De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em março, até a
terceira semana, as exportações brasileiras de carne bovina in natura totalizaram 74,0 mil toneladas, uma
média diária de 5,3 mil toneladas.
Na comparação com igual período do ano passado, o volume médio embarcado aumentou 41,7%.
Em relação a fevereiro último, o resultado também foi positivo, com aumento de 1,0% no volume.
As exportações firmes têm colaborado para o escoamento da produção nacional, já que o atual cenário
econômico tem influenciado no consumo interno.
A expectativa é de que o câmbio valorizado e a abertura de novos mercados continuem incentivando as
exportações. Com informações da Scot Consultoria.
sábado, 26 de março de 2016
Arroba: pressão de baixa não funcionou
O volume de negócios realizados nessa semana tem sido menor em relação à semana passada.
A pressão de baixa imposta por parte das indústrias não pegou e, no geral, os pecuaristas optaram por
manter os animais no pasto a entregar pelos valores ofertados no início do mês.
Em AraçatubaSP, houve dificuldade em adquirir boiadas abaixo da referência, de R$155,00/@ (23/3), à
vista, segundo levantamento da Scot Consultoria.
Acompanhe as cotações da arroba do boi gordo e da reposição
em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Parte das indústrias tem optado por comprar animais terminados em outros estados, como estratégia para
alongar as escalas.
Em São Paulo, as indústrias não abaterão na sextafeira (25/3), devido ao feriado.
No geral, as programações de abate atendem em torno de quatro dias. Com informações da Scot
Consultoria.
Reposição: preços têm leve recuo
O cenário é o mesmo observado nas últimas semanas, de negociações em ritmo lento e disponibilidade
restrita de animais de reposição.
Nesta semana houve ajustes pontuais de preços, com queda de 0,2% na variação semanal na média dos
machos anelorados.
Acompanhe as cotações da arroba do boi gordo e da reposição
em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Assim, já se percebe que os preços já não têm a mesma força para altas verificada nos últimos meses. Em
alguns estados, já são verificados recuos nas cotações.
O destaque para esta semana é o bezerro desmamado (6,0@) que apresentou queda de 0,4% na média
de todos os estados pesquisados.
Por outro lado, no mercado do boi gordo os preços estão firmes, o que levou a uma melhora no poder de
compra do recriador na maioria dos estados pesquisados.
Em São Paulo, atualmente são necessárias 8,7 arrobas de boi gordo para a compra de uma cabeça do
bezerro desmamado, valor 4,1% menor quando comparado ao início do ano. Com informações da Scot
Consultoria.
Paralisia do governo preocupa o agronegócio
A crise política e econômica vem afetando o setor produtivo rural. Dificuldades na liberação de crédito e
projetos de lei de interesse da agropecuária são alguns dos pontos que têm seu processo dificultado pela
paralisia em Brasília. E isso tem deixado várias entidades do setor bastante apreensivas.
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) está preocupada com o plano safra 2016/2017, que pode
sofrer atrasos diante dos impasses da crise.
“Fizemos um seminário no início deste mês para tratar desse assunto e de novo um ponto comum de
reivindicações foi que as medidas sejam divulgadas com antecedência, e não em cima da hora", diz Célio
Porto, coordenador de política agrícola da FPA.
Para o presidente da Federação de Agricultura de Mato Grosso (Famato), outro ponto preocupante é o
crescimento do desemprego.
“Nós temos aí uma taxa de desemprego muito alta, e a economia não está crescendo, com exceção do
setor agropecuário, que está crescendo pouco. O maior problema hoje do Brasil é a ingovernabilidade”,
diz Rui Prado, presidente da Famato.
Além da preocupação com as questões econômicas, o setor produtivo está de olho também no cenário
político, principalmente na Câmara dos Deputados, onde há vários projetos de lei voltados ao
agronegócio e que estão a passos lentos.
Exemplo é o projeto de revendas de defensivos agrícolas e o da cédula imobiliária rural, que facilita a
liberação de crédito para os produtores.
Na bancada ruralista, há uma preocupação também com a troca de ministros, principalmente na pasta da
Agricultura.
“Nos últimos dias, muito tem se falado da provável substituição da ministra Kátia Abreu. O setor tem uma
ótima relação com a ministra e é importante que ela tenha força, para continuar tocando num governo
desgovernado”, diz o deputado federal Jerônimo Gorgen (PPRS).
Para o presidente da Aprosoja Mato Grosso, Endrigo Dalcin, a alternativa hoje seria a troca de todo o
comando do governo, como forma de restabelecer a confiança no país.
“A gente vê, por exemplo, aqui em Mato Grosso, comércios fechando e caminhoneiros nas estradas
bloqueando rodovias novamente. É triste ver um país com um potencial desse parado por uma questão
política”, diz.
Já o presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás,
Maurício Velloso, enxerga uma luz no fim do túnel.
“Eu acredito que estejamos muito próximos de conseguir reconduzir o Brasil aos trilhos, à legalidade, à
normalidade e permitir que ele consiga novamente trilhar o caminho de ser uma grande nação.” Com
informações do Canal Rural.
Produtores rurais cobram fim de barreiras à UE
A Câmara Setorial da Carne Bovina se reuniu com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa) nesta terça, dia 22. Os produtores manifestaram a preocupação do setor com o fim da vacinação
contra a febre aftosa e, mais uma vez, cobraram do governo uma solução para integrar a cota que
favorece a exportação para a comunidade europeia.
A carne bovina brasileira reúne todas as condições que definem a qualidade do produto para ser
comercializado no continente europeu, porém, ainda existem barreiras à exportação.
Na reunião, ficou definido que o Mapa vai ter um técnico para acompanhar os trâmites do processo junto
aos órgãos internacionais, com a intenção de acelerar o desfecho das negociações. Para o presidente do
Instituto Matogrossense da Carne (Imac), Luciano Vacari, não há mais porque o Brasil ficar de fora dessa
cota.
“O Brasil é um grande exportador de carne no mundo. Nós temos um volume de qualidade significativo
sendo ofertado todos os dias. Temos também um modelo definido pelo Mapa de rastreabilidade que é
aceito pela União Europeia, nós temos produtores comprometidos com o controle sanitário, além disso,
temos vários estados livres da febre aftosa, que é uma exigência europeia há mais de 20 anos. O país tem
um parque industrial extremamente bem equipado e acima da média mundial, ou seja, nós temos tudo pra
usufruir dessa cota. O que precisa é nos organizarmos e definirmos os critérios para que cada um consiga
ter a maior participação dentro da Cota 481”, salienta.
