Carvalheiro.
Como demonstado na tabela acima, a eficiência entre o rebanho selecionado e o não selecionado (controle) permaneceu praticamente a mesma após 15 anos de melhoramento, pois para um mesmo consumo total e mesma área, o número de matrizes mais pesadas diminuiu e desmamaram bezerros mais pesados. Comparando com o rebanho controle, o número de matrizes ficou o mesmo, desmamando bezerros mais leves.
Desta forma, o consultor enfatiza que é necessário atenção em quais características eleger para o melhoramento, e assim direcionar todo o esforço, tempo e dinheiro para uma seleção que resulte em melhoria de eficiência do sistema de produção ao longo do tempo.
Dentro desta visão holística sugerida por Carvalheiro, os pontos abordados por ele foram todos relacionados com as fontes de receita de um sistema de produção de cria: descarte de vacas, venda de bezerros e descarte de novilhas.
  • Vacas descarte
A primeira fonte citada foi o descarte de matrizes, pois pode representar 40% da receita de um sistema de cria, e ao mesmo tempo, o custo de mantença dos animais em um sistema é em torno de 50%. Ou seja, quanto maior o peso das vacas, maior a receita com o descarte e maior o custo de mantença do sistema. Lembrando que o peso ideal para o rebanho é dependente do sistema em que está inserido: qualidade do ambiente e potencial genético de produtividade.
  •  Venda de bezerros
Sobre a venda de bezerros, Carvalheiro enfatiza que é a principal fonte de renda de um sistema de cria, representando de 45 a 60% da  receita do sistema. Portanto, ele questiona quais caracterísitcas enfatizar em um programa a de melhoramento para aumentar a eficiência de produção.
O principal ponto a levar em consideração pelo palestrante é a relação e adequação entre vaca, bezerro e sistema de produção. Esse fator é, segundo Carvalheiro, a maior razão pelo qual a raça Nelore se adaptou no sistema Tropical no Brasil. Outro ponto a se considerar para animais zebuínos são as características de fertilidade, como idade ao primeiro parto e reconcepção de primíparas, “o grande gargalo da pecuária de cria nacional” comenta Carvalheiro.
Além desses pontos de fertilidade, Roberto relembra que vacas gordas geram receita, e que taxas de concepção acima de 90% são “utópicas” segundo Carvalheiro. Abater vacas prenhes e/ou manter vacas velhas no rebanho não é viável, pois desta maneira se diminui a reposição de novilhas, aumentando o intervalo entre gerações e aumentando o rebanho de vacas eradas, deixando assim a capacidade suporte do sistema com menos animais por área. É preciso encontrar o ponto ótimo entre a taxa de prenhez e taxa de descarte de cada propriedade para se chegar à máxima eficiência econômica.
A habilidade materna é outra característica a se ter cuidado em melhoramento genético. Carvalheiro chama a atenção que quanto maior esta habilidade, maior será a exigência energética da vaca pela maior produção de leite. Aumentando assim a necessidade de alimento, diminuindo o número de animais viáveis em uma mesma área. Portanto é importante não melhorar em excesso tal característica.
Ainda na questão da produção de bezerros, relacionando os recursos necessários (inputs) e os animais produzidos (outputs), Roberto acredita que mesmo um criador, sem recria e engorda, deve considerar em seu sistema de produção que seu bezerro será a carcaça e a carne de amanhã, por isso a seleção do touro (sêmen) deve ser criteriosa, levando em consideração que há reprodutores que apresentam progênies boas para peso a desmama porém com maus resultados para o peso ao sobreano.
Desta forma, mesmo um criador deve selecionar qual touro utilizar analisando além de somente características na desmama, pois pensando em trabalhos de longo-prazo, seus clientes recriadores podem deixar de fazer negócio por notarem mau desempenho dos animais após a desmama.
Na seleção de bezerros, Roberto comenta que é importante focar características complementares, e não só no peso do animal. Um bezerro pesado pode ser tardio, alto, sem musculosidade. A avaliação visual visando a seleção de acordo com a composição da carcaça deve ser utilizada.
  •  Descarte de novilhas
Mesmo sendo a menor parte da receita de um sistema de cria (até 5%), Carvalheiro diz que a reposição de novilhas é importante para a longevidade da produção, mantendo sua eficiência reprodutiva e econômica.
