O atual ciclo de alta na pecuária deve permanecer forte no próximo ano, segundo analistas e
pesquisadores da cadeia produtiva da carne. O tema foi debatido no Encontro de Analistas da Scot
Consultoria, realizado na manhã de 27 de novembro, em São Paulo, SP.
De acordo com Alcides Torres, o Scot, da Scot Consultoria, mesmo com atual cenário econômico
desfavorável, a atividade ainda terá margens confortáveis no próximo ano. “Não devemos ter grandes
alterações e o preço do boi deve se manter acima da inflação. O consumo interno recuou, mas o
fechamento de frigoríficos ociosos ajustou a relação oferta e demanda, trazendo maior eficiência à
pecuária”, destaca.
Acompanhe as cotações do mercado do boi gordo e da reposição
em:www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Outro fator que deve contribuir para esse cenário, segundo Torres, é a mudança do perfil do consumidor,
que passou a absorver mais cortes dianteiros. “Em um levantamento feito por nós pudemos comprovar
que os clientes passaram a comprar cortes mais baratos, mais isso não derrubou a lucratividade de
casas de carnes nobres e restaurantes. Pelo contrário, trouxe maior equilíbrio de mercado”.
Baixa oferta Em termos de oferta de bois, o ano de 2016 deve começar com preços pressionados,
principalmente em relação à instabilidade econômica do país. “A oferta ainda deve ser pequena no
próximo ano, pressionando os preços na briga contra a inflação”, destaca Hyberville Neto, da Scot
Consultoria.
Para Alex Torres, também da Scot, os impostos acumulados para o primeiro bimestre do ano deve
reduzir o poder de compra do consumidor, refletindo na estabilidade do boi gordo. “Nos meses de
janeiro e fevereiro a população está menos capitalizada e o consumo deve recuar ainda mais e pode
derrubar o preço da arroba”.
Os analistas preveem que o ciclo de alta se encerre em 2017, quando o mercado já terá oferta
equilibrada de bezerros. “Isso não quer dizer que o pecuarista terá grandes perdas, pois os
investimentos feitos recentemente devem garantir uma boa estabilidade econômica”, destaca Alcides
Torres.
Por outro lado, Sérgio De Zen, pesquisador do Cepea, afirma que ainda não é possível traçar essa
estimativa e que o período de queda pode acontecer antes que o esperado. “Como os preços estavam
aumentando em 2014, alguns pecuaristas podem ter retido suas matrizes na estação de monta do ano
passado, o que pode gerar uma grande oferta de bezerros já em meados de 2016”, especula. Com
informações do portal DBO.
segunda-feira, 30 de novembro de 2015
Exportações à China devem crescer muito, diz Abiec
As exportações brasileiras de carne bovina deverão ter um impulso em 2016 com fortes embarques para
a China, ajudando a recuperar os percalços sentidos pelo setor em 2015, projetou nesta sextafeira o
presidente da entidade que representa as empresas exportadoras.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) estima que as exportações para a
China deverão somar 200 mil toneladas no próximo ano, o equivalente a 1 bilhão de dólares, disse o
presidente da entidade, Antônio Camardelli, nesta sextafeira.
No acumulado dos primeiros dez meses de 2015, as exportações totais de carne bovina do Brasil
somaram 4,8 bilhões de dólares e 1,1 milhão toneladas, queda de 18 por cento no faturamento e 11 por
cento no volume.
O mau desempenho no ano é atribuído principalmente a dificuldades em mercados tradicionais como
Rússia e Venezuela, abalados pelos baixos preços do petróleo, além de redução nos embarques para
Hong Kong.
O mercado chinês de carne bovina foi reaberto ao Brasil este ano e, segundo Camardelli, as exportações
já ocorrem efetivamente há cinco meses.
Em outubro, o país asiático já foi o segundo principal destino dos embarques de carne bovina do Brasil.
"A abertura do mercado da China foi uma dádiva para nós", disse o executivo em um encontro de
analistas organizado pela Scot Consultoria.
Camardelli evitou fazer projeções para o resultado total das exportações em 2015 e em 2016.
Para dezembro e janeiro, pontualmente, a Abiec estima que os embarques de carne bovina para o país
asiático deverão desacelerar devido à redução de compras antes do Ano Novo chinês, comemorado no
início de fevereiro.
O Brasil já tem oito unidades de abate exportando efetivamente para a China. Há cerca de dez dias, três
novas plantas foram autorizadas a embarcar.
"Após a última visita deles (chineses), temos perspectiva de mais três. Seriam 14 no total. E mais uma
série de empresas listadas (na espera), que estão dentro de um processo de negociação comercial",
afirmou.