Febre aftosa
Outra preocupação dos produtores é com o fim da vacinação contra a febre aftosa, como pretende o
Mapa. Embora, a doença esteja erradicada na maioria dos estados, o presidente da Comissão de
Pecuária de Corte da Federação da Agricultura de Goiás (Faeg), Maurício Velloso, defende que a retirada
da vacinação deve ser feita com muito critério.
"É preciso que haja um controle sobre a vacinação. Não é possível que a gente retire simplesmente a
vacinação por um decreto e não tenhamos o devido cuidado e preocupação com as consequência.
Precisamos se ater às necessidades e às exigências dos nossos clientes internacionais e muito mais do
que isso, da nossa realidade, não só brasileira, mas da América do Sul como um todo”, reforça. Com
informações do Canal Rural.
Arroba: frigoríficos já pagam acima da referência
A oferta curta e a resistência dos pecuaristas em entregar as boiadas corrigiu o mercado e não deixou que
a pressão de baixa emplacasse.
Negócios acima da referência têm ocorrido em todo o país, mesmo com a margem das indústrias em
patamares historicamente baixos e com espaço reduzido para elevar o preço da carne bovina vendida
pelas indústrias.
Acompanhe as cotações da arroba do boi gordo e da reposição
em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Em algumas praças em que houve reajuste de preços, o mercado foi puxado pelas indústrias de grande
porte. Estas, que antes pressionavam o mercado, hoje dão sustentação às cotações.
No norte do Mato Grosso, mesmo com a alta das referências, há negócios que acontecem em preços
acima das mesmas.
No mercado atacadista de carne bovina, preços estáveis. O melhor escoamento ocorre para o dianteiro,
produtos de menor valor agregado. Com informações da Scot Consultoria.
domingo, 20 de março de 2016
Arroba: mercado espera definição
Mercado do boi gordo travado e preços da arroba do boi gordo andando de lado em grande parte das
praças pesquisadas pela Scot Consultoria.
Após as tentativas de forte redução no preço da arroba no começo de março, os preços aparentam estar
acomodados.
Os frigoríficos sentem dificuldade em avançar de forma significativa com as escalas de abate.
Acompanhe as cotações da arroba do boi gordo e da reposição
em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Em São Paulo, a programação média das indústrias atende entre três e quatro dias, fato que revela que a
oferta de boiadas é restrita.
Por outro lado, os estoques de carne estão abastecidos, o que não incentiva o alongamento das compras.
O escoamento da produção está lento, condição que pode ser agravada pela entrada na segunda
quinzena do mês. Com informações da Scot Consultoria.
Como está o mercado de reposição?
No panorama geral, o fator crítico do mercado de reposição é a oferta. No entanto, se percebe que aos
poucos os preços vão perdendo a força dos últimos meses.
Considerando todas as categorias de machos anelorados, na média de todos os estados pesquisados
pela Scot Consultoria, os preços ficaram praticamente estáveis na última semana.
Com a proximidade do confinamento, a maior procura acontece pelas categorias mais eradas, o que tem
dado maior firmeza a este mercado, em relação às categorias mais jovens.
Acompanhe as cotações da arroba do boi gordo e da reposição
em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Em São Paulo, o boi magro (12@) e o garrote (9,5@) estão cotados em R$2.030,00 e R$1.800,00 por
cabeça, respectivamente. Altas de 3,6% e 5,9% nos últimos doze meses, na mesma ordem.
Atualmente, no estado, são necessárias 13,2 arrobas de boi gordo para a compra de um boi magro.
Por outro lado, a proximidade com a safra de bezerros faz com que os preços percam força, levando a
queda de 0,4% na semana.
Entretanto não é esperado que os preços recuem com intensidade, já que a oferta tende a continuar
restrita. Com informações da Scot Consultoria.
Massa falida de frigorífico é vendida em SP
A massa falida do Frigorífico Kaiowa, em Presidente Venceslau, foi vendida por R$ 26 milhões. O valor é
quase metade do preço do primeiro leilão, em janeiro de 2014, quando todo o complexo estava avaliado
em R$ 51.535.643,23. De acordo com a Prefeitura, o comprador é o empresário brasileiro Leonardo
Zanienelo Silva.
Ainda conforme o Executivo, a proposta de R$ 26 milhões foi homologada pela Justiça e o pagamento
ficou acertado em R$ 13 milhões à vista e 12 parcelas de R$ 1.083.333,33. Foi informado também que o
frigorífico foi adquirido pelo empresário, que tem parceria com um grupo de investidores europeus.
A Prefeitura enfatizou que a indústria poderá voltar a funcionar, contudo, não se sabe ainda qual o ramo
de produção.
A massa falida
O representante do síndico da massa falida, Luiz Challouts, explicou ao G1 que a aceitação da proposta
foi publicada nesta terçafeira (15). "Como a proposta tinha o valor abaixo do avaliado, teve ser avaliada
pela juíza responsável pelo caso, pelo Ministério Público e pelos antigos donos. A proposta é do mês de
janeiro e agora os compradores aguardam a publicação para que seja feito o primeiro pagamento, após
48 horas. Depois, o síndico vem para cá e dá a posse ao novo dono", afirmou.
Após as tentativas frustradas de venda, a Justiça deixou o frigorífico aberto a propostas. "O interessado
colocou na proposta o quanto ele gastaria para reativar o local e esse foi um dos motivos pelo qual o
Kaiowa foi vendido desta vez por este preço", relatou o representante.
Challouts enfatizou que nove funcionários pagos pela Justiça fizeram a manutenção do frigorífico para
que o empreendimento ficasse apresentável aos interessados. "A equipe de nove funcionários é
composta por guardas, eletricistas e mecânicos. Eles fizeram a preservação dos bens, para que quem for
assumir agora tenha uma facilidade na readequação para fazer funcionar de novo", pontuou.
O representante também destacou a importância da reativação para a economia local e que a venda é
uma "injeção de ânimo". "Quem vai ganhar é a população. É uma nova esperança. Nessa crise que
estamos passando, uma empresa deste porte pode oferecer de 300 a 400 empregos não só para
Presidente Venceslau, mas para as cidades vizinhas", finalizou.
O Kaiowa
O frigorífico tem uma área total de 367.547.94 metros quadrados, com 57.004,73 de área construída, que
abrangem 54 itens descriminados, incluindo um grêmio para funcionários com quadras esportivas, campo
de futebol e área de lazer.
Com falência decretada desde 1997, a unidade, de acordo com a Prefeitura de Presidente Venceslau,
chegou a ter 1.200 funcionários. Com informações do Globo.com
Bancada do Agro oficializa apoio ao impeachment
A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) decidiu por unanimidade apoiar o processo de impeachment
da presidente Dilma Rousseff. Os parlamentares da chamada “bancada ruralista” divulgaram o
posicionamento oficial na tarde desta quartafeira (16/3), horas após a nomeação do expresidente Lula
para o cargo de Ministro da Casa Civil do governo.