Partindo para outro tópico de sua apresentação, Roberto lança a questão: “o que é uma vaca eficiente?” e apresenta uma resposta de pesquisadores dizendo que a eficiência de uma matriz é dependente do desempenho de sua cria (peso e composição de carcaça), custo de mantença e fertilidade.
Desta forma, os autores montaram um estudo comparando vacas de diferentes raças taurinas em diferentes condições de consumo de matéria seca (MS) para avaliar e comparar suas eficiências. De maneira geral, vacas de maior porte (frame) tiveram melhor eficiência em situação com maior disponibilidade de MS. A forma contrária também verdadeira: vacas de menor porte tiveram melhor eficiência em sistemas com menor consumo de MS.
A eficiência foi medida em produção de bezerro (grama de peso a desmama produzido por bezerro), dependendo da ingestão de MS (kg) por vaca e número de vacas expostas no sistema.
Complementando o estudo, Carvalheiro estimou a eficiência da vaca Nelore para compará-la com as raças do estudo. Portanto, utilizando dados de uma vaca de 430kg de peso vivo, peso do bezerro a desmama de 190kg com taxa de prenhez de 80%, o consumo estimado seria de 3.100kg/MS/ano (2% peso vivo) com eficiência de 49g, ou seja, mais eficiente em sistemas de baixo consumo de MS do que as raças do estudo original.
Assim, o consultor conclui que o potencial da vaca Nelore é enorme devido ao tamanho do patrimônio nacional, e por isso a responsablidade técnica é de muita importância neste ponto. Além do mais, a vaca brasileira tem este potencial com sua nutrição baseada em pastagens brasileiras, de menor qualidade comparada à dieta fornecida às raças taurinas do estudo.
Pensando em melhoramento genético para vacas de alta eficiência, Carvalheiro cita um índice criado chamado Retorno Maternal (RMat), para ser utilizado em seleção de touros produtores de fêmeas mais eficientes. O principais fatores de seleção para estes touros são o desempenho da progênie (produtividade, conformação, musculosidade), precocidade sexual, longevidade (permanência produtiva: quantos produtos até 4,5 nos de idade) e custo de mantença (peso maduro das fêmeas).
Utilizando-se dados para demonstrar a utilização do índice, observa-se que a fêmea com melhor índice RMat (kg/ano) é a fêmea precoce (1o parto antes dos 30 meses de idade), com permanência produtiva (dois bezerros até 4 anos de idade) e com crias de desempenho superior.
Comparando fêmeas precoces e não precoces, o índice indica que mesmo parindo antes dos 30 meses de idade, a vaca pode ter um índice menor do que vacas não precoces, caso a primeira não tenha longevidade, ou seja, não parir duas vezes até os quatro anos de idade. No mesmo raciocínio entre vacas precoces e não precoces, caso ambas tenham longevidade (duas crias até os 04 anos de idade), o desenpenho da progênie determinará o índice, favorecendo a matriz com progênie de desempenho superior.
Avaliando os touros e classificando-os, percebe-se que as matrizes de melhor RMat são a progênie dos touros melhor avaliados. E comparando o RMat médio das fêmeas avaliadas e classificadas em relação aos touros, a diferença chega em 1@/matriz/ano. As matrizes  filhas dos melhores touros tiveram RMat médio de 75 kg/ano, e as vacas filhas dos touros pior avaliados tiveram RMat médio de 43,9 kg/ano.
Finalizando, Carvalheiro diz que há diversas características para se preocupar em melhoramento e que há diversos índices de seleção utilizados no país. Hoje são consideradas mais carcterísticas, o melhoramento está evoluindo comparado com anos atrás, quando somente o peso dos animais era considerado. Desta forma, a atenção sobre quais características selecionar torna-se mais importante devido a suas interações.
Os marcadores moleculares irão contribuir ainda mais no melhoramento genético, tornando mais preciso o processo de prdição de resultados de cada característica. As biotécnicas reprodutivas (IATF, FIV) já estão e irão contribuir ainda mais para o melhoramento genético, principalmente para a reposição de fêmeas Nelore, já que a produção de cruzamento vem aumentando. Para o futuro, ele enfatiza que a atividade de cria deverá se tecnificar e se especializar cada vez mais, para produzir assim um bezerro com diferencial de mercado que viabilize economicamente o sistema de produção.
Roberto Cavalheiro, Zootecnista formado na Univ. Federal de Lavras, mestre e doutor em genética e melhoramento animal pela UNESP, com pós-doutorado na University of New England, Austrália. Atua desde 2004 como consultor em melhoramento genético animal na empresa GenSys.

