Aos poucos, os frigoríficos pelo Brasil já estão girando seus estoques de carne, abatendo os bois escalados antes
da greve e fazendo o mercado funcionar. Há relatos até de indústrias que já estão fazendo compras novas e
abatendo. Há muita expectativa, pois o mercado sabe que a pressão sobre os preços vai ser forte, uma vez que,
além da oferta que vinha em alta antes da crise gerada pela paralisação, agora ela terá que ser desreprezada.
“Queda de braço”, resume Marcos Jacinto, de Canarana (MT), contando que o JBS de Barra do Garças já está
trabalhando os animais comprados, mas sem preço para as novas aquisições, programadas para terça próxima.
Também dia 5 o Marfrig de Ji-Paraná (RO) sairá escalando novamente. Até lá, a planta vai girar os mil animais
negociados – R$ 132,00 a @ bois e R$ 123,00 vaca, 30 dias para descontar -, começando pelas duas carretas
liberadas nesta quinta (31) já. Quem disse foi Sérgio Ferreira, que atua na compra da empresa e também é
presidente da Associação Rural de Rondônia.
O JBJ de Santa Fé e o JBS de Mozarlândia, os dois de Goiás, estão carregando nesta sexta (1) e matam amanhã
e um dos quem venderam foi Marcelo Marcondes, com propriedades na região do Araguaia. “Terças disseram que
voltam a comprar”, adiantou Marcondes, ex-presidente da Associação dos Produtores do Vale do Araguaia
(Aprova). Ele acredita que os novos negócios vão sair, no mínimo, igual aos lotes que estão sendo levados hoje e
fechados antes da greve: R$ 128,00 comum e R$ 131,00 o europa, no JBJ, praticamente a mesma coisa que no
JBS.
No Noroeste do Paraná, já abateram no feriado e vão abater domingo os animais antes vendidos por Lineu
Gonçalves, que ao Notícias Agrícolas já havia dado que mais de 430 cabeças de seu confinamento ficaram retidas
no curral com a greve. Novas compras na segunda e terça com o pecuarista pedidno R$ 2,00 a mais para novilha
(a R$ 138,00) e bois (a R$ 140,00) nas uidades frigorífica 3 R, Colorado e Guaicara. “Eles (os frigoríficos) vão
querer o mesmo preço, naturalmente”, pensa o pecuarista.
Acompanhe as cotações da arroba do boi gordo e da reposição
em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
É preciso dizer que na região paranaense não há pressão dos grandes grupos, a oferta e a oferta é mais restrita
pela pouca disponibilidade de pastagens e estiagem mais cedo.
Em Colider (MT), o JBS já está mandando os fornecedores enviarem suas cargas. Carlos Eduardo Dias, da Marca
40, de Sinop e com propriedades na região de Alta Floresta, já está providenciando as 34 vacas e 1 touro, também
de descarte, a R$ 124,00, que embarcam na terça. Ele está mais presente na cria, daí os descartes
Também no ponto os lotes de Marco Garcia, de Três Lagoas (MS), que estavam parados pela greve, como o expresidente
do Sindicato Rural da cidade fronteiriça com São Paulo também já havia falado ao Notícias Agrícolas. O
que iria ser embarcado dia 24, vai ser levado dia 7 (quinta-feira), porque são bois e novilhos rastreados que a
indústria precisa matar com os veterinários do Mapa por perto. “A R$ 131,00, mais R$ 2,00 de trace, mais de R$ 2
cota Hilton, mais prêmio por acabamento, mais a bonificação do programa do Novilho Precoce do MS”, afirma
Garcia.
Tudo com 30 dias e para descontar o Funrural, o mesmo que no Minerva de José Bonifácio (SP), para onde vai o
outro lote do pecuarista sul-matogrossense, na terça-feira.
No Grupo Pecuária Bauru (GPB), informações passados pelos membros podem ser lembradas aqui. Como a do
Frigorífico Barra Mansa, de Sertãozinho (SP) que já conseguiu comprar de urgência na quarta e matar ontem, a R$
127,00/@. O pecuarista pediu off de seu nome, mas disse que foram 38 vacas e 2 marrucos (touros) de descarte.
Também há informações semelhantes, como o Marfrig de Promissão (SP) já abatendo.
Em Três Marias, no Pará, Roberto Paulinelli já gira seu frigorífico. O Rio Maria tem capacidade de 550 animais por
dia, mas vai tocando aos pouco enquanto vai saindo a carne, cuja maioria vai para Nordeste, São Paulo e Rio.
Igual ao Frigorífico Verdi, de Pouso Redondo (SC). Com 300 ganchos diários, ontem Ariel Verdi, afirma ter matado
50%, e amanhã vai chegar a 90%. Seu escoamento, de carne certificada de charolês e angus, é mais rápido
devido às distâncias menores no estado.
Os dois empresários também estavam entre aqueles que já haviam notificado da paralisação de suas empresas ao
Notícias Agrícolas durante a greve. Com informações do Notícias Agrícolas.
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