Os preços da arroba do boi gordo, medidos pelo Indicador Esalq
BM&FBovespa, registraram aumento de 16,4%, descontada a inflação,
entre setembro de 2013 e setembro de 2014, quando passaram de R$ 113,00
para R$ 131,60. No acumulado do ano, a alta da arroba é de 9,91%.
Segundo análise da Superintendência Técnica da Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o aumento do preço da arroba do
boi gordo em 2014 é resultado da recuperação da pecuária, iniciada no
ano passado, após um cenário de baixa cotação dos animais em 2011 e
2012.
A crise no setor comprometeu novos investimentos e provocou o aumento
do abate de matrizes, na tentativa de minimizar os efeitos da falta de
renda dos pecuaristas.
Como consequência, houve restrição de oferta de animais para abate e
valorização dos bezerros para a reposição de rebanho. Este fator,
juntamente com a seca prolongada, contribuiu para a alta da arroba e dos
preços da carne bovina neste ano.
“É preciso levar em consideração que os preços atuais do boi gordo
sucedem um longo período de baixa. Mas os baixos preços do boi gordo em
2011 e 2012 contribuíram para reduzir a inflação no período, pois a
carne subiu menos que o IPCA, beneficiando os consumidores”, diz a nota
técnica da CNA. Especificamente nestes dois anos, a arroba caiu 3% e
5,36%, respectivamente, enquanto os custos subiram 8,15% e 2,85%.
No entanto, a nota ressalta que este aumento é pontual. Na sua
avaliação, para que os preços fiquem estáveis e haja equilíbrio entre
oferta e demanda, são necessários novos investimentos em tecnologia para
aumentar a produtividade, o que não tem sido possível nos últimos anos,
pois a renda do setor subiu abaixo dos custos.
Em uma década, enquanto a arroba do boi subiu 101,17%, o Custo
Operacional Efetivo (COE), que engloba as despesas do produtor com o dia
a dia da atividade, teve elevação de 162%. No ano de 2014, o COE, teve
variação de 13,15%.
Fonte:
CNA
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