A bancada é considerada uma das mais fortes na Câmara. De acordo com a FPA, apenas o processo de
impeachment pode conter os problemas do país. O texto divulgado pela FPA diz que “os fundamentos
políticos e econômicos nos mostram que essa crise será duradoura, caso não se estanque aqui e agora
pelas vias legais de que dispõe o Estado Democrático de Direito”. O comunicado divulgado pela frente
parlamentar diz que “o segmento produtivo rural em particular não suportam mais conviver com esse
palpável momento penoso e essa duradoura expectativa”.
Em nota também divulgada na tarde de hoje, a Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária do
Brasil culpou e responsabilizou o governo pela atual crise no país. "Esperamos que as instituições e o
sistema político, em sintonia com o sentimento geral da sociedade, encontrem o caminho de volta ao
crescimento, ao equilíbrio e à harmonia entre os brasileiros". Com informações do Globo Rural.
domingo, 13 de março de 2016
Iraque quer comprar meio milhão de bois
O Iraque quer adquirir 500 mil cabeças de boi para engorda e reprodução do Brasil até 2017, segundo a
Câmara do Comércio e Indústria Brasil Iraque. "O Iraque está desenvolvendo alternativas para tentar
reconstruir o país depois das perdas do petróleo e o desenvolvimento agropecuário é uma delas", disse o
vicepresidente da câmara, Jalal Chaya.
O projeto de retomada da pecuária do país está orçado em US$ 6 bilhões, que serão investidos no
incentivo à criação de empresas no segmento e também na agricultura no país, segundo Chaya. A verba
foi aprovada pelo parlamento iraquiano e inclui a compra do gado. Os negócios com o Brasil tiveram início
no segundo semestre de 2015. O Brasil voltou a exportar gado em pé para o país, após a suspensão do
embargo à carne bovina que o Iraque mantinha contra o Brasil, retirado em março do ano passado.
Segundo Chaya, neste ano, no dia 14 de janeiro, foram embarcadas 10 mil cabeças pelo Porto de Vila do
Conde, em Barcarena (PA). Este lote, de acordo com o representante, deveria ter zarpado em outubro do
ano passado, mas foi atrasado por causa da paralisação do porto.
Os bois serão distribuídos entre pequenos empresários do Iraque para criar alternativas de negócios e
abastecimento de comida à população, de acordo com o representante. "Todos os procedimentos e
controles sanitários são rigorosamente seguidos, consolidando a imagem do exportador brasileiro como
parceiro de confiança", afirma Chaya.
Segundo Chaya, uma comitiva de empresários e representantes do setor iraquiano devem visitar
empresas e a cadeia produtiva brasileira em breve. "Este é o momento para os dois países firmarem
parcerias", afirmou. Para ele, há uma boa oportunidade no intercâmbio do petróleo iraquiano com o
conhecimento e a produção agropecuária do Brasil. Com informações do portal Estadão.
Arroba: pagando menos, frigorífico não acha boi
As indústrias estão com dificuldades em alongar as escalas. As programações de abate atendem entre
três e quatro dias.
Os pecuaristas resistem às ofertas de compra a preços menores, impossibilitando o avanço das
programações das indústrias.
Há dificuldade de escoamento da carne pelos frigoríficos, que gera pressão adicional no mercado.
Das trinta e uma praças pesquisadas pela Scot Consultoria, houve desvalorização em cinco na ultima
quintafeira(10/3).
Acompanhe as cotações da arroba do boi gordo e da reposição
em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
A margem de comercialização do Equivalente Scot Desossa (em relação ao preço pago pelo boi) está em
14,5%.
No mercado atacadista de carne com osso houve valorização, e o boi casado castrado ficou cotado em
R$10,00/kg. Aumento de R$0,40/kg frente aos dias anteriores.
A margem de comercialização do Equivalente Scot Desossa (em relação ao preço pago pelo boi) está em
14,5%. Com informações da Scot Consultoria.
Reposição segue firme, pecuarista teme alta
No mercado de reposição os preços estão sustentados. Considerando todas as categorias de machos
anelorados, na média de todos os estados pesquisados pela Scot Consultoria, a alta semanal foi de 0,3%.
O bezerro de ano (7,5@) foi destaque e subiu 0,6% no período.
O cenário continua o mesmo encontrado nas últimas semanas. A demanda é maior que a oferta de
animais, sendo esse o principal fator que colabora para este cenário.
Acompanhe as cotações da arroba do boi gordo e da reposição
em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Além disso, nas regiões Sul, Sudeste e CentroOeste do país as recentes chuvas colaboraram para a
melhora na qualidade das pastagens motivando a procura pelos animais de reposição.
Parte dos pecuaristas procura antecipar as compras, temendo a posterior falta de animais e mais
valorizações.
Por outro lado, a pressão de baixa no mercado do boi gordo nos últimos dias pode influenciar os preços
do mercado de reposição.
Assim, fica a expectativa quanto ao comportamento da demanda e do mercado do boi gordo, dois fatores
importantes na composição dos preços da reposição. Com informações da Scot Consultoria.
Impasse no mercado do boi continua
A pressão de baixa no mercado do boi gordo vem perdendo força ao longo da semana.
A oferta limitada de animais terminados e a dificuldade de compra nos preços abaixo da referência são
fatores que colaboram para este cenário. Há resistência dos pecuaristas em entregar os animais nestas
condições.
Acompanhe as cotações da arroba do boi gordo e da reposição
em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Além disso, as chuvas contribuem para melhora nas pastagens e permitem que os pecuaristas retenham
os animais, a fim de evitar novas quedas de preços.
A quantidade de negócios fechados continua baixa. As indústrias estão trabalhando com escalas curtas e
abates menores.
Segundo levantamento da Scot Consultoria, em Araçatuba, São Paulo, a referência ficou em R$154,5/@,
à vista (9/3). Entretanto, as programações de abates apertadas fazem com que algumas indústrias
acabem pagando preços maiores. Com informações da Scot Consultoria.
CEPEA: pecuarista segura as vendas
A liquidez do mercado de boi gordo esteve ainda menor nos últimos dias em todas as praças consultadas
pelo Cepea. Alegando principalmente dificuldade na venda de carne no mercado interno – os preços, no
entanto, seguem firmes no atacado da Grande SP –, alguns frigoríficos passaram a ofertar valores
significativamente menores que os vigentes na virada do mês.
