Cotado a R$ 146 por arroba no Paraná, o boi gordo vale 50% mais do que valia até 2013. Redução na
oferta, descompasso no abate, enfraquecimento do consumo interno, exportações sustentadas, uma série
de motivos são apontados para o aumento contínuo da cotação nos últimos anos.
Neste momento, no entanto, em que o real está desvalorizado e o país tenta evitar o fechamento de mais
frigoríficos, as estimativas são de que, se não fosse o solavanco cambial, o preço interno teria, no mínimo,
caído na proporção do preço da tonelada exportada, que recuou 10% em um ano.
A cotação de R$ 146 por arroba é 22% maior que a média de agosto de 2014 no Paraná. No período, no
entanto, o dólar subiu mais de 50%. Essa alta mascara, por exemplo, o reflexo da retração no consumo
interno, que absorve dois terços da oferta de carne bovina.
Depois do fechamento ou desativação temporária de 40 frigoríficos, a indústria da carne bovina avaliou na
última semana que a oferta estava mais equilibrada, e que o pior da crise havia passado.Essa resposta,
no entanto, deve vir da regularidade na oferta de animais para abate e dos preços.
A estabilização do mercado do boi tornase mais distante pelo fato de a valorização da commodity estar
calçada na queda da moeda brasileira diante do dólar. Se por um lado os especialistas atribuem a
valorização da arroba à baixa oferta, por outro é o real desvalorizado que permite recordes na renda
bruta.
O preço por tonelada exportada caiu 7,5% em um ano em Mato Grosso, maior produtor de carne bovina
brasileiro. Porém, com alta de mais de 50% no dólar no período, essa baixa passa batida. Com
informações da Gazeta do Povo.
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