domingo, 20 de dezembro de 2015

EUA: pressão contra carne brasileira perde força


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O lobby do setor pecuarista dos Estados Unidos contra a abertura de seu mercado à carne bovina in natura do Brasil está perdendo força no Congresso daquele país, segundo uma fonte que acompanha o assunto. O orçamento americano, previsto para ser votado hoje, deve ser aprovado sem a inclusão das emendas que tinham potencial para atrasar a efetiva abertura do mercado de carne bovina dos EUA por alguns anos. Com isso, o horizonte para os frigoríficos brasileiros fica mais claro e reforça a expectativa de que seus primeiros embarques de carne bovina in natura para os EUA possam ocorrer já no primeiro semestre de 2016. Na semana passada, a Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carnes (Abiec) previu que os embarques poderão começar no segundo semestre e render pouco mais de US$ 100 milhões em 2016. Embora tenha sido anunciada pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) durante a visita da presidente Dilma ao país, em junho, a efetiva abertura do mercado vem se arrastando desde então pela pressão de parlamentares ligados ao setor pecuário, mesmo com a declarada posição do Executivo americano, que defende a abertura ao Brasil. Para se contrapor ao lobby pecuarista, integrantes da embaixada brasileira em Washington fizeram 14 reuniões com membros do USDA e de comissões do Congresso, além de terem enviado mais de 70 cartas a alguns parlamentares americanos. Entre julho e agosto, as comissões de dotação orçamentária da Câmara e do Senado chegaram a incluir emendas aos projetos que tratam dos gastos do USDA no ano fiscal de 2016, requerendo medidas adicionais para verificar a possibilidade de a importação do produto brasileiro levar febre aftosa aos EUA. Se essas medidas fossem aprovadas, a abertura do mercado americano voltaria à estaca zero. Por fim, no texto final do orçamento que tende a ser aprovado hoje consta uma emenda bem mais branda, prevendo auditorias e avaliações por parte do Serviço de Inspeção Sanitária Animal e Vegetal (Aphis, na sigla inglês) em países que tiveram o status sanitário aprovado por esse mesmo órgão. Com informações do Valor.

Arroba: fim de ano lento no mercado

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A proximidade dos feriados de final de ano tem colaborado com a lentidão do mercado. Praticamente todas as indústrias estão com as programações de abate prontas para a próxima semana, restando apenas a última semana do ano para ser preenchida. Acompanhe as cotações do mercado do boi gordo e da reposição em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php Neste momento, há dificuldade de preencher as programações da última semana do ano em função da resistência dos pecuaristas em embarcar e abater a boiada nesta época. Mas, de maneira geral, isso não foi suficiente para gerar pressão de alta, já que o consumo não sinalizou melhora significativa este mês, tornando os estoques atuais suficientes para atender a demanda. Nos próximos dias a expectativa é de que as negociações ocorram de maneira lenta, com pouca possibilidade de alterações significativa nas cotações. Em curto prazo é esperada melhora das vendas de carne. Com informações da Scot Consultoria.

