O agronegócio é o setor com maior vulnerabilidade ao tabelamento de fretes na economia brasileira, frente à
possibilidade de elevação dos custos e a ineficiências na precificação, segundo apontam pesquisadores do Cepea
(Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Isso ocorre porque 42,3% de todos os
serviços de transporte no País foram utilizados pelos produtos do agronegócio, segundo dados da matriz insumoproduto
do IBGE de 2010 (percentual que provavelmente não passou por alterações muito significativas até o
período presente).
De acordo com o estudo do Cepea, a grande intensidade do uso de transportes e o baixo valor em relação ao
volume transportado, notadamente para atividades relacionadas à agricultura e agroindústria, tornam o
agronegócio o setor mais vulnerável da economia.
No agro, as atividades mais vulneráveis ao tabelamento dos fretes são os cultivos de milho, laranja, arroz e a
produção de leite. Ainda, os possíveis maiores impactos financeiros podem ocorrer nas cadeias da soja, da canade-açúcar,
do milho e da bovinocultura de corte.
O artigo dos pesquisadores do Cepea aponta que a pressão sobre os custos do agronegócio recairá em menor
remuneração ao produtor e repasse de grande parte destes custos ao consumidor final, prevendo-se, assim,
impacto inflacionário importante, o que pode ser temerário em um período em que a economia brasileira ainda
apresenta frágil perspectiva de recuperação. Com informações da assessoria da imprensa do CEPEA.
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