domingo, 2 de agosto de 2015

Pecuarista inova na seleção do Nelore com ultrassonografia

Com foco em carne qualidade, o pecuarista Nelson João Bertipaglia Junior e seu pai, Nelson João Bertipaglia, iniciaram um projeto pioneiro há três anos, para mostrar o potencial da raça Nelore no Brasil. O projeto teve início na Fazenda Taperi, localizada na cidade de Brasilândia (MS), com 36 animais selecionados para a produção de carne de qualidade, com seleção por ultrassonografia e criação a pasto.
O objetivo do projeto é buscar na raça Nelore a produtividade, precocidade e qualidade de carne, com um produto diferenciado, para um mercado mais selecionado, apresentando a carne do Nelore marmorizada. Para isso, todas as matrizes da fazenda de Nelson passaram por seleção com ultrassonografia, visando o marmoreio como característica desejada. Essas matrizes foram acasaladas com touros, que também passaram pelo mesmo critério de seleção.




As avaliações por ultrassom tiveram início desde a desmama dos trinta e seis animais, todos em condições de pastagem e terminação de oitenta dias em confinamento. Após todo este processo todos mostraram, novamente por ultrassom, potencial para marmoreio, e assim o projeto teve andamento.
O primeiro abate técnico do projeto, que utiliza a ultrassonografia como critério de seleção, foi realizado no final do mês de abril, no Frigoestrela, em Estrela D’ Oeste (SP). No total, foram abatidos 36 animais, sendo 10 fêmeas e 26 machos da raça Nelore, todos com idade entre 24 e 25 meses, média de peso entre 17 e 20@, todos com acabamento de carcaça mediano ou uniforme e apresentaram carne marmorizada, após a desossa.
O projeto é pioneiro no Brasil, um projeto piloto, o primeiro projeto que utiliza seleção por ultrassonografia, e o pecuarista Nelson João Bertipaglia Junior já tem mais dois lotes selecionados para serem abatidos nos próximos anos. De acordo com ele: “o abate nos mostrou que o Nelore é capaz de ser rentável, produtivo, de alto rendimento de carcaça, com bom acabamento, num bom equilíbrio de marmoreio, criado na realidade do brasileiro. Este é um projeto piloto e estamos preparando mais lotes de animais para os próximos testes, buscando a evolução do trabalho e da raça também”.
O trabalho do pecuarista contou com o trabalho e auxílio da DGT Brasil (empresa responsável pela ultrassonografia de carcaça dos animais) e Beef&Veal (empresa que busca o aperfeiçoamento da carne de qualidade). O abate técnico contou com o envolvimento de toda a cadeia produtiva com a presença do produtor, técnicos, indústria, Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) e varejo.
Segundo Liliane Suguisawa, diretora técnica da DGT Brasil: “Todos os animais foram escolhidos pelo equilíbrio em musculosidade, acabamento e marmoreio no ultrassom DGT, em 2012. O melhor resultado da Fazenda Taperi não é a bonificação que todos sonham. É poder ter cem por cento dos animais de vinte e quatro a vinte e cinco meses terminados com alto rendimento em um manejo tradicional do Mato Grosso do Sul. É simplesmente deixar de ‘seguir a boiada’, provando ao mundo que a seleção de carcaça também funciona”.
Para Roberto Barcellos, consultor e diretor da Beef&Veal: “Hoje estamos diante de uma quebra de paradigma, pois vimos o resultado na primeira geração de seleção. Bastou definir um critério de seleção de algumas características desejadas pelos consumidores, neste caso o marmoreio da carne, que o resultado aparece. Trabalho sério que merece ter seu resultado comemorado”, completa Barcellos.

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