Baixa na arroba segura reposição

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Na média das categorias de machos anelorados, os preços ficaram estáveis nos últimos sete dias. A queda nas cotações do boi gordo em algumas praças vem colaborando para a resistência a novas altas na reposição. Além disso, a proximidade com o final do ano vem acarretando diminuição das negociações. Entretanto, a oferta curta mantém o mercado pressionado e não há espaço para recuos significativos nas cotações. Acompanhe as cotações do mercado do boi gordo e da reposição em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php Dentre os estados pesquisados pela Scot Consultoria, destaque para o Rio Grande do Sul, com valorizações semanais de 0,6% para o boi magro (12@) e de 0,7% para o garrote (9,5@). A baixa oferta dessas categorias e a melhora da demanda (em resposta ao preço firme do boi) vêm influenciando o mercado de reposição no estado. Além disso, as chuvas têm colaborado para a boa situação das pastagens. No cenário geral, a expectativa para o curto prazo é de que não ocorram grandes movimentos de preços, com um mercado mais lento na reta final de 2015. Com informações da Scot Consultoria.

Pecuaristas lucrarão menos nos EUA

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As margens de lucro dos produtores norte-americanos de carne bovina sofrerão uma redução em 2016, devido à alta do dólar, ao enfraquecimento da demanda em países emergentes e à concorrência doméstica com as carnes mais baratas, como suína e de frango, disse nesta quinta­-feira a agência Moody's. Apesar do aumento da oferta no mercado interno ante os níveis de 2010, os preços da carne bovina continuam comparativamente mais altos do que os de aves e suínos, tornando estas últimas opções mais viáveis para os consumidores norte­americanos, disse o vice-­presidente e analista sênior de crédito da Moody's Brian Weddington, em relatório divulgado a investidores. "Os preços da carne bovina nos EUA têm aumentado de maneira contínua desde 2010, com a seca restringindo a oferta de gado. Ao mesmo tempo, os preços baixos do frango e a queda nos preços da carne suína afastaram as pessoas do gado, pressionando ainda mais os preços no varejo", disse. A Moody's prevê que os "os volumes vendidos comecem a melhorar no fim de 2016", com o abate de gado mais gordo por causa da queda no preço das rações, mas não o suficiente para reduzir todas as perdas, disse a Moody's em relatório. O aumento dos volumes deve ajudar as grandes produtoras, como a Tyson Foods e a JBS USA, subsidiária da JBS, continuarem lucrativas, mas as margens continuarão mais baixas devido a outras condições desafiadoras no primeiro semestre do ano que vem. Já no mercado externo, as exportações de carne bovina dos Estados Unidos perderam competitividade por causa do dólar forte, o que acirrou a concorrência com exportadores como Austrália, México e Canadá na disputa por mercados importantes como a China, segundo o relatório. Com informações da Reuters.

Insumos para reprodução: mercado lento

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Na comparação com mês passado, houve diminuição nas vendas de insumos para reprodução animal. O maior volume de vendas já aconteceu nos últimos meses. Atualmente ocorrem compras de pecuaristas que atrasaram a estação de monta devido à irregularidade das chuvas em algumas regiões. Os mercados do boi gordo e também de reposição têm trabalhado em patamar valorizado ao longo do ano, apesar da recente pressão de baixa para o boi gordo, o que estimula o produtor a investir em reprodução. Por sua vez, a proximidade dos feriados de final de ano é um fator negativo para a comercialização, pois há um típico recuo nas vendas. As expectativas são de estabilidade para o próximo mês. Com informações da Scot Consultoria.

domingo, 13 de dezembro de 2015

Como ficará o mercado do boi em 2016?

