O volume de negócios foi pequeno ontem (30/7). Muitos frigoríficos estavam fora das compras.
De qualquer forma, o mercado do boi gordo está firme. Assim como observado na semana passada, a oferta de
boiadas vem ditando o rumo das cotações. Com escalas de abate curtas, muitas indústrias compram para esta
semana.
Acompanhe as cotações da arroba do boi gordo e da reposição
em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Comparando a média de preços do boi gordo, para as trinta e duas praças pecuárias pesquisadas pela Scot
Consultoria, com a do mesmo período de 2017, a cotação da arroba do boi gordo subiu 10,6%.
Neste mês, a cotação da carne bovina com osso subiu 2,3% e o boi casado de animais castrados está cotado em
R$9,20/kg. Com informações da Scot Consultoria.
terça-feira, 31 de julho de 2018
Reposição está mais cara com alta da arroba
As recentes valorizações no mercado do boi gordo na maioria das praças pecuárias pesquisadas pela Scot
Consultoria parecem ter animado a busca no mercado de reposição.
Já são três semanas seguidas de sustentação nas referências, que tiveram alta, em média, de 0,7% considerando
todas as categorias de machos e fêmeas pesquisadas.
Nos últimos sete dias a valorização foi de 0,2%, puxada principalmente pelas categorias mais jovens, com alta de
0,3%.
Acompanhe as cotações da arroba do boi gordo e da reposição
em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Entretanto, a situação ruim das pastagens, principalmente no Brasil Central, onde em alguns lugares a estiagem já
dura mais de 60 dias, e o retorno do confinamento aquém do esperado limitam a demanda.
Vale destacar, que em relação ao mesmo período do ano passado o invernista ganhou poder de compra. Esse
cenário é resultado da valorização de 11,8% para a arroba do boi gordo e de 9,7% para o boi magro (12@).
Atualmente, são necessárias 12,9 arrobas de boi gordo para a compra de um boi magro, queda de 1,8% em
relação a julho/17. Nos últimos trinta dias, a redução, ou melhoria do poder de compra, foi de 2,7%.
Assim, principalmente o comportamento no mercado do boi gordo deve determinar o rumo do mercado de
reposição nos próximos dias. Com informações da Scot Consultoria.
Analista ainda crê em alta do confinamento
Altos e baixos estão caracterizando o confinamento de bois neste ano. As previsões variam. O ano começou e as
expectativas eram de aumento no número de animais engordados exclusivamente em confinamento e também no
semiconfinamento – sistema em que o gado permanece um período no pasto antes de dar entrada no cocho.
Depois, a previsão ficou no empate em relação à temporada 2017.
Em entrevista na última sexta, a analista e pecuarista Lygia Pimentel, da Agrifatto, de São Paulo, declarou que
acredita em um incremento de 3% no total de cabeças fechadas. “Computando-se o confinamento e o
semiconfinamento, o número total no Brasil pode chegar a 5,2 milhões de animais”, crava Lygia.
Traduzindo: não está bom mas também o cenário não é desanimador. No chamado primeiro giro, com os animais
entrando no cocho em março/abril, os custos com a alimentação, principalmente a saca de milho, atrapalharam
bastante. “Em certas regiões de pecuária, o confinador desembolsava R$ 42 pela saca”, lembra Lygia. Segundo o
professor Sergio de Zen, da Esalq/USP, o aumento do milho chegou a expressivos 31% de janeiro a maio deste
ano. De outro lado, a arroba do boi caía e não estimulava os investimentos.
“Está difícil fazer previsões neste ano, principalmente após a greve dos caminhoneiros. Muito pecuarista não tinha
como entregar o gado engordado e várias plantas de frigoríficos fecharam as portas”, relata Lygia. E, depois de
registrar bom desempenho no primeiro trimestre do ano, as exportações diminuíram fortemente a partir de abril, o
que resultou em maior oferta de animais dentro do País, segundo a analista.
Importante colocar que o período do primeiro giro corresponde a apenas 15% da quantidade de gado confinado ao
ano. O panorama está menos nublado agora no segundo giro, no qual os animais entram no cocho entre julho e
agosto e são abatidos nos meses de outubro e novembro. “A saca de milho deu um respiro. O preço caiu para R$
39 e animou um pouco os confinadores”, afirma Lygia. Por sua vez, a arroba foi a R$ 143 neste mês de julho e
também ganhou fôlego.