Acompanhe as cotações da arroba do boi gordo e da reposição
em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Além disso, algumas unidades diminuíram os abates, havendo caso, inclusive, de férias coletivas. Essa
pressão compradora, no entanto, esbarra na forte resistência de pecuaristas. Com a possibilidade de
deixar o boi no pasto e atentos à oferta abaixo da demanda, vendedores optam por postergar os
negócios.
Nesse contexto, as variações negativas observadas nos últimos dias decorrem mais do afastamento de
operadores (compradores e vendedores) do mercado do que propriamente da diminuição dos patamares
de preços negociados. Desde o início de março, o Indicador ESALQ/BM&FBovesp
domingo, 6 de março de 2016
A fórmula secreta da pecuária
AJJ, o criador que levou a genética de ponta ao gado comercial e revolucionou a pecuária
"Os bons resultados obtidos nos leilões são puro reflexo do trabalho realizado na base" Antônio José
Multiplicando Genética: para Felipe Picciani, o melhor que pode acontecer na pecuária é a aplicação do DNA de elite nos grandes rebanhos comerciais
Faz isso porque é do tipo de empresário que administra seus negócios na ponta do lápis. Sabe de cabeça cada recémdetalhe de sua criação, as cotações do dia, e faz questão de negociar pessoalmente com os frigoríficos. Para ele, uma arroba a mais no fim do ciclo significa mais dinheiro no bolso. E o melhoramento genético feito nos últimos 40 anos tem ajudado, e muito, seu crescimento como criador de gado de corte. "A melhor coisa que poderia acontecer para a pecuária nacional é o que o AJJ tem feito, que é aplicar genética de ponta no gado de corte", afirma o criador de elite Felipe Picciani. "É isso que vai aumentar a competitividade do País."
Na prática, a genética agregada ao corte significa ganhar mais dinheiro em menos tempo. Para se ter uma ideia, o ganho de peso do rebanho atual de Junqueira Vilela ultrapassa os dez quilos por mês, comparado com os menos de 3,5 quilos mensais dos primeiros nelores, quatro décadas atrás. Hoje ele mantém animais que poderiam ser considerados de elite em seu rebanho de corte, unindo de forma eficiente as duas pontas da cadeia. Mesmo focando seu negócio na base da pirâmide da pecuária, ele, de repente, se viu também no topo, com doadoras premiadas nas principais pistas do Brasil. Mas isso não se faz do dia para a noite.
Antônio José Junqueira Vilela tem a pecuária no sangue. Nascido na fazenda, cresceu ajudando o pai na lida do gado, mas ainda jovem decidiu iniciar um negócio próprio. Em 1967, aos 20 anos, ganhou a escritura de uma área de dez mil hectares no até então inexplorado Mato Grosso e partiu em busca do sonho de ser um criador grande e respeitado. Quando chegou, no entanto, percebeu que não teria como dar continuidade à criação de gir, até então principal raça de corte do País, devido à fragilidade do rebanho diante das condições adversas da região. Num primeiro momento pensou estar condenado, mas, após algumas pesquisas, chegou à conclusão de que o futuro da pecuária de corte passava por um gado recém - chegado da Índia e ainda pouco conhecido por aqui: o nelore.
Rústico e com uma capacidade de reprodução acima da média, o animal possuía as características ideais para a criação nos imensos pastos disponíveis no Cerrado. O único problema é que a raça ainda era pouco desenvolvida e seus melhores exemplares raramente ultrapassavam os 600 quilos. Mesmo assim, resolveu apostar. Hoje, aos 62 anos, possui cerca de 60 mil cabeças de nelore da mais alta qualidade - e que beiram os 1,2 mil quilos - em sua fazenda de 112 mil hectares em Mato Grosso. Mas foi um lote bem mais exclusivo mantido na cidade de Euclides da Cunha Paulista, no interior de São Paulo, que o consagrou como um dos maiores formadores da raça no Brasil.
Graças ao trabalho de décadas no melhoramento genético de seu rebanho de corte, acabou formando, quase sem querer, um plantel de doadoras de embriões do mais alto nível. A qualidade de seus animais era tanta que acabou chamando a atenção dos técnicos da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu(ABCZ), que o convidaram para expor seus animais em pista. A entrada de AJJ não poderia ter sido melhor. Logo na estreia, em 2000, um título em Uberaba. Depois, no ano seguinte, outro. E não parou mais.
"Ele é um 'midas' da criação: onde põe a mão vira ouro", diz
Carlos Viacava, ex-presidente da ACNB
Antes do nelore: Tarley Vilela, pai de AJJ e um dos maiores pecuaristas da época, mostra um de seus animais gir para o ex-secretário da agricultura de São Paulo Oscar Thompson (à esq.). Touros mal chegavam aos 600 quilos.
Nova fronteira, nova raça: quando partiu para a carreira solo, em Mato Grosso, Antônio José Junqueira Vilela precisou trocar o rebanho gir da família pelo nelore
Entrada em pista: com um plantel de ponta, chamou a atenção da ABCZ, que o convidou para expor seus animis em pista
Enfim, uma grande campeã: depois de ganhar quatro vezes como melhor criador e outras três como melhor expositor fez, pela primeira vez, uma grande campeã em Uberaba: Obela
Recorde de preço nos leilões: valorizada com o título em Uberaba, Obela foi vendida no leilão Mata Velha: R$ 1,75 milhão por 50% do animal. Recorde do ano e lucros extras ao criador
Agora a estrela é Parla: em 2009 AJJ fez mais uma vez a grande campeã em Uberaba. Mas agora quer faturar com a genética
"Os bons resultados obtidos nos leilões são puro reflexo do trabalho realizado na base" Antônio José
Junqueira Vilela: pecuarista
O criador Antônio José Junqueira Vilela, conhecido como AJJ,
conseguiu unir os dois elos da pecuária: a genética de ponta a um dos
maiores rebanhos comerciais do País. O resultado é um modelo de sucesso
que traz lições para grandes e pequenos pecuaristas.
A cada ano, os leilões da raça nelore movimentam cerca de R$ 550
milhões no País. Vacas que têm potencial para se tornar grandes doadoras
de embriões são vendidas a peso de ouro e a lógica desse mercado parte
de uma premissa: a de que a qualidade genética exibida no topo da
pirâmide acabará descendo para a base do rebanho nacional de 200 milhões
de cabeças de gado. O resultado desse fenômeno é o choque de qualidade
na pecuária nacional. Animais que eram abatidos com cinco ou seis anos
de idade, hoje vão para os frigoríficos aos 30 meses - e muito mais
bem-acabados. Portanto, o giro financeiro nas fazendas se dá de forma
mais rápida. No entanto, poucos são os pecuaristas que conseguem estar
ao mesmo tempo na base e no topo da pirâmide.