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Os preços do gado no Brasil para 2016 devem ficar próximos dos R$ 150,15/@ estimaram os analistas do Rabobank em seu relatório divulgado nesta quinta­-feira (10). Apesar de uma recuperação da oferta, não é esperado que as cotações sejam colocadas sob pressão, podendo ultrapassar os níveis nominais recordes no próximo ano. A instituição espera que a produção brasileira de carne bovina em 2016 aumente em cerca de 4%, já que os elevados preços dos bezerros estão incentivando os produtores a reter vacas em seu rebanho, em vez de enviá­los para o matadouro. A falta de bovinos acabados tem sido o principal motor no mercado de carne bovina brasileira durante 2015. De acordo com preliminar dados do Ministério da Agricultura do Brasil, o abate de bovinos durante os primeiros nove meses de 2015 foi de 8% abaixo do mesmo período em 2014. Com a baixa disponibilidade de gado acabado, o preço médio de bovinos vivos flutuou em torno de R$ 148,15/@ em novembro 2015, o que representa uma queda de 6% em relação ao novembro 2014, considerando a inflação. A baixa do preço é resultado do consumo interno fraco, refletindo o abrandamento geral da economia e um ambiente de recessão econômica. No entanto, o Rabobank estima que um aumento na demanda externa aliada a baixa oferta de animais deve continuar sustentando os preços no próximo ano. Demanda A China continua a desempenhar um papel fundamental no mercado global de carne bovina. As importações oficiais de carne bovina da China atingiram 363.000 toneladas no primeiro dez meses de 2015, um aumento de 41% em comparação com o mesmo período do ano. A Austrália continua a ser o maior fornecedor de carne bovina ao mercado chinês, porém o aumento dos preços torna a carne bovina australiana menos competitiva, e a China está buscando fontes mais baratas, sendo o Brasil um importante player neste mercado. Com isso, o Rabobank estima que o Brasil deverá aumentar as exportações em cerca de 6% em 2016, após recuar perto de 10% em 2015. Espera­se também, que o Brasil ganhe acesso ao mercado norte­americano em 2016, o que não só fornece as exportações, mas será também suporte de entrada para outros mercados. Recentemente o Brasil recuperou o acesso ao mercado chinês, e à Arábia Saudita. Com informações do Notícias Agrícolas.

Arroba: pressão é de baixa

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A queda nos preços em algumas regiões evidencia a pressão de baixa no mercado do boi gordo. Houve queda nos preços da arroba do macho terminado em nove das trinta e uma praças pesquisadas pela Scot Consultoria. No sul de Goiás as chuvas estão mais frequentes, e já se vê animais terminados em pasto. Os estoques de carne estão abastecidos. Com isso, há menor necessidade de compra por parte dos frigoríficos. Acompanhe as cotações do mercado do boi gordo e da reposição em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php Gradualmente, algumas indústrias vêm ofertando preços abaixo da referência, fato que é minimizado pelos preços mais altos ofertados pelos frigoríficos de menor porte. As carcaças de bovinos castrados e inteiros tiveram aumento de preços, cotadas em R$9,51/kg e R$9,43/kg, respectivamente. Com informações da Scot Consultoria.

Reposição cara freia o mercado

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Mercado de reposição sem significativas alterações nos últimos sete dias. Os preços ficaram praticamente estáveis, com ajuste positivo de 0,1% nas cotações, considerando a média das categorias de machos anelorados. A proximidade do final do ano vem causando redução das negociações e gera as especulações acerca do comportamento dos preços na entrada de 2016. Além disso, a queda das cotações em algumas praças no mercado do boi gordo e o alto nível de preços da reposição gera resistência por parte dos compradores. Acompanhe as cotações do mercado do boi gordo e da reposição em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php Em São Paulo, o boi magro (12,0@), garrote (9,5@) e o bezerro desmamado (6,0@) estão cotados em R$1.980,00, R$1.730 e R$1.360,00 por cabeça, respectivamente. Tais preços são 14,5%, 18,2% e 20,4% maiores, quando comparados aos do igual período do ano passo, na mesma ordem. Na média de dezembro, até o dia 10, foram necessárias 9,06 arrobas de boi gordo para a compra de um bezerro desmamado em São Paulo, alta de 16,0% em um ano. Essa é a pior relação de troca da série, que começa em 1996. Em curto prazo, a expectativa é de preços ao menos sustentados para a reposição. Com informações da Scot Consultoria.