Lygia faz questão de destacar que suas expectativas podem até estar subestimadas. “Elas não são definitivas.
Creio, no entanto, que haverá pressão de alta para o boi gordo por conta da menor oferta de animais vindos do
primeiro giro do confinamento, além de uma esperada recuperação das exportações”, afirma.
Como se vê, o agronegócio, inclusive a pecuária de corte, continua sustentando a combalida economia
brasileira. Com informações do Globo Rural.
domingo, 22 de julho de 2018
Para onde vai a reposição?
Desde o começo deste mês o mercado de reposição tem ganhado fôlego.
Já são duas semanas seguidas de sustentação das referências e na primeira quinzena de julho os preços tiveram
valorizações de 0,6%.
Esse movimento pode nos indicar que há indícios de reversão do cenário de quedas observado em junho, quando,
na média de todos os estados e categorias de animais de reposição, os preços cederam 0,5%.
Acompanhe as cotações da arroba do boi gordo e da reposição
em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Contudo, as recentes quedas no mercado futuro do boi gordo trouxeram incertezas e geraram demanda mais
contida por categorias mais eradas nos últimos dias.
Com as simulações apontando menor atratividade para atividade de engorda em confinamento, o início do segundo
giro pode ser adiado, limitando as movimentações no mercado de reposição nos próximos dias.
Por fim, com a demanda enfraquecida, o fator que determinará se haverá espaço para recuos das cotações é o
custo de retenção dos animais durante o período da seca. Vale destacar que em algumas regiões como no Sul do
Tocantins e Norte de Goiás a estiagem já dura 90 dias. Com informações da Scot Consultoria.
Tabela de frete continua travando venda de milho
O tabelamento no preço do frete é apontado pelos produtores rurais como um dos fatores que tem travado a venda
do milho em plena colheita. A medida, que atende a uma reivindicação dos caminhoneiros, foi aprovada pelo
Congresso, mas a ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) ainda não definiu os valores e a tabela vigente
é questionada na Justiça.
Boletim da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) aponta que 33,57% da produção
no estado havia sido comercializada até a última segunda-feira (11). O avanço em relação ao mesmo período do
ciclo 2016/2017 é de apenas seis pontos percentuais.
Enquanto isso, os preços estão “caminhando de lado”, segundo a entidade. Houve queda de 0,46% na cotação do
grão entre os dias 10 e 17 de julho, fechando o período em média por R$ 26,88. Contudo, em relação ao ano
passado, houve alta nominal (sem considerar as variações na economia) de 63,3%.
Na prática, os os valores se estagnaram nesse intervalo de tempo na maior parte dos municípios pesquisados. Em
Caarapó, Dourados e Maracaju ele se manteve em R$ 28 até a última terça-feira, os maiores registrados até essa
data.
Em Campo Grande houve queda de 1,89% na semana. Já em Ponta Porã, a saca de 60 quilos travou nos R$ 27 e
em São Gabriel do Oeste e Chapadão do Sul o produto sai em média por R$ 26. Este último registrou a maior
queda no acumulado do mês, em 3,70%.
Na contramão, Maracaju teve maior alta, com o milho valorizado em 5,6% em julho, seguido por Ponta Porã
(3,85%), Dourados e Caarapó (ambas com alta de 3,70%).
Produtores rurais de Mato Grosso do Sul já colheram 15,1% do 1,7 milhão de hectares de milho plantados no
estado. Na última semana, os trabalhos avançaram em 121.622 hectares. Essa evolução é 2,5% superior à área
processada nesse mesmo período no ciclo 2016/2017.
O boletim estima até o momento redução geral da área plantada em aproximadamente 8,21%, passando de 1,8
milhão para 1,7 de milhão de hectares. De igual modo houve queda de 29,31% em relação à expectativa do
volume de produção de grãos (de 9,8 milhões de toneladas na safra 2016/2017 para 6,936 milhões de toneladas
na safra 2017/2018).
A estiagem afetou seriamente as lavouras na região sul do estado, que podem ter até 40% de perdas na produção
segundo a Famasul. Esse percentual leva em consideração todas as áreas semeadas no estado. Individualmente,
alguns alguns produtores não conseguirão colher nada este ano.
