domingo, 9 de novembro de 2014

Bruno Grubisich, de Camapuã, viu no déficit de touros para reposição uma oportunidade de empreender no mercado de embriões

Atento à falta de animais prontos para o abate e à demanda aquecida pela carne bovina nos mercados interno e externo, o produtor rural de Camapuã (MS), Bruno Grubisich, passou a replicar o rebanho utilizando-se de biotecnologia.
Por meio da técnica conhecida como Fertilização in Vitro (FIV), que consiste na fertilização de óvulos em laboratório, com sêmen selecionado, o plantel é replicado e o produtor se torna pioneiro no mercado de embriões que serão destinados à pecuária de corte, com garantia de qualidade.
Segundo o produtor rural, também diretor presidente da empresa Verdana Agropecuária, a FIV, antes utilizada apenas para multiplicação de genética de gado de elite, apresenta-se como alternativa eficaz para multiplicação de animais melhoradores a campo, sejam matrizes ou touros reprodutores.
– Ao identificarmos as linhagens e famílias mais produtivas, conseguimos multiplicá-las com maior agilidade e precisão através do uso de ferramentas biotecnológicas – diz Grubisich.
O produtor afirma que a Inseminação Artificial em Tempo Fixo é uma realidade inquestionável neste processo de melhoramento e seleção, mas o uso da FIV traz ao sistema produtivo um salto de evolução ainda maior.
– Podemos aumentar a pressão de seleção formando um time de doadoras de alto valor genético e lançar mão de doses de sêmen de touros líderes genéticos que seriam caros demais para serem utilizados numa inseminação artificial, já que uma única dose, no processo da FIV, fertiliza um número grande de óvulos, diluindo o custo da mesma – enfatiza Grubisich.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões (SBTE), o Brasil é líder no ramo com produção anual de aproximadamente 600 mil embriões por ano e exportações para países de primeiro mundo. A técnica é desenvolvida há cinco anos por Bruno em Camapuã, onde neste período três mil embriões foram produzidos e inseridos em cerca de 1,5 mil vacas.
Com bases nessas informações e com a finalidade de diminuir o déficit de touros para reposição, o produtor rural resolveu inovar e empreender no mercado de embriões, passando a comercializar matrizes já prenhas por meio da técnica FIV. Para a primeira experiência comercial de embriões voltados para pecuária de corte, Grubisich e sua equipe enxertou 150 matrizes nelore Pura de Origem, com embriões de alto padrão genético e as comercilizará virtualmente no dia 25 de novembro.
Quanto ao custo da FIV, Grubisich aponta vantagens se comparada à técnica de inseminação artificial. Ele afirma que o custo compensa e é proporcional à produtividade e explica que, geralmente, são necessárias duas tentativas e meia para conseguir uma prenhez por inseminação artificial.
Cada dose de sêmen chega a custar R$ 40,00 e cada protocolo em torno de R$ 20,00, além do custo de mão de obra em torno de R$ 10,00 por animal inseminado. Para se conseguir uma prenhez por inseminação artificial em tempo fixo, o investimento pode chegar a R$ 175,00. Já na FIV o produtor terá apenas o custo do protocolo, do sêmen (lembrando que uma única dose fertiliza um número grande de óvulos) e da prenhez quando confirmada e sexada, já que a empresa responsável pela FIV só recebe mediante o sucesso da operação.
– Na Verdana trabalhamos com um custo por prenhez FIV de R$ 300,00.  A diferença de menos de uma arroba entre uma técnica e outra é extremamente compensador se levarmos em conta o valor genético dos indivíduos colhidos – finaliza.

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