É bem verdade que o pasto é capaz de suprir boa parte das necessidades dos bovinos,
mas isso acontece no período de outubro a abril, sendo que começa a
existir uma escassez depois desse período. Por isso, a fim de evitar a
perda de peso do gado, os pecuaristas devem contornar a situação com o fornecimento de comida no cocho e volumosos, como cana-de-açúcar, silagem e feno.
Para tal contorno de situação, faz-se
necessário uma definição de estratégias de suplementação alimentar para o
período de inverno. Tais estratégias serão responsáveis por regular a
oferta e a qualidade da matéria seca que será consumida pelo animal,
visando a escolha para cada categoria de animal e qual o ganho de peso e
de peso vivo pretendido pelo pecuarista.
Quando essa estratégia visa a quantidade
de alimentação suplementar significativa, ela tem o mérito de ajudar na
redução da pressão de pastejo. Dessa forma, uma boa parte do consumo
voluntário da pastagem é substituída pelo consumo de matéria
seca suplementada. E isso é muito importante, pois vemos casos de
pecuaristas que são obrigados a vender o gado como forma de reduzir a
pressão de pastejo.
Muitas vezes a perda de peso do gado
está relacionada a questões sanitárias e alimentares, mas não se
restringe somente a isso. Em alguns lugares, os animais chegam a perder
mais de 80 Kg no período de inverno. Isso porque nesse período o pasto
fica mais ralo e falta comida para o gado. Para que isso não aconteça, é
importante que haja uma fonte de alimentação suplementar.
O produtor deve manter um volumoso e uma
pequena parcela de suplementação proteica, já que o intuito é não
deixar o gado perder peso. Mas, para isso existe um período de adaptação
por parte dos animais. E, quando chegar o período de inverno, o
produtor já deve ter a cana estabelecida ou a silagem pronta. Para
tanto, faz-se necessário um planejamento da necessidade alimentícia dos
animais no período em questão.
Levando em conta as diferentes regiões
do Brasil, aconselha-se a utilização da cana-de-açúcar para produtores
do norte e do noroeste. No entanto, a cana tem apenas 2% de proteína,
sendo necessário acrescentar ureia e sulfato de amônia para elevar o seu
teor de nitrogênio. No centro-sul é possível ter pastagens como aveia e
azevém no inverno, porém, ainda assim, é necessário o uso de
suplementação. No caso da aveia, ela apresenta em média 15% de matéria
seca e muita água. Por isso, é preciso dar um volumoso e complementar
com horas de pastejo, dependendo da disponibilidade de alimento.
Portanto, para que o produtor não tenha
problemas com perda de peso do gado durante o inverno, é importante que
ele planeje tudo, desde ao suplemento que irá fornecer ao animais até o
que será gasto com alimento concentrado, seja ração, farelo de soja,
farelo de trigo, ou qualquer outro. O planejamento deve focar as metas
anuais de desfrute do rebanho, de forma a equilibrar a soma da
produtividade de peso vivo entre verão e inverno.
Nenhum comentário:
Postar um comentário