A perda do grau de investimento do Brasil pela Standard & Poor's (S&P) pode significar menos projetos
em logística e infraestrutura no médio e longo prazos, avalia a Informa Economics FNP.
Ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o diretor técnico da consultoria, José
Vicente Ferraz, disse que há riscos de investidores estrangeiros abandonarem ou reduzirem o ritmo de
investimento caso outras agências de risco sigam o caminho da S&P, com efeitos negativos sobre o setor
agropecuário.
"Essa é a maior preocupação. Esperamos que não, mas se alguns desses investimentos deixarem de ser
feitos ou entrarem em compasso mais lento, isso seria péssimo", diz.
Ferraz destaca a necessidade de melhorar o escoamento da produção nacional, aumentando a
competitividade das exportações brasileiras e elevando a renda dos produtores. "Eles trariam a
possibilidade de continuarmos em expansão do setor, inclusive em área plantada", afirma o consultor. No
entanto, Ferraz destaca que muitos investidores destes projetos são estrangeiros, inclusive fundos que
têm por regra não investir em países de grau especulativo. Ainda assim, a FNP não acredita em efeitos de
curto prazo do rebaixamento para o setor.
No mercado de câmbio, Ferraz espera que a alta do dólar se acelere, o que tende a beneficiar as cadeias
produtivas exportadoras. "Para o agronegócio e a exportação de commodities isso é positivo. Do ponto de
vista inflacionário e do custo de produção, é ruim, mas comprovadamente os benefícios são maiores",
avalia. Ferraz acredita que a desvalorização do real deve continuar a compensar a queda nos preços
internacionais das commodities agrícolas.
Na quarta-feira, a S&P rebaixou o rating do Brasil de BBB para BB+ e retirou o grau de investimento do
País. A perspectiva negativa da nota de crédito do Brasil permaneceu negativa. Com informações da
Globo.com
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