O plano fiscal proposto nesta semana pelo governo federal está "desbalanceado" devido à maior ênfase
no aumento de impostos, de acordo com o CEO da JBS, Wesley Batista. "Essa é a reclamação do setor
privado".
O empresário reconheceu que, "no fundo", é inevitável que o ajuste fiscal implique aumento de tributos e o
setor privado sabe que terá de "arcar" com uma parte disso. "Mas o tamanho é um incômodo", disse
Batista, em alusão à diferença entre o corte de gastos (R$ 26 bilhões) e o aumento de tributos (R$ 45,7
bilhões) do plano anunciado na segunda-feira.
Na avaliação de Batista, o desafio do Brasil é "duplo". Internamente, a situação política conturbada
prejudica avanços tanto na resolução da atual quadro fiscal quanto nas reformas estruturais prementes. "A
reforma tributária passou da hora. O sistema tributário está ficando insuportável", afirmou. Na área
trabalhista, uma reforma que reduza o número de contenciosos também é necessária, acrescentou o
empresário.
A outra fase do desafio "duplo" é externa e remete ao fim do superciclo de alta commodities e à
recuperação dos EUA culminando com a valorização do dólar e depreciação das moedas dos
emergentes. Nesse contexto, Batista reafirmou a política de hedge da empresa, de proteger toda
exposição ao dólar. "É questão de prudência. O risco cambial é desproporcional ao custo do [hedge]. Com
informações do Valor.
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