MAPA diz que está em dia com exigências dos EUA

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A secretária de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Tatiana Palermo, afirmou que os entraves burocráticos relativos aos embarques de carne in natura para os Estados Unidos devem ser resolvidos nos próximos meses. "Estamos na última fase, de finalizar certificados", disse após participar do seminário internacional "Projeto OEA: Compliance", organizado pela Aliança Procomex e promovido pela Receita Federal. Segundo ela, os embarques ainda não foram autorizados por uma questão orçamentária dos EUA. "Quando o Congresso norte­americano aprova o Orçamento, eles votam rubricas específicas. Havia o temor de que os recursos para a finalização desse processo de abertura (para a carne brasileira) não fossem alocados, mas eu não acredito que isso será um impedimento, até porque o governo americano não acredita disso", explicou. Tatiana afirmou que, na negociação com os EUA, os problemas maiores já foram superados. "Estamos fazendo de tudo para liberar os embarques. Se dependesse só da gente, já teria finalizado." A secretária lembrou que este ano o Ministério da Agricultura conseguiu liberar todos os mercados que estavam fechados para a carne brasileira, após episódio de vaca louca em 2012. "Fizemos uma força­tarefa, fomos atrás e reabrimos todos os mercados, concluindo agora o último, o Japão, que é um dos mais exigentes", afirma. Com informações do Canal Rural.

sábado, 5 de dezembro de 2015

Japão reabre mercado à carne processada do Brasil

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O Japão reabriu nesta sexta­-feira (4) o mercado à carne bovina processada do Brasil, embargada desde 2012 depois da detecção de um caso atípico do chamado mal da vaca louca no Paraná. A secretária de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Tatiana Lipovetskaia Palermo, informou hoje em Tóquio sobre a decisão e comemorou pelo "simbólico" incentivo às exportações brasileiras. A presidente Dilma Rousseff trataria da retomada da venda de carne bovina ao Japão em sua visita no início deste mês, porém a viagem foi cancelada. O Brasil espera recuperar o volume de embarques de carne ao Japão ­ o último país do mundo a suspender o embargo ­ que tinha em 2012, cerca de US$ 18 milhões, antes da detecção de encefalopatia espongiforme bovina (EEB), o chamado mal da vaca louca, no Paraná. No entanto, o volume é pequeno em relação à quantidade total de carne bovina comprada pelo Japão no exterior ­ US$ 2 bilhões por ano. Mas o Brasil pretende expandir sua participação a partir da decisão de hoje. Além de concluir a reabertura do mercado para a carne processada, a visita da secretária de Relações Internacionais do Mapa ao Japão teve como objetivo avançar nas negociações para que o governo do país libere também as importações de carne fresca do Brasil. "Esperamos concluir essas negociação em breve", explicou Tatiana, que destacou a importância de completar esse passo para que a carne brasileira tenha acesso a um importante mercado como o japonês, que já importa US$ 2,5 bilhões anuais em outros produtos. Outro ponto importante da visita foram as reuniões para preparar o encontro que será realizado nos dias 24 e 25 de fevereiro em Palmas, no Tocantins, nos quais investidores japoneses discutirão projetos concretos para o desenvolvimento de infraestruturas na região conhecida como Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). A região formada pelos quatro estados se transformou em um importante foco de produção agrícola no país, graças ao clima favorável e aos 35 milhões de hectares de terras cultiváveis. Os investimentos japoneses serviriam para resolver problemas de irrigação na região e melhorar a estrutura de escoamento da safra pelas próprias regiões Norte e Nordeste, evitando que parte da produção precise ser transportada até os portos de Santos e Paranaguá. Empresas japonesas já investem em importantes projetos no Matopiba, como, por exemplo, no porto de Itaqui, perto de São Luís, no Maranhão. As importações de carne bovina pelo Japão diminuíram em quantidade, mas aumentaram em valor em relação ao ano passado. A importação de carne bovina até outubro de 2015 foi de 412.365 toneladas, 7% a menos do que em 2014, mas o valor total de importação foi de 283 bilhões de ienes, 13% a mais que no ano anterior. A diminuição da importação ocorreu principalmente pela queda no envio do produto pelos EUA. Outros exportadores de carne bovina para o Japão são Nova Zelândia, México, e Canadá. Em 2014, o fluxo comercial entre Brasil e Japão alcançou US$ 12,6 bilhões, com superávit de US$ 800 milhões para o Brasil. O Japão é o sexto parceiro comercial, quinto destino das exportações brasileiras e ocupa o quinto lugar como origem de investimentos estrangeiros diretos no Brasil. Estados Unidos Em junho, os Estados Unidos liberaram a importação de carne in natura de 14 estados do Brasil, encerrando uma restrição praticada há 15 anos. Em julho, a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, garantiu ao ministro da Agricultura, Floresta e Pesca do Japão, Yoshimasa Hayashi, que o Brasil tinha "todas as condições" para vender carne bovina para aquele mercado. "Não temos nenhuma dificuldade em adaptar nossas regras sanitárias ao Japão. Estamos prontos para cumprir e temos todas as condições para exportar. O Japão é especialista em praticamente tudo e nós brasileiros somos especialistas na produção de alimentos. Essa compreensão por parte do mundo é importante para nós, como é também para o Japão", declarou na ocasião a ministra. De acordo com a Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne (Abiec), o Brasil fechou 2014 com faturamento acima de US$ 7 bilhões no comércio de carne ­ mais de 1,5 milhão de toneladas. Os principais compradores de carne brasileira são Hong Kong, Rússia, União Europeia, Venezuela e Egito. Com informações do Globo.com

