domingo, 7 de setembro de 2014

Cerca de 15% dos medicamentos veterinários consumidos no Brasil são piratas

Sindan lançou na Expointer campanha para combater mercado ilegal que movimenta R$ 600 milhões anualmente

O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Saúde Animal (Sindan) lançou nesta quarta, dia 3, uma campanha de combate à pirataria de medicamentos veterinários. Segundo dados do Sindan, os medicamentos veterinários ilegais representam entre 10% e 15% de tudo que é consumido no país, e movimenta cerca de R$ 600 milhões anualmente. O lançamento para a imprensa aconteceu na 37ª Expointer, em Esteio (RS), e reuniu, além da imprensa, representantes de diversas entidades apoiadoras da campanha.
Segundo o presidente do Sindan, Ricardo Pinto, embora não haja uma estatística precisa sobre o crescimento do uso destes produtos, uma série de indicadores apontam para o aumento do consumo destes produtos ilegais – sejam eles contrabandeados ou fabricados no Brasil sem o registro nos órgãos competentes.
– A gente tem uma vasta rede de médicos veterinários atuando em todo o país que veem esses produtos em campo e nos relatam. Recebemos cada vez mais embalagens destes produtos no Sindan e isso nos indica que a venda destes produtos está crescendo – diz Ricardo Pinto.
O presidente do Sindan afirma, também, que o aumento da detecção de resíduos de produtos veterinários acima dos limites permitidos nos destinos de exportação da carne brasileira é outro indicador do aumento do uso de medicamentos ilegais.
– Não há nenhum controle sobre a formulação destes produtos. Não temos um número de quanto dos casos de resíduos de produtos veterinários é resultado do uso destes medicamentos, mas com certeza eles têm um papel importante nisso – reforça o vice-presidente Executivo da entidade, Emílio Carlos Salani.
O crescimento das vendas pela internet, de modo geral, também contribui para este aumento das vendas de produtos veterinários ilegais. A campanha idenficou inúmeros sites que vendem estes produtos, e as imitações estão cada vez mais sofisticadas, com embalagens que parecem legítimas, incluindo informações técnicas, endereços e nomes de responsáveis técnicos – informações normalmente falsas.
Não há um mapeamento preciso sobre os tipos de medicamentos mais pirateados, mas, sabe-se de que uma boa parte são destinados ao gado de corte.
– A bovinocultura responde por 56% do negócio, então é provável que a proporção se mantenha também no mercado ilegal – aponta Salani.
A campanha já foi apresentada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), que prometeu uma nova reunião com o Sindan e as demais entidades participantes para as próximas semanas para que a entidade apresente os resultados do lançamento. Ricardo Pinto disse, também, que ainda não há nenhum diálogo com o Ministério Público Federal sobre a campanha.

CANAL RURAL

 

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