Sindan lançou na Expointer campanha para combater mercado ilegal que movimenta R$ 600 milhões anualmente
O Sindicato Nacional da Indústria de Produtos de Saúde Animal
(Sindan) lançou nesta quarta, dia 3, uma campanha de combate à pirataria
de medicamentos veterinários. Segundo dados do Sindan, os medicamentos
veterinários ilegais representam entre 10% e 15% de tudo que é consumido
no país, e movimenta cerca de R$ 600 milhões anualmente. O lançamento
para a imprensa aconteceu na 37ª Expointer, em Esteio (RS), e reuniu, além da imprensa, representantes de diversas entidades apoiadoras da campanha.
Segundo o presidente do Sindan, Ricardo Pinto, embora não haja uma
estatística precisa sobre o crescimento do uso destes produtos, uma
série de indicadores apontam para o aumento do consumo destes produtos
ilegais – sejam eles contrabandeados ou fabricados no Brasil sem o
registro nos órgãos competentes.
– A gente tem uma vasta rede de médicos veterinários atuando em todo o
país que veem esses produtos em campo e nos relatam. Recebemos cada vez
mais embalagens destes produtos no Sindan e isso nos indica que a venda
destes produtos está crescendo – diz Ricardo Pinto.
O presidente do Sindan afirma, também, que o aumento da detecção de
resíduos de produtos veterinários acima dos limites permitidos nos
destinos de exportação da carne brasileira é outro indicador do aumento
do uso de medicamentos ilegais.
– Não há nenhum controle sobre a formulação destes produtos. Não
temos um número de quanto dos casos de resíduos de produtos veterinários
é resultado do uso destes medicamentos, mas com certeza eles têm um
papel importante nisso – reforça o vice-presidente Executivo da
entidade, Emílio Carlos Salani.
O crescimento das vendas pela internet, de modo geral, também
contribui para este aumento das vendas de produtos veterinários ilegais.
A campanha idenficou inúmeros sites que vendem estes produtos, e as
imitações estão cada vez mais sofisticadas, com embalagens que parecem
legítimas, incluindo informações técnicas, endereços e nomes de
responsáveis técnicos – informações normalmente falsas.
Não há um mapeamento preciso sobre os tipos de medicamentos mais
pirateados, mas, sabe-se de que uma boa parte são destinados ao gado de
corte.
– A bovinocultura responde por 56% do negócio, então é provável que a
proporção se mantenha também no mercado ilegal – aponta Salani.
A campanha já foi apresentada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa), que prometeu uma nova reunião com o Sindan e as
demais entidades participantes para as próximas semanas para que a
entidade apresente os resultados do lançamento. Ricardo Pinto disse,
também, que ainda não há nenhum diálogo com o Ministério Público Federal
sobre a campanha.
CANAL RURAL
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