Na região norte, as plantações não apresentaram problemas e a produtividade é estimada em torno de 90 a 100
sacas por hectare. Na região sul, a expectativa é de 60 a 70 sacas por hectare. Como essa área é mais expressiva
nesse cultivo, deve refletir mais na produtividade total. Com informações do Campo Grande News.
CEPEA: Agro será o mais prejudicado com tabela
O agronegócio é o setor com maior vulnerabilidade ao tabelamento de fretes na economia brasileira, frente à
possibilidade de elevação dos custos e a ineficiências na precificação, segundo apontam pesquisadores do Cepea
(Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Isso ocorre porque 42,3% de todos os
serviços de transporte no País foram utilizados pelos produtos do agronegócio, segundo dados da matriz insumoproduto
do IBGE de 2010 (percentual que provavelmente não passou por alterações muito significativas até o
período presente).
De acordo com o estudo do Cepea, a grande intensidade do uso de transportes e o baixo valor em relação ao
volume transportado, notadamente para atividades relacionadas à agricultura e agroindústria, tornam o
agronegócio o setor mais vulnerável da economia.
No agro, as atividades mais vulneráveis ao tabelamento dos fretes são os cultivos de milho, laranja, arroz e a
produção de leite. Ainda, os possíveis maiores impactos financeiros podem ocorrer nas cadeias da soja, da canade-açúcar,
do milho e da bovinocultura de corte.
O artigo dos pesquisadores do Cepea aponta que a pressão sobre os custos do agronegócio recairá em menor
remuneração ao produtor e repasse de grande parte destes custos ao consumidor final, prevendo-se, assim,
impacto inflacionário importante, o que pode ser temerário em um período em que a economia brasileira ainda
apresenta frágil perspectiva de recuperação. Com informações da assessoria da imprensa do CEPEA.
Para onde vai a arroba do boi em 2018?
A cotação da arroba do boi gordo deve aumentar 6% até o final deste ano, valorização aquém das expectativas de
analistas e resultado da maior oferta de animais que atrasou o começo da entressafra.
“Esperávamos que os preços futuros para novembro seriam superiores a R$ 150 a arroba, agora, a projeção é de
R$ 147 a R$ 150”, diz a diretora da consultoria Agriffato, Lygia Pimentel. A maior oferta de animais para abate é
resultado da retenção de matrizes, que começou no final de 2013 e se estendeu até 2017.
A cotação da arroba na BM&FBovespa para outubro está em R$ 148,3 ante os atuais R$ 142,50 registrados pelo
indicador do Cepea, que representa a média do mercado. “É um ganho bom, mas menor do que os 9% a 10%
esperados”, diz o diretor da NF2R Assessoria Agropecuária, Rodrigo Albuquerque.
No acumulado do ano, a perspectiva é de um crescimento de 3,85% no preço médio em relação ao ano passado,
diz o analista. “A cotação começou o ano com 8% de alta e teve o potencial de recuperação reduzido ao longo do
ano, acompanhando as perspectivas de crescimento econômico do País”, explica. Nesse cenário, segundo ele, o
que vai garantir ao pecuarista uma margem positiva é a gestão do negócio.
“Esse é um começo de entressafra atípico”, diz o gerente executivo de business inteligence do Minerva, Leonardo
Alencar, referindo-se às escalas mais alongadas e à oferta incomum para o mês de julho. “Os preços já deveriam
estar subindo, mas estão de lado.”
No primeiro semestre do ano, a demanda por carne bovina foi prejudicada pelo excedente de oferta de suínos e
aves, em função de restrições da exportação, o que reduziu os preços dessas proteínas. A greve dos
caminhoneiros, em junho, causou prejuízos aos produtores e mudou esse cenário. “A paralisação acelerou o
processo de redução da produção de aves e suínos que vinha acontecendo”, diz Alencar.
Ele destaca que a carne bovina encontra no segundo semestre uma situação mais confortável que no primeiro. “O
consumo começa a melhorar, por questões sazonais, em um cenário em que as proteínas concorrentes estão mais
caras do que estavam no primeiro semestre, amenizando a concorrência com a carne bovina”, salienta o gerente
executivo do Minerva. Tanto Alencar quanto Lygia destacam que, historicamente, a demanda em ano de eleições
cresce.
