No caminho pela busca de aumento da produtividade, uso de tecnologia, melhora de indicadores ambientais e
outras exigências do mercado, haverá uma exclusão significativa de produtores na pecuária brasileira, afirmou,
nesta terçafeira, 16, André Pessôa, engenheiro agrônomo e sócio da Agroconsult, durante seminário do Grupo
de Trabalho da Pecuária Sustentável (GTPS).
Segundo Pessôa, dos cerca de 1,7 milhão de pecuaristas que existem no Brasil, apenas cerca de 300 mil operam
em níveis de tecnologia que tornam viável economicamente sua sobrevivência. Este grupo tende a cada vez mais
dominar o mercado e, consequentemente, excluir aqueles que estão atrás, com níveis de produtividade bem
menores.
Ainda de acordo com os dados apresentados pelo analista, 50 mil pecuaristas operam em nível de produtividade,
no mínimo, 2,5 vezes acima da média nacional e cerca de 250 mil estão em risco de serem excluídos pela
intensificação tecnológica dos mais eficientes.
"Temos ainda gente produzindo menos de 3 arrobas por hectare/ano e outros com mais de 30 arroba por
hectare/ano", afirmou. Essa característica tão heterogênea da cadeia pode impactar negativamente a evolução
do setor em questões ambientais, tema do evento desta terçafeira, segundo o analista.
A avaliação é que enquanto grupos devem evoluir em indicadores ambientais, outros podem apresentar
retrocessos que podem se refletir no resultado geral da cadeia. "As formas que usamos para agricultura não
serão necessariamente adequadas para uma cadeia tão heterogênea como é a pecuária", disse Pessôa.
Para o analista, o setor precisa criar estratégia para incluir estes grupos com menor uso de tecnologia. "Poucos
terão condições de ir para a série A, mas este público da série B deve fazer parte de nossas estratégias", disse,
fazendo uma analogia com futebol. Com informações do portal Estadão.
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