Arroba: mercado perdeu a firmeza?

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As programações de abate continuam confortáveis na maioria das praças pesquisadas pela Scot Consultoria, diminuindo o ritmo de compra das indústrias. Junto a isso, as chuvas colaboram para maior saída dos animais de confinamento, o que tende a pressionar o mercado. Das trinta e uma praças pesquisadas, houve queda no preço do boi gordo em cinco. Acompanhe as cotações do mercado do boi gordo e da reposição em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php As carcaças de bovinos castrados e inteiros estão cotadas em R$9,40/kg e R$9,36/kg, respectivamente. Por outro lado, no Rio Grande do Sul, a baixa oferta vem colaborando para a firmeza do mercado. Nos últimos sete dias o boi gordo subiu 2% no estado. Não estão descartadas desvalorizações da arroba, no entanto, as quedas estão limitadas pela condição de baixa oferta. Com informações da Scot Consultoria.

Exportações em recuperação?

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Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Brasil exportou 99,82 mil toneladas métricas de carne bovina in natura em novembro. Esse volume representa uma queda mensal de 8,1%, mas uma alta de 10,3% em relação ao mesmo período de 2014. Este foi o segundo mês de 2015 em que exportamos mais carne na comparação como o mesmo período do ano passado. Para o faturamento, de US$436,3 milhões, houve queda de 3,1% na comparação mensal e de 1,2% na anual. No acumulado do ano (janeiro a novembro), ainda temos quedas significativas para o faturamento e volume. Para a receita, a redução é de 19,9% e para o volume exportado, de 12,9%. Com informações da Scot Consultoria.

Arroba: há pressão de baixa, mas não sobra boi

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Alguns frigoríficos estiveram fora das compras desde o início desta semana. Com programações de abates confortáveis, parte das indústrias aguarda para adquirir os animais ou reduziram a pressão de compra. Alguns compradores, em função dos contratos a termo e parcerias, estão com as escalas praticamente completas este ano, com poucos dias para serem preenchidos. Nos estados confinadores, com as chuvas, a saída de animais do cocho aumentou. Acompanhe as cotações do mercado do boi gordo e da reposição em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php Tudo isso vem pressionando o mercado para baixo. Por outro lado, não há sobra de oferta e em algumas regiões, principalmente onde o confinamento não é expressivo, não existe espaço para quedas de preços. A demanda esperada para o início do mês ainda não mostrou sinais de melhora, mas nos próximos dias é esperado que o mercado esteja mais movimentado. Com informações da Scot Consultoria.