Um deles é Antônio José Junqueira Vilela, que vem se tornando uma das
grandes referências do setor. Desde 2000, quando passou a disputar em
pista, ele fez duas grandes campeãs e levou outros sete prêmios na
Expozebu, a principal exposição do País. E conseguiu tal proeza
melhorando seu rebanho dentro de casa, sem o auxílio de especialistas.
Além disso, conseguiu o que para muitos parecia impossível: multiplicar
essa genética num rebanho de 60 mil cabeças. AJJ, como é chamado, não é
um criador típico. Ao contrário do que faz a maioria dos pecuaristas,
ele está presente em toda a cadeia, ou seja, na cria, na recria e na
engorda. Suas fazendas, portanto, se tornaram, nos últimos anos,
verdadeiras pistas de testes em que o desenvolvimento dos animais para
corte se dá de forma plena: da genética ao bife.
Elite Aqui, Corte Lá: mesmo com a produção integrada, AJJ mantém seu
rebanho de elite separado do rebanho comercial. Enquanto os nelore PO
ficam em São Paulo, o gado de corte fica no norte de Mato Grosso
Apenas com a venda de dez mil cabeças por ano, estima-se que AJJ
fature algo em torno de R$ 15 milhões. Fora a venda de torinhos, que
pode render mais R$ 1 milhão ao ano, e de animais de elite, que no ano
passado superou a marca dos R$ 2 milhões nos leilões. Um negócio
rentável e que mostra seus resultados na prática. "Genética só faz
sentido se for traduzida em dinheiro no bolso do pecuarista", diz ele,
lembrando que, diferentemente do mercado de elite, o gado de corte é um
negócio real.
"Você faz uma planilha em janeiro e sabe quanto vai faturar no final
do ano. Existe uma pequena variação de acordo com o preço da arroba, mas
é muito pouco, não chega a 10%. Já no gado de elite você pode ganhar um
milhão em um leilão e levar prejuízo em outro, cuja expectativa era a
de lucrar ainda mais." Por isso, prefere manter os pés no chão e deixar a
genética apenas como um 'plus'.
Multiplicando Genética: para Felipe Picciani, o melhor que pode acontecer na pecuária é a aplicação do DNA de elite nos grandes rebanhos comerciais
Faz isso porque é do tipo de empresário que administra seus negócios na ponta do lápis. Sabe de cabeça cada recémdetalhe de sua criação, as cotações do dia, e faz questão de negociar pessoalmente com os frigoríficos. Para ele, uma arroba a mais no fim do ciclo significa mais dinheiro no bolso. E o melhoramento genético feito nos últimos 40 anos tem ajudado, e muito, seu crescimento como criador de gado de corte. "A melhor coisa que poderia acontecer para a pecuária nacional é o que o AJJ tem feito, que é aplicar genética de ponta no gado de corte", afirma o criador de elite Felipe Picciani. "É isso que vai aumentar a competitividade do País."
Na prática, a genética agregada ao corte significa ganhar mais dinheiro em menos tempo. Para se ter uma ideia, o ganho de peso do rebanho atual de Junqueira Vilela ultrapassa os dez quilos por mês, comparado com os menos de 3,5 quilos mensais dos primeiros nelores, quatro décadas atrás. Hoje ele mantém animais que poderiam ser considerados de elite em seu rebanho de corte, unindo de forma eficiente as duas pontas da cadeia. Mesmo focando seu negócio na base da pirâmide da pecuária, ele, de repente, se viu também no topo, com doadoras premiadas nas principais pistas do Brasil. Mas isso não se faz do dia para a noite.
Antônio José Junqueira Vilela tem a pecuária no sangue. Nascido na fazenda, cresceu ajudando o pai na lida do gado, mas ainda jovem decidiu iniciar um negócio próprio. Em 1967, aos 20 anos, ganhou a escritura de uma área de dez mil hectares no até então inexplorado Mato Grosso e partiu em busca do sonho de ser um criador grande e respeitado. Quando chegou, no entanto, percebeu que não teria como dar continuidade à criação de gir, até então principal raça de corte do País, devido à fragilidade do rebanho diante das condições adversas da região. Num primeiro momento pensou estar condenado, mas, após algumas pesquisas, chegou à conclusão de que o futuro da pecuária de corte passava por um gado recém - chegado da Índia e ainda pouco conhecido por aqui: o nelore.
Rústico e com uma capacidade de reprodução acima da média, o animal possuía as características ideais para a criação nos imensos pastos disponíveis no Cerrado. O único problema é que a raça ainda era pouco desenvolvida e seus melhores exemplares raramente ultrapassavam os 600 quilos. Mesmo assim, resolveu apostar. Hoje, aos 62 anos, possui cerca de 60 mil cabeças de nelore da mais alta qualidade - e que beiram os 1,2 mil quilos - em sua fazenda de 112 mil hectares em Mato Grosso. Mas foi um lote bem mais exclusivo mantido na cidade de Euclides da Cunha Paulista, no interior de São Paulo, que o consagrou como um dos maiores formadores da raça no Brasil.
Graças ao trabalho de décadas no melhoramento genético de seu rebanho de corte, acabou formando, quase sem querer, um plantel de doadoras de embriões do mais alto nível. A qualidade de seus animais era tanta que acabou chamando a atenção dos técnicos da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu(ABCZ), que o convidaram para expor seus animais em pista. A entrada de AJJ não poderia ter sido melhor. Logo na estreia, em 2000, um título em Uberaba. Depois, no ano seguinte, outro. E não parou mais.
"Ele é um 'midas' da criação: onde põe a mão vira ouro", diz
Carlos Viacava, ex-presidente da ACNB
"Só em Uberaba eu já ganhei quatro vezes como melhor criador
(2000/01, 2001/02, 2004/05 e 2005/06) e outras três vezes como melhor
expositor (2000/01, 2001/02 e 2005/06)", lembra o pecuarista. "Até que,
em 2008, fiz pela primeira vez uma grande campeã, a Obela FIV AJJ, que
depois foi também recordista de preço", continua o criador, que vendeu
50% dos direitos do animal por R$ 1,75 milhão para o condomínio formado
por João Carlos Di Gênio, Jonas Barcellos e Alice Ferreira.
Neste ano a história se repetiu.
Agora a estrela premiada da companhia é a doadora Parla, atual grande
campeã da Expozebu e que deve terminar o ano na liderança do ranking da
Associação dos Criadores de Nelore do Brasil. Parla, no entanto, não
deve ir a leilão. Desta vez AJJ, famoso por usar sua genética em causa
própria, quer faturar também com a venda dos embriões. E não deve ser
pouco. Se seguir os passos de sua irmã Obela, a genética da grande
campeã deverá render alguns milhões de reais ao ano ao criador. Sem
contar suas descendentes diretas, que com certeza farão grande sucesso
nos remates Brasil afora.
