Altos e baixos estão caracterizando o confinamento de bois neste ano. As previsões variam. O ano começou e as
expectativas eram de aumento no número de animais engordados exclusivamente em confinamento e também no
semiconfinamento – sistema em que o gado permanece um período no pasto antes de dar entrada no cocho.
Depois, a previsão ficou no empate em relação à temporada 2017.
Em entrevista na última sexta, a analista e pecuarista Lygia Pimentel, da Agrifatto, de São Paulo, declarou que
acredita em um incremento de 3% no total de cabeças fechadas. “Computando-se o confinamento e o
semiconfinamento, o número total no Brasil pode chegar a 5,2 milhões de animais”, crava Lygia.
Traduzindo: não está bom mas também o cenário não é desanimador. No chamado primeiro giro, com os animais
entrando no cocho em março/abril, os custos com a alimentação, principalmente a saca de milho, atrapalharam
bastante. “Em certas regiões de pecuária, o confinador desembolsava R$ 42 pela saca”, lembra Lygia. Segundo o
professor Sergio de Zen, da Esalq/USP, o aumento do milho chegou a expressivos 31% de janeiro a maio deste
ano. De outro lado, a arroba do boi caía e não estimulava os investimentos.
“Está difícil fazer previsões neste ano, principalmente após a greve dos caminhoneiros. Muito pecuarista não tinha
como entregar o gado engordado e várias plantas de frigoríficos fecharam as portas”, relata Lygia. E, depois de
registrar bom desempenho no primeiro trimestre do ano, as exportações diminuíram fortemente a partir de abril, o
que resultou em maior oferta de animais dentro do País, segundo a analista.
Importante colocar que o período do primeiro giro corresponde a apenas 15% da quantidade de gado confinado ao
ano. O panorama está menos nublado agora no segundo giro, no qual os animais entram no cocho entre julho e
agosto e são abatidos nos meses de outubro e novembro. “A saca de milho deu um respiro. O preço caiu para R$
39 e animou um pouco os confinadores”, afirma Lygia. Por sua vez, a arroba foi a R$ 143 neste mês de julho e
também ganhou fôlego.
Lygia faz questão de destacar que suas expectativas podem até estar subestimadas. “Elas não são definitivas.
Creio, no entanto, que haverá pressão de alta para o boi gordo por conta da menor oferta de animais vindos do
primeiro giro do confinamento, além de uma esperada recuperação das exportações”, afirma.
Como se vê, o agronegócio, inclusive a pecuária de corte, continua sustentando a combalida economia
brasileira. Com informações do Globo Rural.
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