A Abiec estuda, inclusive, abrir na China seu primeiro escritório fora do Brasil, revelou o executivo, sem
falar em um prazo.
A expectativa é que a representação possa ajudar empresas brasileiras e diplomatas a negociar novos
acordos.
"É um país que compra tudo que é parte do boi, inclusive partes que os outros não compram. É
necessária uma proximidade e uma presença mais institucional, para ajudar a embaixada, do adido
agrícola, porque é um mercado que se consolida como um dos maiores."
Investidores chineses estão buscando também oportunidades para comprar participações minoritárias
em frigoríficos de pequeno e médio porte no Brasil, o que comprovaria o interesse da China em garantir
fluxo de carne bovina, disse Camardelli.
"A gente foi procurado (por investidores chineses) e mostrou o portfólio de indústrias", afirmou o
executivo, dizendo não ter detalhes adicionais sobre negociações em andamento, uma vez que ela não
ocorrem com participação da Abiec. Com informações da Reuters.
Vendas aos árabes podem ter forte alta
Acompanhamento mensal das exportações brasileiras para os 22 países da Liga Árabe feito pela
Câmara de Comércio ÁrabeBrasileira mostra que entre janeiro e outubro deste ano os árabes
compraram mais do Brasil em relação ao ano passado. Os embarques, porém, apresentam a essa
altura do ano uma tendência de desaceleração com a proximidade do inverno no hemisfério norte e do
limite dos estoques, intensamente recompostos nos últimos meses.
De acordo com levantamento feito com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC), as vendas em volume cresceram 13,57% no período, num total de 37,8 milhões de
toneladas. Já as receitas somaram US$ 10,1 bilhões, recuo de 8,62% na mesma comparação, resultado
que ainda reflete a queda média de 40% no preço das commodities desde o início do ano, produtos que
compõe 70% da pauta brasileiras de exportações.
“Apesar da diminuição no ritmo dos embarques, o aumento no volume mostra que ainda existe uma
demanda a ser atendida, que precisa ser administrada com a baixa dos preços”, diz o diretorgeral da
entidade, Michel Alaby. O Bahrein é um exemplo desta necessidade. Apesar de pequeno em território e
população, é o terceiro maior comprador de produtos brasileiros em volume (5,1 milhões de toneladas)
no mundo árabe. O país ampliou os embarques em 72,34% no período, mas as receitas recuaram
7,22%, para US$ 289,60 milhões.
Há casos, no entanto, em que as vendas continuam recuperandose. O Iraque foi o país onde as vendas
brasileiras mais avançaram. Em volume, subiram 586% (total de 518,3 mil toneladas). Em receitas, 72%
(US$ 273,4 milhões). De acordo com Alaby, o resultado devese ao aumento nas vendas de frango, que
têm retornado aos poucos à normalidade com a celebração em maio de um acordo sanitário entre o
Brasil e o país árabe.
A Arábia Saudita foi o que mais comprou do Brasil. Em valores, as vendas cresceram 8,54% (total de
US$ 2,2 bilhões) e os embarques, 11,35% (4,3 milhões de toneladas), expansão também creditada ao
frango. O resultado, porém, ainda não sofre influência do fim do embargo à carne bovina brasileira
anunciado em novembro, o que abriu um mercado potencial de 50 mil toneladas ao ano para o produto
nacional, equivalente a US$ 170 milhões. Alaby lembra que as vendas novas de carne bovina para o
golfo arábico podem chegar a US$ 230 milhões anuais quando Bahrein, Catar e Kuwait retirarem seus
respectivos embargos, o que é esperado para os próximos meses.
O açúcar brasileiro continua motivando a expansão dos embarques em volume para o Sudão (alta de
531,31% no período), Somália (22,15%) e Palestina (92,15%). O Catar também ampliou suas compras
de açúcar brasileiro (39,83%), mas tem fornecido ao Brasil quantidades cada vez maiores de gás
natural, usado na fabricação de fertilizantes. Por causa disso, as importações do Catar tiveram aumento
de 56% em valores no período (US$ 771,43 milhões).
Outro componente usado em fertilizantes, o fosfato, vendido ao Brasil por Marrocos, Argélia e Tunísia,
não teve redução significativa em volumes, mas o produto está mais barato. Essa queda foi responsável
pela redução das importações em valores do Marrocos ( 42,94%) e da Argélia (38,39%). A importação
de combustíveis dos árabes recuou 40,72% em receita, mantendose estável em volume (8,68 milhões
de toneladas) pela queda do preço do produto no mercado internacional. As quedas em valores nas
compras de fosfato e petróleo contribuíram ambas para reduzir as perdas causadas pela baixa das
commodities. Com informações da assessoria de imprensa.
Frigoríficos reduzem compras com escalas maiores
Diminuiu a pressão de compra das indústrias na última sexta-feira (27/11)
As escalas de abate de algumas indústrias estão se alongando, o que dá possibilidade de os frigoríficos
realizarem as compras aos poucos.
Com o consumo lento dos últimos dias, aumentou o volume de carne no mercado, fazendo com que
houvesse recuo nos preços da carne com osso.
Acompanhe as cotações do mercado do boi gordo e da reposição
em:www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Este cenário vem influenciando nas cotações da arroba do boi gordo.
As compras de animais a preços menores são realizadas em menor volume e há dificuldade de compra
nessas condições. A oferta não está abundante em boa parte das regiões e há resistência do pecuarista
as queda de preços.
Em algumas praças o mercado está pressionado para cima. A expectativa é de que a oferta reduzida
limite as reduções de preços em curto prazo. Com informações da Scot Consultoria.
domingo, 22 de novembro de 2015
Passo a passo para produção de silagem
Engenheiro agrônomo ensina a escolher sementes de milho e sorgo, preparar o solo, fazer picagem e compactação do volumoso
No Brasil, a oferta sazonal de pasto faz com que o produtor precise se
preparar para alimentar o rebanho na época da seca. Rica em energia, a
silagem entra como complemento à dieta animal baseada também em
proteína. O milho e o sorgo, além do capim, são as principais fontes de
matéria verde quando o verão se encerra. Explorando o processo que vai
da escolha da semente à compactação desses dois grãos, o engenheiro
agrônomo da Embrapa Milho e Sorgo, Diego Oliveira Carvalho, ensina como
obter um volumoso de qualidade para nutrir o gado.
Preparo do solo – Quanto ao plantio e preparo do solo, a produção de silagem não difere em nada da de grãos. “Boa fertilidade reflete em produtividade e o mais recomendado é realizar o plantio direto”, afirma Carvalho. Uma análise do solo indica se é necessária a aplicação de gesso ou calcário. A correção da área também pode ser feita em paralelo para facilitar o trânsito das colheitadeiras. Com adubação e correção do solo em dia, é hora de escolher as sementes.
Sementes – Pensando em oferecer maior grau de digestibilidade para o animal, as empresas produtoras de sementes destinam à produção de silagem os grãos com textura mais macia. Gerente da Embrapa Produtos e Mercados, Reginaldo Resende, pontua que a avaliação de cultivares de milho e de sorgo apropriadas para a produção de silagem teve início na safra passada. Hoje, as cultivares de milho distribuídas pela Embrapa são as variedades BRS 4103 e BRS Caimbé, os híbridos BRS 3040, BRS 2022 e HTMV1. Já de sorgo foram disponibilizados a variedade BRS Ponta Negra e o híbrido BRS 655 – este último foi destaque por sua alta qualidade, com produção de 17.404 quilos de leite por hectare e 944 quilos de leite por tonelada de matéria seca ingerida.
Milho ou sorgo? – De acordo com Diego Carvalho, a boa silagem de sorgo apresenta valor nutricional equivalente ao do milho, com um desempenho que não varia em mais de 10%. A principal diferença entre as duas culturas se dá quanto à uniformidade de amadurecimento dos grãos e resistência à seca.
“O milho tem a vantagem de amadurecer de uma só vez, sendo fácil atestar o momento certo para a colheita”, explica o engenheiro agrônomo. Uma dica prática para não errar no ponto é espremer o grão entre os dedos e ver se ele está com textura de leitoso para farináceo, começando a endurecer. Carvalho também diz para o produtor ficar atento à linha do leite quando quebrar a espiga ao meio. “O ponto de colheita é entre o estágio farináceo e de ¾ dessa linha, quando o teor de matéria seca é de 30% a 35%.”
Os grãos de sorgo, por sua vez, não amadurecem ao mesmo tempo na panícula. O processo acontece da ponta para a base. “A textura e a umidade dos grãos que ficam ao meio dela acompanham o princípio do ponto de colheita do milho, entre leitoso e farináceo. A diferença é que quando você observar essa característica no sorgo deve esperar ainda de dois a três dias para iniciar a colheita, dando tempo para os grãos amadurecerem de um lado a outro”, afirma Carvalho. Na dúvida, ele diz para iniciar a colheira antes porque grãos duros demais prejudicam o processo de compactação. Quanto à resistência à seca o sorgo apresenta vantagens. “Por ter um sistema radicular mais abrangente e profundo, a planta tem maior capacidade de hidratação, e sua camada cerosa no colmo diminui a perda de água por evapotranspiração.”
Picagem – Em relação ao tamanho das partículas, o especialista recomenda que tenham entre 0,5 e um centímetro. Além de ajudar com a compactação, isso aumenta o aproveitamento dos nutrientes pelo gado. “Hoje, com os sistemas corn-cracker, você aumenta a probabilidade de o grão ser digerido pelo animal porque, dependendo do tamanho da partícula, ele passa direto pelo trato digestivo.” Conferir a distância entre a faca e contra-faca das picadoras é outro cuidado que deve ser tomado pelo menos duas vezes ao dia durante o processo. A recomendação é de que ela não passe de cinco milímetros para garantir o tamanho mínimo das partículas.
Compactação – Talvez a parte mais importante do processo de produção da silagem, a compactação é a etapa em que se confirma a qualidade do alimento que será destinado ao gado. Seu objetivo é eliminar todo o oxigênio entremeado no volumoso para aumentar a eficiência da fermentação que produz o ácido lático responsável por conservar a matéria orgânica. “O milho e o sorgo, naturalmente, apresentam bactérias que dão conta desse processo, mas não raro os produtores colocam na mistura aditivos que são nada mais do que concentrados desses microorganismos.”
Segundo Diego, o baixo custo dos aditivos faz com que essa prática se perpetue, embora já tenha se provado dispensável. A compactação recomendada tanto para o milho quanto para o sorgo é de 600 kg/m³.
A escolha pela ensilagem em trincheiras também facilita o procedimento, uma vez que as paredes feitas de alvenaria ajudam a impedir a entrada do ar. Nesse casos, sucessivas camadas de 20 centímetros de volumoso podem ser compactadas pelo vaivém de tratores.
A ensilagem superficial é mais econômica e para sua cobertura o mais indicado é usar lonas plásticas que tenham uma face branca e outra preta. Embora grossas e resistentes, elas devem ser cobertas ainda por uma camada de terra de 10 a 15 centímetros para evitar a formação de bolsões de ar. Pedras podem ser colocadas nas bordaduras para segurar melhor a lona e uma cerca é sempre bem-vinda para evitar a aproximação de animais.
Preparo do solo – Quanto ao plantio e preparo do solo, a produção de silagem não difere em nada da de grãos. “Boa fertilidade reflete em produtividade e o mais recomendado é realizar o plantio direto”, afirma Carvalho. Uma análise do solo indica se é necessária a aplicação de gesso ou calcário. A correção da área também pode ser feita em paralelo para facilitar o trânsito das colheitadeiras. Com adubação e correção do solo em dia, é hora de escolher as sementes.
Sementes – Pensando em oferecer maior grau de digestibilidade para o animal, as empresas produtoras de sementes destinam à produção de silagem os grãos com textura mais macia. Gerente da Embrapa Produtos e Mercados, Reginaldo Resende, pontua que a avaliação de cultivares de milho e de sorgo apropriadas para a produção de silagem teve início na safra passada. Hoje, as cultivares de milho distribuídas pela Embrapa são as variedades BRS 4103 e BRS Caimbé, os híbridos BRS 3040, BRS 2022 e HTMV1. Já de sorgo foram disponibilizados a variedade BRS Ponta Negra e o híbrido BRS 655 – este último foi destaque por sua alta qualidade, com produção de 17.404 quilos de leite por hectare e 944 quilos de leite por tonelada de matéria seca ingerida.
Milho ou sorgo? – De acordo com Diego Carvalho, a boa silagem de sorgo apresenta valor nutricional equivalente ao do milho, com um desempenho que não varia em mais de 10%. A principal diferença entre as duas culturas se dá quanto à uniformidade de amadurecimento dos grãos e resistência à seca.
“O milho tem a vantagem de amadurecer de uma só vez, sendo fácil atestar o momento certo para a colheita”, explica o engenheiro agrônomo. Uma dica prática para não errar no ponto é espremer o grão entre os dedos e ver se ele está com textura de leitoso para farináceo, começando a endurecer. Carvalho também diz para o produtor ficar atento à linha do leite quando quebrar a espiga ao meio. “O ponto de colheita é entre o estágio farináceo e de ¾ dessa linha, quando o teor de matéria seca é de 30% a 35%.”
Os grãos de sorgo, por sua vez, não amadurecem ao mesmo tempo na panícula. O processo acontece da ponta para a base. “A textura e a umidade dos grãos que ficam ao meio dela acompanham o princípio do ponto de colheita do milho, entre leitoso e farináceo. A diferença é que quando você observar essa característica no sorgo deve esperar ainda de dois a três dias para iniciar a colheita, dando tempo para os grãos amadurecerem de um lado a outro”, afirma Carvalho. Na dúvida, ele diz para iniciar a colheira antes porque grãos duros demais prejudicam o processo de compactação. Quanto à resistência à seca o sorgo apresenta vantagens. “Por ter um sistema radicular mais abrangente e profundo, a planta tem maior capacidade de hidratação, e sua camada cerosa no colmo diminui a perda de água por evapotranspiração.”
Picagem – Em relação ao tamanho das partículas, o especialista recomenda que tenham entre 0,5 e um centímetro. Além de ajudar com a compactação, isso aumenta o aproveitamento dos nutrientes pelo gado. “Hoje, com os sistemas corn-cracker, você aumenta a probabilidade de o grão ser digerido pelo animal porque, dependendo do tamanho da partícula, ele passa direto pelo trato digestivo.” Conferir a distância entre a faca e contra-faca das picadoras é outro cuidado que deve ser tomado pelo menos duas vezes ao dia durante o processo. A recomendação é de que ela não passe de cinco milímetros para garantir o tamanho mínimo das partículas.
Compactação – Talvez a parte mais importante do processo de produção da silagem, a compactação é a etapa em que se confirma a qualidade do alimento que será destinado ao gado. Seu objetivo é eliminar todo o oxigênio entremeado no volumoso para aumentar a eficiência da fermentação que produz o ácido lático responsável por conservar a matéria orgânica. “O milho e o sorgo, naturalmente, apresentam bactérias que dão conta desse processo, mas não raro os produtores colocam na mistura aditivos que são nada mais do que concentrados desses microorganismos.”
Segundo Diego, o baixo custo dos aditivos faz com que essa prática se perpetue, embora já tenha se provado dispensável. A compactação recomendada tanto para o milho quanto para o sorgo é de 600 kg/m³.
A escolha pela ensilagem em trincheiras também facilita o procedimento, uma vez que as paredes feitas de alvenaria ajudam a impedir a entrada do ar. Nesse casos, sucessivas camadas de 20 centímetros de volumoso podem ser compactadas pelo vaivém de tratores.
A ensilagem superficial é mais econômica e para sua cobertura o mais indicado é usar lonas plásticas que tenham uma face branca e outra preta. Embora grossas e resistentes, elas devem ser cobertas ainda por uma camada de terra de 10 a 15 centímetros para evitar a formação de bolsões de ar. Pedras podem ser colocadas nas bordaduras para segurar melhor a lona e uma cerca é sempre bem-vinda para evitar a aproximação de animais.
Conservação – Feito tudo dentro dos
parâmetros indicados, o silo ganha vida longa, podendo alimentar o
rebanho por anos consecutivos. O sinal de que tudo correu bem é sentido
na temperatura do volumoso. “Colocando a mão na silagem o produtor deve
reparar que a mistura não é nem fria nem quente, acompanhando a
temperatura ao redor.”
Segundo o Carvalho, na última safra, a Embrapa observou na região de
Minas Gerais variadas faixas de produtividade da silagem de milho.
Enquanto algumas fazendas produziram 16 toneladas por hectare, com custo
médio de R$ 140 a tonelada, outras alcançaram a marca de 45 toneladas
por hectare, a R$ 40. “Tudo depende de como se faz a gestão da
propriedade. O produtor precisa colocar os custos na ponta do lápis,
comprar os insumos na entressafra, ter uma boa lavoura e baratear a
produção investindo no manejo adequado”, diz Diego Carvalho.
Fonte: Portal DBO
Seguro rural terá novas diretrizes no triênio 2016 a 2018
Anúncio foi feito nesta quinta-feira (19/11) pelo secretário de Política Agrícola do Mapa
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciará, nos próximos dias, as novas diretrizes do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), a serem implementadas no triênio 2016 a 2018. Serão atualizados os percentuais e limites da subvenção ao seguro rural e as estimativas orçamentárias
para a concessão do benefício. A expectativa para o orçamento de 2016 é
que sejam disponibilizados R$ 400 milhões para o prêmio de seguro
rural.
Neste ano, a execução do orçamento alcançou R$ 577,4 milhões, segundo o
secretário de Política Agrícola do Mapa, André Nassar. Desse total, o
programa subvencionou operações contratadas em 2014 no valor de R$ 295
milhões. "A nossa promessa este ano foi honrar o compromisso de 2014”,
disse Nassar, sublinhando que os recursos usados para essa operação
foram os do orçamento deste ano.
O secretário falou sobre o assunto ao participar, nesta quinta-feira
(19/11), de reunião com representantes das seguradoras, resseguradoras,
corretoras, federações de agricultura e entidades de classe, em
Brasília.
Subvenção A subvenção de R$ 295 milhões referente ao ano passado cobriu 62 mil apólices de seguro, em 5 milhões de hectares de lavouras, principalmente de trigo, soja, milho, maçã e uva.
O restante do orçamento, no valor de R$ 282 milhões, foi para as
operações feitas em 2015, totalizando 40,5 mil apólices em 2 milhões de
hectares.
Na última sexta-feira (13/11), o governo federal anunciou a antecipação
do pagamento da primeira parcela de R$ 20 milhões de apólices de seguro
rural com vencimento em janeiro de 2016. O montante representa 15% das
apólices contratadas para culturas de inverno, principalmente trigo e
milho safrinha.
“Pagaremos neste ano o máximo que pudermos para não usar o prazo de 180
dias estabelecido para a quitação com as seguradoras”, assinalou o
secretário de Política Agrícola.
As dificuldades da pecuária em 2015
Para que um produtor permaneça estimulado em sua atividade é preciso que seu negócio seja rentável
e pague as contas dos serviços prestados em sua propriedade. Ou seja, é preciso que os custos de
produção sejam pelo menos compatíveis com a venda do seu produto. O aumento do consumo da carne
bovina junto ao aumento da produção e o aumento da renda dos brasileiros mantêm a atividade
competitiva e em crescimento contínuo. A informação foi divulgada na tarde desta quartafeira (18/11)
durante o Seminário Nacional do Projeto Campo Futuro, evento realizado pela Confederação de
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília.
O evento teve como objetivo divulgar um panorama dos resultados obtidos nos levantamentos dos
custos de produção feitos ao longo do ano em seis cadeias produtivas: canadeaçúcar, café, fruticultura,
grãos, aquicultura, bovinocultura de corte e de leite. O projeto Campo Futuro, que ocorre desde 2010, é
uma parceria entre a CNA, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Instituto
Pecege e Universidade Federal de Viçosa (UFV). O projeto tem o objetivo de aliar a capacitação do
produtor rural à geração de informação para a administração de riscos de preços, de custos e de
produção na propriedade rural.
Thiago Bernardino Carvalho (foto acima), pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada (CEPEA/ESALQ/USP), foi o último palestrante do evento. Ele divulgou os resultados dos
levantamentos de custos da pecuária de corte realizado em 19 municípios entre os estados do Acre,
Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins na safra 2014/2015. Segundo Carvalho, a cadeia está em
constante crescimento e em razão dos preços elevados da arroba do boi e do bezerro nesta safra, a
maioria das propriedades não teve prejuízo em sua atividade e conseguiu pagar os desembolsos,
depreciações e o prólabore. “No entanto, nenhuma propriedade é capaz de arcar com os custos de
capital investido”, frisou.
Para o pesquisador, o levantamento do Campo Futuro nessas regiões mostrou que o alto custo da terra
no Brasil tem ajudado os produtores a se manterem competitivos. No entanto, a atividade ainda conta
com alguns desafios pela frente: aumentar mais a produtividade, baratear a mão de obra um dos
principais custos dos produtores e investir mais na suplementação mineral.
Finalizando as atividades do dia, o coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon,
destacou a participação dos produtores rurais, especialmente aqueles que subsidiaram os técnicos
para a geração de informações. “Este ano, mais de 1400 produtores participaram dos painéis do Campo
Futuro em 14 estados. Além de quatro eventos do “Dia de Mercado”, com a participação de 500
produtores. Foi um sucesso”, comentou. Conchon frisou que, em 2016, tem novas expectativas positivas
para o projeto. “Teremos novos sonhos, ideias e vamos buscálos. O que é bom vai melhorar e o que
não está bom, vamos capacitar! “, finalizou. Com informações da CNA.
Arroba: frigoríficos tentam derrubar o boi
Mercado com sentimento misto no fechamento de ontem. Das trinta e uma praças pesquisadas pela
Scot Consultoria, houve alta em cinco e queda em seis para o boi gordo.
Para os estados com recuo de preços, destaque para São Paulo e Mato Grosso do Sul, onde a
referência caiu em todas as regiões pesquisadas.
Acompanhe as cotações do mercado do boi gordo e da reposição
em:www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Há menor necessidade de compra de boiadas nestes estados, sobretudo para as empresas de médio e
grande porte. As ofertas de compra ocorrem em valores menores que os verificados nos últimos dias.
No mercado atacadista de carne bovina com osso, os preços fecharam em alta. Os estoques estão
ajustados. Além disso, as exportações vêm colaborando com o escoamento e com o resultado dos
frigoríficos.
Crescem as expectativas quanto ao desempenho da economia nesta reta final de ano e como isto
impactará o mercado da carne bovina.
Por enquanto, observamos inflação acima da meta, atingindo um acumulado anual de dois dígitos pela
primeira vez desde 2003, e taxas de desemprego crescentes. Com informações da Scot Consultoria.
domingo, 15 de novembro de 2015
Arroba registra novas valorizações
Mercado do boi gordo com valorizações em quatro praças. Houve altas em duas regiões mineiras, Belo
Horizonte e no sul do estado. As outras altas foram no Maranhão e Norte do Tocantins.
Apesar de algumas escalas de abate em São Paulo estarem confortáveis, as tentativas de pagar valores
menores pela arroba têm sido sutis.
Acompanhe as cotações do mercado do boi gordo e da reposição
em:www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Também ocorrem programações de abate menores, com cerca de quatro dias, o que colabora com a
manutenção das cotações.
De maneira geral, o cenário é de oferta limitada de boiadas.
No mercado atacadista de carne com osso não houve alterações. Oferta está ajustada à demanda
lenta. Com informações da Scot Consultori
Kátia diz que demanda árabe chega a bilhões
A ministra da Agricultura, Katia Abreu, encerrou ontem visita de cinco dias à Arábia Saudita e aos
Emirados Árabes Unidos convencida de que abriu as portas para a captação de "alguns bilhões" de
petrodólares para o agronegócio brasileiro.
"Estou com raiva de não ter vindo antes. Aqui só se fala em segurança alimentar", afirmou a ministra.
Segundo ela, os empresários árabes mostraram grande interesse sobretudo nos segmentos de grãos,
carne bovina e frutas. "Eles querem fornecimento estável e seguro de alimentos, através de compra
direta ou de parcerias com empresas brasileiras".
Conforme Katia Abreu, o Abu Dhabi Investment Authority (Adia), maior fundo soberano do Oriente Médio,
com cerca de US$ 800 bilhões, é um dos investidores que enviarão missão ao Brasil para avaliar
negócios na agricultura.
Outras três tradings da Arábia Saudita (Almunajen, Arasco e Salic) e duas dos Emirados Árabes Unidos
(Al Dahara e Al Ghurair) deverão seguir o mesmo caminho. O Ministério da Agricultura vai mobilizar o
setor privado para os contatos.
Autoridades da Arábia Saudita disseram à ministra, por exemplo, que já desistiram de produzir 3 milhões
de toneladas de trigo por ano no país para evitar consumo de água, e querem assegurar sua segurança
alimentar com acordos no exterior. Mesmo que o Brasil não possa atender a essa demanda por trigo, já
que é um dos maiores importadores do cereal do mundo, haverá oportunidades em outras frentes.
Segundo Kátia Abreu, os empresários árabes querem depender menos das grandes tradings e fazer
negócios diretamente com produtores brasileiros.
"O Brasil é parceiro preferencial, porque eles acham que a Austrália é muito quente para a produção [de
certos produtos agrícolas] e os EUA muito caros", disse. Ela relatou que a reação foi muito boa quando
foi apresentado o potencial de produção e exportação do Matopiba (confluência entre os Estados do
Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). E destacou oportunidades de investimentos em infraestrutura,
principalmente para estimular o escoamento pelo Norte do Brasil.
De acordo com a ministra, os árabes demonstraram grande interesse sobre a estratégia do governo
brasileiro para estimular a logística no Norte, mas não perguntaram nada sobre política ou Petrobras.
O presidente do banco de investimento Emirates Capital, Erik Essinger, que há alguns anos anunciou a
intenção de investir na agropecuária brasileira, disse ontem que desistiu já na primeira tentativa de
estabelecer uma parceria com uma companhia brasileira para criar gado. "O idioma foi um problema, e o
Brasil fica muito longe". Essinger disse estar investindo no setor na Rússia.
Katia Abreu agora visita a Índia e depois segue para a China. Na bagagem, leva a abaia, um dos trajes
típicos em países muçulmanos, que usou em algumas visitas. Com informações do Valor.
Estabilidade no mercado de reposição
O mercado de reposição está andando de lado. Considerando as categorias de machos anelorados, os
preços ficaram praticamente inalterados nos últimos sete dias.
Na maioria dos estados pesquisados pela Scot Consultoria, as chuvas dos últimos dias devem
colaborar para a melhora das pastagens, mas ainda não foi o suficiente para dar ânimo ao pecuarista.
Junto a isso, a oferta curta, justifica a firmeza dos preços.
Acompanhe as cotações do mercado do boi gordo e da reposição
em:www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
A campanha de vacinação contra febre aftosa, que ocorre na maioria dos estados brasileiros, vem
colaborando para a redução do ritmo dos negócios.