Frigoríficos
Se para os pecuaristas o cenário exige cautela, para os frigoríficos está mais confortável. A valorização do dólar
tem impulsionado as exportações, compensando a demanda pouco aquecida no mercado interno. “Nesse cenário,
os frigoríficos estão exportando o máximo possível”, afirma Alencar, salientando que há dúvidas sobre os dados de
exportação da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), cujo sistema passou por alterações. O Minerva exporta em
torno de 70% da produção e concentra 45% da capacidade no Brasil. “No nosso caso, somos beneficiados pela
valorização do câmbio também na Argentina”, observa Alencar.
O frigorífico registrou prejuízo de R$ 114,5 milhões no primeiro trimestre do ano e aposta em um cenário mais
favorável para os próximos meses. “O que pesou foi o resultado do quarto trimestre de 2017, quando a empresa
estava no processo de integração e aceleramos o uso de capacidade nas unidades novas e no Brasil, o que gerou
uma queima de caixa muito grande”, afirma o diretor de relações com os investidores do figorífico, Eduardo
Puzziello.
Ele descarta novos movimentos de aquisição e diz que a meta agora é a desalavancagem. O Minerva adquiriu no
ano passado as operações do JBS na Argentina, Uruguai e Paraguai, e já atua na Colômbia. “Essa diversificação
permite que a empresa não fique refém de barreiras sanitárias ou questões climáticas, políticas ou de mercados”,
salienta.
Desde que a Rússia suspendeu as aquisições de carne bovina brasileira, no final de 2017, a companhia passou a
abastecer esse mercado via Argentina e Uruguai, por exemplo. “ Hoje, exportamos mais para a Rússia do que
quando o mercado brasileiro estava aberto”, acrescenta Alencar. Com informações do DCI.
domingo, 15 de julho de 2018
Arroba: frigoríficos com dificuldade para comprar
Os negócios ocorrem de forma mais comedida no mercado do boi gordo. De maneira geral há irregularidade na
oferta. É cada vez mais difícil encontrar animais de pasto.
Além disso, os animais de confinamento não chegam em grande volume ao mercado e, a somatória destes fatores,
gera dificuldade de compra para as indústrias.
Acompanhe as cotações da arroba do boi gordo e da reposição
em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Os frigoríficos, em sua maioria, adotam a postura de pagar um pouco mais quando encontram animais com melhor
acabamento.
Porém, apesar da oferta restrita, a arroba não decola, o escoamento lento da carne permite aos frigoríficos
trabalharem com estoques mais enxutos.
Diante desse “equilíbrio”, tivemos poucas alterações para a arroba do boi gordo no fechamento da última quintafeira
(12/7).
No mercado atacadista de carne bovina com osso a carcaça de bovinos castrados ficou cotada em R$9,25/kg,
recuo de 0,3% frente ao levantamento anterior (11/7). Com informações da Scot Consultoria.
Preço da carne continua caindo no varejo
Carne sem osso sem força no varejo. Segundo levantamento da Scot Consultoria, em São Paulo a queda no preço
foi de 0,3% nesta semana. Em Minas Gerais, houve recuo de 0,2%. Já no Paraná e no Rio de Janeiro, mercado
estável.
Esse comportamento explica a dificuldade de precificação que as indústrias encontram no atacado.
Apesar disso, o markup dos varejistas paulistas está no melhor patamar desde junho, em 67,8%. Com informações
da Scot Consultoria.
Preço do milho recua e pode cair mais
Os preços do milho caíram no mercado interno.
As referências, que chegaram próximas a R$45,00 por saca de 60kg na região de Campinas-SP no começo de
junho deste ano, atualmente estão entre R$36,00 e R$37,00 por saca, segundo levantamento da Scot Consultoria.
O avanço da colheita da segunda safra no país e os poucos negócios no mercado interno, com as indefinições
sobre o tabelamento do frete rodoviário, pressionaram as cotações para baixo nas últimas semanas.
Com a queda no preço do grão e as valorizações no mercado do boi gordo, a relação de troca frente ao insumo
melhorou em julho.
Em São Paulo, atualmente é possível comprar 3,97 sacas de milho com o valor de uma arroba de boi gordo.
O aumento no poder de compra do pecuarista foi de 14,8%, em relação a junho deste ano, mas ainda está 20,5%
pior que em julho do ano passado.
Em curto prazo, o aumento da disponibilidade interna com o avanço da colheita da safra de inverno deverá manter
os preços mais frouxos. Não estão descartadas quedas nas cotações.