"O mercado já está aguardando com ansiedade a entrada dessa genética
no circuito dos leilões. Existe um potencial enorme para que se tornem
recordistas de preço, assim como a mãe", garante Paulo Horto, principal
leiloeiro do Brasil, lembrando de outros sucessos com a marca AJJ. "A
criação dele dispensa comentários. Alguém que forma estrelas como Parla,
Obela e Jatani não pode ser considerado um pecuarista convencional."
Até aqui, a história de Antonio José Junqueira Vilela é bem parecida
com a de muitos outros neloristas de elite, não fosse o fato de nunca
ter comprado sequer um animal milionário nos leilões. Segundo ele, seu
grande mérito é ser o formador de grandes campeãs.
Em uma analogia com o futebol, AJJ seria como os clubes brasileiros,
que formam jogadores de ponta e depois os vendem para a Europa, enquanto
os criadores mais jovens seriam clubes como o Real Madrid ou o Milan,
que investem caminhões de dinheiro em atletas já consagrados para formar
suas equipes.
"Meu trabalho é formar para depois vender ou aplicar no meu rebanho",
diz. "Eu gosto de mexer com o gado desde criança, então devo entender
alguma coisa. Nunca um técnico foi fazer acasalamento na minha fazenda.
Eu faço tudo", continua o pecuarista. A tese é comprovada por Carlos
Viacava, ex-presidente da ACNB e amigo de longa data de AJJ. "O homem
tem um olho especial para a criação. É um criador e selecionador nato,
um dom herdado de seu pai, Tarley Vilela. Por isso, quando começou no
nelore de elite, logo se destacou. Acho que ele é um 'midas da criação':
onde põe a mão logo vira ouro", conta Viacava.
Mesmo com todo o sucesso no restrito mundo dos leilões, AJJ é mais do
que tudo um fazendeiro. Faz questão de frisar isso a todo o momento e
seus hábitos simples provam que ele fala a verdade. Como bom mineiro que
é, toma seu café preto pela manhã, come alguns pães de queijo e sai
apressado para fazer o que mais gosta na vida: mexer com os animais.
Essa rotina se repete desde o início dos anos 1960, quando, ainda
adolescente, acompanhava seu pai - um dos maiores criadores da época -
na lida do gado gir da família.
Décadas se passaram, o gir foi substituído pelo nelore, mas ele nunca
perdeu o prazer de colocar a mão na massa. Faz isso porque o seu
negócio, garante, é o gado de corte, em que a margem de lucro é pequena e
qualquer imprevisto pode trazer grandes prejuízos. Segundo ele, a
máxima de que "os olhos do dono é que engordam o gado" é pura realidade.
Um dos desbravadores de Mato Grosso, Junqueira Vilela também ganhou
muito dinheiro com a compra e venda de terras na região. Nos anos 1970,
quando ainda existiam milhões de hectares disponíveis, era especialista
em comprar áreas virgens, abri-las e depois revendê-las por um valor
muito mais alto. Com o dinheiro ganho, comprava mais terras baratas e
fazia tudo de novo. Fez isso por mais de dez anos, período em que passou
de dez mil para mais de 200 mil hectares de terras espalhadas pelo
Estado.
Hoje já não atua mais no setor imobiliário. Vendeu todas as
propriedades e concentrou o seu gado em uma fazenda de 112 mil hectares
em Alta Floresta, no norte de Mato Grosso. Lá, mantém um rebanho de
corte com mais de 60 mil cabeças, tudo criado a pasto, o popular "boi
verde", tão valorizado nos últimos tempos. Segundo AJJ, o negócio é
garantido, tanto que jura nunca ter visto ninguém levar prejuízo na
atividade. Ressalva feita aos confinadores, que, segundo ele, gastam
muito em suplementos e muitas vezes não conseguem reaver o investimento.
"Genética Exige Tempo. Venho Melhorando Meu Gado H á 40 Anos"
De que forma a genética vem ajudando a pecuária de corte?
Quando chegou ao Brasil, o nelore ainda era muito fraco em termos de
produção de carne. Os melhores animais raramente chegavam aos 600
quilos. Com a introdução da genética, o rebanho foi melhorando até
chegar ao nível atual. Hoje temos animais que chegam aos 1,2 mil quilos e
dão muito mais retorno aos criadores. E melhor: em menos tempo.
Quando decidiu melhorar geneticamente seus animais?
No começo dos anos 1970. Eu comprava duas ou três mil vacas no
Pantanal, depois pegava alguns touros melhores do pessoal de Barretos e
colocava nessas vacas. Com o tempo o rebanho foi melhorando, mas eu só
fazia tourinhos para melhorar o meu rebanho de corte. Depois, trouxe o
que tinha de melhor para São Paulo, para aprimorar ainda mais. Comprei
alguma coisa em genética e o gado foi melhorando, melhorando,
melhorando, até chegar ao nível de hoje. Mas isso exige tempo. Venho
melhorando meu gado há 40 anos.
Como vê a pecuária atual? Ainda é um bom negócio?
Sem dúvida. A pecuária é uma atividade garantida, tanto que nunca vi
um criador quebrar. A não ser o confinador, que gasta muito com
suplementos e muitas vezes não consegue reaver o investimento. Quem mexe
com boi verde, criado a pasto, tem uma margem pequena, mas não leva
prejuízo nunca.
Com o melhoramento feito em casa, o sr. tem se dado bem também nos leilões, não?
Os bons resultados obtidos nos leilões são reflexo do trabalho feito
em pista. Se você vai bem nas principais competições, valoriza seus
animais e ganha mais dinheiro nos remates.
Mas o sr. não compra nada?
Eu compro sim, mas não pago esses preços exorbitantes. Recentemente,
comprei um animal excepcional por R$ 2 mil de parcela. Ela era tão boa
quanto as mais caras.
Como avalia esse mercado de elite? Os preços estão refletindo a realidade?
Esses animais milionários geralmente são extraordinários e tendem a
ter muito sucesso na produção. Assim, o pecuaristainvestidor consegue
ganhar um bom dinheiro com a venda de genética e pagar a conta em dois
ou três anos. Depois, é tudo lucro. Ninguém compra uma vaca de R$ 3
milhões para perder dinheiro.
O sr. ganhou muito dinheiro com terras também...
