No acumulado do ano saldo é positivo em 2,6% em relação a 2013.
Em setembro, a receita das vendas externas de carne bovina alcançou US$ 441 milhões
Apesar da expectativa de maior demanda internacional, as exportações de carne bovina
in natura registraram em setembro a maior queda do ano. Mesmo assim,
analistas reforçam que o acumulado dos meses tem números positivos.
Em
setembro, a receita das vendas externas de carne bovina alcançou US$
441 milhões. O valor é 12,1% menor se comparado ao mesmo período do ano
passado. O volume exportado também recuou. Foram pouco mais de 90 mil
toneladas, recuo de 19,3%. Apesar dos números atuais, quem acompanha o
mercado é bastante otimista quanto à retomada de crescimento, já que no
acumulado do ano o saldo é positivo, com alta de 2,6% em relação a 2013.
– Desde 2012 a gente observa que as exportações brasileiras vinham
crescendo de forma significativa em termos de valores. Isso pra um país
que já exporta muita coisa, porque a gente tem que levar em consideração
que um grande exportador é muito mais difícil de ter uma taxa de
crescimento tão grande em relação ao pequeno exportador. O Brasil
cresceu em 2012, cresceu em 2014, e pelas nossas projeções deve crescer
em 2014 – diz o diretor técnico da consultoria FNP, José Vicente Ferraz.
De acordo com outro analista, Cesar de Castro Alves, da consultoria
MBAgro, a diferença dos valores praticados dentro e fora do Brasil pode
ser a razão da queda nas exportações. Ele lembra que os frigoríficos
geralmente atuam nos dois mercados.
– Provavelmente, essa desaceleração está relacionada a um boi gordo
muito caro que está sendo praticado, combinado com a pior margem do
frigorífico no mercado interno. Como o preço da carne caiu no mercado
interno, ainda que as exportações estejam remunerando bem, no abate você
tem um deslocamento de algumas partes do mercado interno e outras para o
mercado externo. Isso pode ser uma estratégia dos frigoríficos para
ganhar um pouco de tempo, até que as cotações se acomodem um pouco, ou
que a carne volte a subir no mercado interno, melhorando essa equação –
afirma Alves.
A crescente valorização da moeda americana torna as projeções para
este fim de ano ainda mais positivas. Segundo o analista da MBAgro, o
dólar valorizado e a demanda interna melhoram a margem da indústria.
– Ainda que o boi fique caro, como é a expectativa, se essa carne no
mercado interno permitir melhorar a conta dessa equação, a exportação
tem uma expectativa muito boa, sobretudo agora que o dólar se valorizou
bastante em relação ao real. E isso faz com que as nossas exportações
sejam mais competitivas. A gente consegue converter mais reais com a
mesma quantidade de dólares – conclui Alves.
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