No entanto, alguns fatores merecem atenção, tais como, as recentes quedas nas temperaturas, que podem trazer
prejuízos às lavouras de milho de segunda safra, especialmente no Centro-Sul do país, onde os trabalhos estão
mais atrasados.
Além disso, a questão do tabelamento do frete rodoviário, que tem travado os negócios no país, já começa a afetar
a oferta pontualmente em algumas regiões.
Outro ponto importante é o dólar em um patamar mais elevado este ano, que poderá aumentar os embarques de
milho neste segundo semestre.
No mercado futuro (B3), os contratos de milho com vencimento em julho/18 fecharam cotados em R$36,85 por
saca (11/7). Ou seja, mercado andando de lado, com possibilidade de quedas pontuais em curto prazo.
Para setembro/18 e novembro/18, os preços foram respectivamente, R$37,43 e R$39,51 por saca, já refletindo o
cenário de maior movimentação para exportação. Com informações da Scot Consultoria.
O Brasil ganha ou perde com a guerra comercial?
Ainda com dúvidas se, entre os tiros disparados por Donald Trump, existem ou não muitas balas de festim,
especialistas olham para a escalada da guerra comercial deflagrada pelo presidente americano e veem algum
ganho imediato para o Brasil, mas incerteza generalizada num prazo mais longo.
"A guerra comercial assusta, mas por enquanto é risco não materializado. Pode afetar o Brasil positivamente no
caso de a China decidir comprar a soja brasileira em vez da americana", diz Marco Casarin, economista-chefe para
a América Latina da consultoria inglesa Oxford .
A favor do Brasil também contaria um aspecto geralmente visto como fraqueza por alguns analistas: o pequeno
grau de abertura da economia brasileira, que acabaria protegendo o país das tensões que pesam sobre as longas
cadeias de produção.
Para além disso, não há muito otimismo.
Mesmo que os EUA recuem ou que as regiões diretamente afetadas -além da China, União Europeia, México e
Canadá- optem por caminhos alternativos ao das retaliações adicionais, a expectativa é que as tensões abalem o
crescimento econômico mundial e os fluxos financeiros globais, atingindo mais fortemente emergentes como o
Brasil.
No lance mais recente, por exemplo, Trump anunciou tarifa de 10% sobre US$ 200 bilhões em produtos chineses,
em uma lista tão diversificada que vai de produtos agrícolas a perucas. Tudo, no entanto, ainda precisa ser
submetido à consulta pública.
Caso os EUA avancem em medidas contra a China e a Europa, diz o Bradesco, a perda para o crescimento do PIB
(Produto Interno Bruto) mundial deve ser de algo entre 0,3 e 0,4 ponto percentual.
"O duro é que tudo isso pega o Brasil num momento de fragilidade econômica e política", diz Monica de Bolle,
pesquisadora do Peterson Institute, em Washington.
Para Livio Ribeiro, pesquisador do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), o
cenário não chega a ser de uma tempestade perfeita, em especial porque o país é credor em dólar e tem um déficit
muito baixo nas trocas com o exterior. "Mas é um momento sensível", diz ele.
Na guerra contra a China, dizem os economistas, o Brasil se destaca como vendedor mais óbvio de produtos como
soja e milho, além de figurar como alternativa para montadoras que fugir de tarifas adicionais ao buscar produzir
fora das zonas de conflito.
Já há evidências de aumento dos embarques de soja do Brasil para a China, embora a capacidade mundial não
seja suficiente para compensar a saída dos americanos do mercado chinês, diz Ribeiro.
Por outro lado, diz Bolle, perdendo o mercado chinês, os produtores americanos seriam forçados a procurar outros
destinos para seus produtos. "Ou seja, os EUA passariam a competir com o Brasil, em especial na produção de
grãos e carne".
Outro ponto, diz Ribeiro, é que a sobra de grãos no mercado americano pode deprimir os preços internacionais das
commodities, o que também não é bom para o Brasil.
O Bradesco fala também em guerra cambial, além de efeitos negativos sobre confiança e decisões de
investimentos. "Vem aí muita confusão", diz Bolle. Com informações do Diário de Cuiabá.
segunda-feira, 9 de julho de 2018
Consultoria prevê aumento das exportações
Depois de ter atingido, em junho, o menor volume exportado desde janeiro de 2011, o embarque de carne bovina
do Brasil para o exterior pode mostrar reação no segundo semestre, estima Caio Toledo, consultor em
gerenciamento de riscos da INTL FCStone. "Sazonalmente a demanda do mercado externo pela proteína brasileira
é mais elevada entre agosto e dezembro, o que coloca alguma possibilidade de recuperação do volume embarcado
acumulado", explica.
Para o especialista, o cenário cambial também é mais favorável este ano, pois a desvalorização do real aumenta a
competitividade da carne in natura do Brasil no mercado global. Mais cedo, a consultoria divulgou relatório com
análise dos dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) apresentados nesta semana.
Segundo o levantamento da FCStone, a instabilidade gerada no setor logístico brasileiro, tanto pela greve dos
caminhoneiros quanto pela falta de resolução sobre a fixação de preços mínimos de frete, foi o principal fator
negativo para as exportações de junho. "Em termos monetários, as exportações totalizaram US$ 278,81 milhões,
sinalizando um recuo de 33,5% no comparativo com o ano imediatamente anterior, e o menor valor para o mês
desde 2007", diz a consultoria.
Depois da greve, a cadeia de bovinos enfrenta dificuldades de recomposição da produção. A paralisação, em
primeiro momento, afetou o fluxo de saída das carnes das câmaras frias dos frigoríficos para os portos, para então
dificultar o transporte de animais para o abate. Com isso, a produção ficou estagnada e houve recuo na oferta do
mercado interno. "Destaca-se que os acertos ainda pendentes sobre a tabela de fretes também favoreceram uma
menor oferta para a nutrição pecuária, que já sofre impactos da elevação dos preços do milho, estes em um
patamar 20,5% acima da média dos últimos anos devido ao contexto de quebra da safrinha no Mato Grosso do Sul,
Goiás e Paraná", acrescenta o relatório. Com infomações do portal Estadão
Arroba: consumo ainda segura a alta do boi
Mercado firme, andando de lado nesta quinta-feira (5/7).
A oferta não é abundante. A entressafra do capim começou em quase todo país, não há grande volume de boiadas
de primeiro giro de confinamento e a demanda não tem força para puxar os preços para cima.
Acompanhe as cotações da arroba do boi gordo e da reposição
em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Só se paga mais quando as escalas encurtam muito. Porém, são poucos os casos em que o fluxo de venda é mais
rápido que o de recomposição dos estoques.
O estímulo para o consumo, esperado com o pagamento de salários, que poderia destravar as negociações com
bovinos terminados, não veio. A carne bovina sem osso teve desvalorização de 1,0% no acumulado dos últimos
sete dias, é a segunda queda semanal consecutiva. Com informações da Scot Consultoria.
Reposição começa a se movimentar
Após desvalorizações consecutivas em todas as semanas do último mês, o início de julho trouxe estabilidade para
a média de preço de todos os estados e categorias de bovinos de reposição pesquisados pela Scot Consultoria.
Aos poucos, principalmente nas regiões do Centro-Oeste, as especulações vão se tornando negócios
concretizados.
Acompanhe as cotações da arroba do boi gordo e da reposição
em: www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Em estados confinadores como Mato Grosso, Goiás e Mato Grosso do Sul, o aumento da procura por animais mais
erados puxou os preços destas categorias para cima.
O boi magro goiano (12@), por exemplo, subiu 4,0% nos últimos 15 dias. A entressafra mais intensa e o preço da
arroba do boi gordo reagindo no estado permitiram esse movimento.
Contudo, em alguns estados como São Paulo e Paraná, as cotações dos animais de reposição recuaram, 0,8% e
1,2%, respectivamente, na média de todas categorias no fechamento semanal.
No Paraná, a baixa qualidade das pastagens de inverno afasta compradores e vendedores das comercializações.
Já em São Paulo, há pouco interesse em girar o estoque da fazenda. Muitos compradores estão aguardando
melhores preços no mercado do boi gordo para realizar a troca.
Por fim, a expectativa para o curto e médio prazos, pelo lado do comprador, é de que a entressafra mais
característica precifique melhor o boi gordo e aumente o ímpeto de compra de recriadores e invernistas. Pelo lado
vendedor, a diminuição de suporte das pastagens pode fazer com que eles sejam menos resistentes nas
negociações. Com informações da Scot Consultoria.
domingo, 1 de julho de 2018
Assinar:
Postagens (Atom)