Eu comprei muita coisa em Mato Grosso quando as terras ainda eram
baratas. O valor pago era simbólico. Coisa de um dólar o hectare. Então,
eu comprava áreas grandes, abria a fazenda e depois vendia. Nesse
período eu cheguei a ter 200 mil hectares.
O sr. tem outros negócios rurais?
Tenho duas fazendas de cana de açúcar arrendadas para usinas. Em São
Paulo, a cana, hoje, dá mais retorno por hectare do que o gado. Além
disso, eles pagam em dia e não me dão dor de cabeça.
Do Gir Ao Nelore De Elite
Em 40 anos AJJ passou de simples criador de gir a premiado nelorista. Confira abaixo sua trajetória:
Antes do nelore: Tarley Vilela, pai de AJJ e um dos maiores pecuaristas da época, mostra um de seus animais gir para o ex-secretário da agricultura de São Paulo Oscar Thompson (à esq.). Touros mal chegavam aos 600 quilos.
Nova fronteira, nova raça: quando partiu para a carreira solo, em Mato Grosso, Antônio José Junqueira Vilela precisou trocar o rebanho gir da família pelo nelore
Entrada em pista: com um plantel de ponta, chamou a atenção da ABCZ, que o convidou para expor seus animis em pista
Enfim, uma grande campeã: depois de ganhar quatro vezes como melhor criador e outras três como melhor expositor fez, pela primeira vez, uma grande campeã em Uberaba: Obela
Recorde de preço nos leilões: valorizada com o título em Uberaba, Obela foi vendida no leilão Mata Velha: R$ 1,75 milhão por 50% do animal. Recorde do ano e lucros extras ao criador
Agora a estrela é Parla: em 2009 AJJ fez mais uma vez a grande campeã em Uberaba. Mas agora quer faturar com a genética
Reposição: preços travam negócios
Já se percebe que os preços no mercado de reposição não têm a mesma força para altas, verificada nos
últimos meses. Em alguns estados, inclusive, há sinais de recuos das cotações, ainda que pouco
representativos.
A demanda ainda está maior que a oferta. Entretanto, nos patamares atuais de preços poucos são os
fechamentos de negócios, resultando em lentidão no mercado.
Acompanhe as cotações da arroba do boi gordo e da reposição
em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Além disso, o invernista aguarda uma melhor posição dos preços no mercado do boi gordo.
Esta semana o preço do bezerro desmamado anelorado, na média de todos os estados pesquisados pela
Scot Consultoria, recuou 0,1%.
Apesar de beirar a estabilidade, tal recuou é importante como um indicador. Gradativamente, devemos ter
uma oferta um pouco melhor para os animais jovens, ainda que controlada, em função do calendário de
desmama.
Em São Paulo, atualmente são necessárias 8,7 arrobas de boi gordo para a compra de um bezerro
desmamado (6@). No início do ano, essa relação era de 9,2 arrobas. Com informações da Scot
Consultoria.
Mato Grosso cria selo de qualidade da carne
O governo do estado de Mato Grosso lançou, com a presença do governador Pedro Taques e secretários,
o Instituto Matogrossense da Carne (Imac). O Instituto, que irá promover a carne bovina e contar com um
selo que vai atestar a qualidade dos produtos produzidos em Mato Grosso, foi apresentado aos
pecuaristas participantes da Etapa de Cuiabá do Circuito InterCorte, evento que percorre polos de
produção pecuária para disseminar tecnologia e fomentar debates sobre a cadeia produtiva da carne.
Entre as finalidades do Imac está o desenvolvimento de pesquisas e tecnologias para padronização de
carcaças e melhoria na qualidade da carne, além de garantir um controle rigoroso na pesagem das
carcaças e a rastreabilidade da carne. O Imac será um serviço social autônomo, de interesse coletivo e de
utilidade pública e será vinculado, por cooperação, à Secretaria de Desenvolvimento Econômico do
estado de Mato Grosso (Sedec). Luciano Vacari, que já ocupou cargos na cadeia da bovinocultura e no
governo do Estado, foi o escolhido para presidir o Instituto.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Seneri Paludo, explica que o Imac irá fortalecer e agregar
valor à carne produzida no estado e com isso, Mato Grosso poderá ter acesso a mercados consumidores
exigentes somando, assim, maior receita para toda a cadeia produtiva. “Um dos produtos do IMAC será o
selo de qualidade da “Carne de Mato Grosso”, que atestará a qualidade da nossa carne e abrirá
mercados importantes e lucrativos”, explicou Paludo.
"Foi uma grande oportunidade lançar esta iniciativa do governo do estado de Mato Grosso, em parceria
com os produtores e indústria frigorífica, em um evento feito para a cadeia da carne. É um evento técnico
consolidado em Mato Grosso e que vem de encontro com os nossos objetivos. Diante disso, nada melhor
que aproveitar o Circuito InterCorte para fazer o lançamento do Instituto da Carne", comentou o presidente
empossado do IMAC, Luciano Vacari. Com informações do Diário de Cuiabá.
Caminhoneiros marcam nova greve para o dia 11
O Comando Nacional do Transporte (CNT) convocou para o próximo dia 11 de março uma nova
paralisação dos caminhoneiros. A categoria reivindica melhores condições de trabalho, maior segurança,
redução de 40% do valor do óleo diesel, aposentadoria para motoristas aos 25 anos de trabalho e piso
salarial nacional para empregados, dentre outras reivindicações.
O protesto está marcado para um ano após as fortes manifestações que literalmente pararam o País.
Dessa vez, porém, a CNT afirma que a intenção do movimento é apenas paralisar as atividades, sem
efetuar o bloqueio de rodovias.
Mesmo assim, “o movimento poderá novamente comprometer a logística das empresas e indústrias
brasileiras neste cenário deliciado da economia do país”, avalia Luiz Fernando Conceição. O
administrador de empresas é componente do Task Force de Logística do escritório A. Augusto Grellert
Advogados Associados.
“Uma pesquisa da Confederação Nacional do Transporte indica que 44,8% dos caminhoneiros estão
endividados, em razão do preço do combustível, sendo que para 46,4% dos entrevistados, o custo do
combustível é o maior entrave para a profissão e para 40,1%, o valor do frete não cobre as despesas”,
lembra ele.
Na avaliação do especialista, a paralisação “afetará, sobretudo, o setor logístico, vez que transportadoras
e centros de distribuição podem ter suas atividades inviabilizadas. Além disso, seus reflexos podem
atingir, inclusive, outros setores vitais à economia brasileira, tal como a indústria e o varejo, os quais já
atravessam um delicado momento econômico”. Com informações do Agrolink.
