Apesar do aumento do consumo de produtos cárneos no Estado, a produção paulista tem apresentado
uma queda na última década, perdendo espaço para outras culturas, principalmente em razão da
demanda da área disponível para a criação de bovinos, ocupada por outras atividades como o cultivo da
canadeaçúcar.
A substituição da criação de bovinos extensiva pelo confinamento, ou semiconfinamento, e o aumento do
volume de exportações podem ser alternativas para manter ou elevar a participação da pecuária paulista
no volume de produção nacional, conforme indica estudo do Instituto de Economia Agrícola (IEA), da
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Conforme ressalta o pesquisador da Secretaria, que atua no IEA, Carlos Roberto Ferreira Bueno, “São
Paulo seria o terceiro Estado no número de animais confinados em 2015 e a participação desses animais
no volume estadual de abate seria de aproximadamente 16% em 2015”, explicou Bueno .
O crescente embarque de proteína animal para o exterior também pode contribuir para a evolução deste
cenário. “O volume das exportações de proteína animal dá ao Brasil resultados extremamente
significativos para o PIB brasileiro, constituindose em um dos principais itens de suas exportações”,
concluiu o pesquisador. Neste cenário, a avicultura nacional foi a que apresentou melhor desempenho,
aumentando a produção de dois para quatro milhões de toneladas por ano
O estudo do IEA detectou que, embora a produção nacional de animais para abate tenha sido de 33,9
milhões de bovinos, o Estado paulista teve participação de 10% nesse processo, contra 16% registrados
em 2005; já a avicultura de corte apresentou uma queda de 15% para 11% no mesmo período avaliado
pelo Instituto, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A produção de
suínos apresentou um leve decréscimo, de 6% em 2005 para 5% em 2014 a sua participação no mercado
nacional.
“A partir do instante em que os Estados do CentroOeste passaram a assumir uma posição de maior
destaque na produção de proteínas animais, principalmente na criação de bovinos, suínos e aves, foram
alteradas as participações de todos os Estados produtores em relação ao total de animais abatidos no
País”, observou Bueno, atribuindo o crescimento da produção de suínos e aves nesses Estados ao cultivo
de milho e soja, alguns dos principais insumos utilizados nessas culturas.
O crescimento das atividades de bovinocultura no centrooeste devese ainda às grandes extensões de
terra, principalmente pela pastagem abundante e vantajoso valor. Já a avicultura e a suinocultura foram
viabilizadas na região principalmente graças a grande oferta de insumos e à instalação de grandes
empreendimentos de criação.
Para o secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, os indicadores divulgados pelo IEA são
importantes para fomentar a discussão sobre o papel destas cadeias na produção pecuária paulista.
Também para elaborar estudos para aumentar a participação de São Paulo no mercado nacional e, ao
mesmo tempo, garantir à demanda de consumo do Estado. “Assim, estamos seguindo as diretrizes do
governador Geraldo Alckmin ao colocar a pesquisa a serviço do produtor, orientando melhores práticas
para ampliar sua produção e renda”, disse. Com informações do IEA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário