Adaptar-se à falta de água será o grande desafio de 2015 tanto para o governo quanto para a população.
A agropecuária brasileira é o esteio do
Produto Interno Bruto (PIB) e há muitos anos a balança comercial vem
sendo sustentada pelo agronegócio que, atualmente, representa 23% do
PIB, quase um quarto do total e gera 30% dos empregos do país. Em 2015, o
desempenho das principais commodites agrícolas tende a ter margens
menores, mas ainda assim poderão ser observados números razoáveis que
vão contribuir com o crescimento da economia do país, comparado aos
demais setores econômicos que projetam uma desaceleração neste ano.
Adaptar-se à falta de água será o grande
desafio de 2015 tanto para o governo quanto para a população. A
estiagem nas principais regiões produtoras
do Sudeste e Centro-Oeste pode trazer um impacto negativo para o setor
agropecuário. A logística de escoamento de grãos é um grande gargalo
para o país e a paralisação de muitos pontos da hidrovia Tietê-Paraná
está fazendo com que os produtores recorram ao transporte rodoviário.
O ex-ministro da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, de janeiro de 2003 a junho de 2006 e atual presidente do
conselho de administração da União da Indústria da Cana-de-açúcar
(UNICA), João Roberto Rodrigues, explica que: “Em algumas regiões
de Mato Grosso, alguns caminhoneiros já fizeram acertos para ter um
preço uniforme. Então é muito possível que o problema das hidrovias se
some ao aumento do custo de produção”.
O crescimento previsto não depende
somente do clima, mas também vai requerer que o agronegócio explore seus
ganhos de produtividade, sem depender apenas de impulsos da demanda.
Existem muitos fatores externos como a desaceleração do mercado chinês,
principal destino do grão brasileiro, que pode impactar as negociações
em 2015. Roberto Rodrigues ressalta que a maior cautela do setor deve
ser vista para o ano de 2016. “A valorização do dólar pode aumentar
ainda mais os custos de produção. E se os preços lá fora continuarem em
queda, devido o aumento da oferta, as margens serão ainda menores no
próximo ano (2016)” diz.
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