Governo quer mudar regras da LCA
Em meio à crise fiscal que espreme o governo federal, o Ministério da Agricultura decidiu antecipar o
início das discussões do Plano Safra 2016/17, que entrará em vigor no dia 1º de julho. E uma das
prioridades é garantir mais um aumento no volume de recursos que será destinado ao crédito rural a juros
subsidiados.
Para evitar o constrangimento de divulgar um plano com menos recursos que o anterior pela primeira vez
em décadas, a aposta será estimular a demanda por títulos financeiros do agronegócio, uma vez que as
principais fontes de recursos do crédito rural (depósitos à vista e poupança rural) estão escassas. Essa
estratégia já foi usada no Plano Safra 2015/16, que terminará em 30 de junho, mas até agora não
funcionou e passou a ser encarada pelos produtores como um artifício para inflar o total de recursos até
os R$ 187,7 bilhões que foram anunciados.
Em junho do ano passado a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, explicou que, desse total, R$ 30 bilhões
seriam gerados a partir das emissões das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), título que é isento de
impostos e tem lastro em operações de crédito rural. O ministério projetou esse montante de recursos com
base em uma nova regra, editada pelo governo no dia do lançamento do Plano Safra 2015/16, que
obrigou que 50% das LCAs fossem destinadas para alimentar a oferta de crédito. Segundo a
regulamentação, em 2016/17 o percentual passará a 100%.
Nos oito primeiros meses do ciclo 2015/16 (julho do ano passado a fevereiro último), contudo, a
contratação desses recursos atingiu apenas R$ 3,3 bilhões, de acordo com dados do Banco Central. O
grande desafio para o Plano Safra 2016/17 é encontrar uma forma de fazer essa demanda "deslanchar",
conforme o secretário de Política Agrícola do ministério, André Nassar. E um dos problemas é que os juros
das LCAs chegaram a entre 17% e 18% ao ano, acima dos 12% a 13% estimados inicialmente.
Em duas audiências ontem no Congresso, Nassar sinalizou que o próximo Plano Safra deverá trazer
mudanças na regulamentação tanto das LCAs quanto dos Certificados de Recebíveis do Agronegócio
(CRA). A ideia é que os CRA sejam indexados ao dólar para atrair investidores estrangeiros. Para o
secretário, o CRA é um bom instrumento para financiar a agropecuária no país, pois não envolve risco
cambial e tem custo menor que as operações tradicionais de crédito rural. Mas, para isso, é preciso tornar
esses títulos mais "atrativos" às empresas e aos produtores. Só que mudanças dependem de projeto de
lei ou medida provisória.
Nassar já reconheceu, em outras oportunidades, que a estratégia baseada nas LCAs não funcionou tão
bem como se esperava, sobretudo pela dificuldades que os bancos tiveram em se adaptar a essa nova
exigibilidade. Segundo o consultor Ademiro Vian, exdiretor da Federação Brasileira de Bancos
(Febraban), o baixo direcionamento desses títulos para operações de crédito rural aconteceu porque os
bancos não usaram financiamentos a juros subsidiados como lastro para as contratações de crédito rural.
E sim operações a jures livres (recursos próprios das instituições), o que os desobrigou de cumprir a regra
dos 50%.
"Todos os bancos que não operam com crédito oficial continuam emitindo LCA sem obrigação de
reaplicar um centavo no agronegócio. A consequência é que o governo superestimou essa demanda e
fez um grande chute", afirma Vian. A saída, portanto, será alterar a lógica a ser usada para direcionar
essas LCAs para o crédito agrícola. O Valor apurou que o Ministério da Agricultura estuda propor
exigibilidade (percentual obrigatório) também para as LCAs lastreadas em financiamentos a juros livres.
Mesmo assim, a ministra Kátia Abreu garantiu ontem que não faltarão recursos para financiar os
produtores na safra 2016/17. "O governo sabe que a agricultura não pode sofrer nenhum desgaste ou
recesso". Depois da colaboração do setor para evitar uma queda maior do PIB em 2015, Kátia pode ter
ganho mais poder de barganha. Com informações do Valor.
Exportações de carne bovina disparam
Puxadas pela demanda chinesa, as exportações brasileiras de carne bovina dispararam em fevereiro. Ao
todo, os embarques incluindo itens in natura, processados e miúdos renderam US$ 476,8 milhões, um
aumento de 13,1% na comparação com o mesmo mês do ano passado, de acordo com dados da
Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Em volume, o salto foi ainda maior. As vendas totalizaram 126,6
mil toneladas, o que representa um incremento de 30,5%.
Item mais importante da pauta de exportações dos frigoríficos, a carne bovina in natura foi a grande
responsável pelo desempenho de fevereiro. No mês, a receita obtida com o produto foi de US$ 389,5
milhões, alta de 18,9% em relação a fevereiro de 2015. Na mesma base de comparação, o volume de
carne bovina in natura exportado aumentou 30,8%, para 99,4 mil toneladas.
Como já era esperado, os chineses continuam demonstrando um apetite considerável pelo produto
brasileiro. Em fevereiro, Hong Kong e a China continental lideraram a expansão das exportações do país.
Juntos, os dois mercados aumentaram as compras em 15,5 mil toneladas.
Isolada, a China continental foi a maior responsável pelo incremento. Em fevereiro, os chineses
importaram 11,1 mil toneladas de carne bovina in natura do Brasil, gastando US$ 47,4 milhões. No
mesmo mês do ano passado, a China continental sequer comprava diretamente carne do Brasil. O país
asiático reabriu seu mercado à carne bovina brasileira em maio de 2015, depois de mais de dois anos de
embargo. Atualmente, a China já é o quarto maior importador de carne bovina brasileira em volume e o
terceiro em receita.
No caso de Hong Kong, o crescimento das vendas representa uma recuperação em 2015, as
exportações sofreram com o cerco das autoridades de Pequim contra a triangulação de carnes para a
China continental. No mês passado, a cidadeEstado chinesa importou 21,3 mil toneladas de carne
bovina in natura do Brasil, aumento de 26,2% ante as 16,8 mil toneladas compradas no mesmo intervalo
do ano passado. Desde 2013, Hong Kong lidera as compras da carne bovina do Brasil.
Além de Hong Kong e China, importantes clientes como Egito, Rússia e Chile também contribuíram para a
expansão das exportações do Brasil. Segundo maior importador, o Egito comprou 16,8 mil toneladas de
carne bovina in natura em fevereiro, crescimento de 16,6% na comparação anual. As exportações para a
Rússia, por sua vez, aumentaram 10,5%, para 12,5 mil toneladas. As vendas para o Chile também
surpreenderam: somaram 7,2 mil toneladas, quase o dobro do total importado em fevereiro de 2015. Com
informações do Valor.
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