Em São Paulo, o boi magro (12@), garrote (9,5@) e bezerro desmamado (6,0@) estão cotados em
R$2.000,00, R$1.730,00 e R$1.320,00 por cabeça, respectivamente.
Nos últimos doze meses as valorizações foram de 19,0%, 20,1% e 17,9%, na mesma ordem. Com
informações da Scot Consultoria.
PIB do agro deve bater novo recorde em 2016
Em seu primeiro prognóstico para o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária do país em 2016,
divulgado ontem, o Ministério da Agricultura projetou um montante de R$ 488,1 bilhões, um novo recorde.
Se confirmado, o montante será 0,2% superior aos R$ 487,3 bilhões previstos para este ano, também
recorde.
Baseado em 21 das mais importantes lavouras do país, o VBP da agricultura deverá totalizar R$ 310,3
bilhões no ano que vem, 0,47% menos que os R$ 311,8 bilhões projetados para 2015. Já o VBP da
pecuária, que inclui os cinco principais produtos do segmento, foi estimado pelo departamento de
gestão estratégica do ministério em R$ 177,74 bilhões, alta de 1,28% sobre os R$ 175,48 bilhões
esperados para este ano.
De acordo com o cenário traçado, a soja continuará a capitanear o VBP e seu avanço. A projeção é de
uma expressiva alta de 12% no valor da produção da oleaginosa, para R$ 114,27 bilhões. Para 2015, o
montante foi ajustado para R$ 102,22 bilhões.
Na segunda posição da lista, o segmento de bovinos tende a amargar uma queda no VBP em 2016,
depois do crescimento significativo deste ano. A estimativa é que o valor bruto da produção do segmento
diminua dos R$ 74,51 bilhões, indicados para 2015 para R$ 72,58 bilhões em 2016 ainda assim,
acima dos R$ 69,28 bilhões de 2014.
As novas projeções do ministério também confirmam o cenário em que o valor da produção de frango
ultrapassa o da canadeaçúcar, tendência que veio se desenhando este ano. A perspectiva é que o VBP
de frango alcance R$ 53,46 bilhões em 2016, ante os R$ 44,18 bilhões da cana. Para 2015, a expectativa
é que esses números fiquem ainda muito próximos, mas já com alguma vantagem para o frango com
R$ 47,58 bilhões, ante R$ 46,82 bilhões da canadeaçúcar.
Já o VBP do milho deverá cair 5,2% ante os R$ 40,53 bilhões esperados para este ano, para R$ 38,41
bilhões. Com isso, o cereal se aproxima dos níveis de 2014, quando encerrou o ano contabilizando R$
38,64 bilhões.
O valor da produção do leite também tende a descer um degrau a mais em 2016. De acordo com as
novas estimativas do ministério, o VBP do setor deve totalizar R$ 26,98 bilhões, um recuo na
comparação com os R$ 27,82 bilhões previstos para este ano e os R$ 30,10 bilhões de 2014.
Os números mostram, ainda, que VBP da agricultura permanecerá concentrado no CentroOeste em
2015 (R$ 90,09 bilhões), enquanto o da pecuária será liderado pelo Sul (R$ 56,68 bilhões). Com
informações do Valor.
domingo, 8 de novembro de 2015
Exportações batem as 100 mil t pela primeira vez
As exportações brasileiras de carne bovina in natura seguem em ritmo de recuperação. O volume
embarcado em outubro subiu pelo segundo mês consecutivo, atingindo 108,6 mil toneladas, a maior
quantidade deste ano – a última vez que as vendas mensais superaram 100 mil toneladas foi em
dezembro/14.
Acompanhe as cotações do mercado do boi gordo e da reposição
em:www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
Pesquisadores do Cepea indicam que o bom desempenho dos embarques reduz a oferta de carne no
mercado brasileiro e sustenta o movimento de alta dos preços.
A média da carcaça casada de boi no atacado da Grande São Paulo, em outubro, foi de R$ 9,70/kg, o
segundo maior valor real deste ano (corrigidos pelo IGPDI de setembro), abaixo apenas do de abril, de
R$ 9,90/kg. Com informações do CEPEA.
Exportações de boi em pé serão taxadas
A Companhia Docas do Pará (CDP) pretende tornar permanente a cobrança de R$ 5,00 por tonelada de
boi vivo embarcado no porto de Vila do Conde, no município paraense de Barcarena. A ideia é que o
dinheiro seja destinado à formação de um fundo emergencial, que poderia ser utilizado apenas no caso
de acidente envolvendo os animais, como o ocorrido no mês passado com 5 mil bois que pertenciam à
Minerva Foods, terceira maior exportadora de carne bovina do Brasil e maior exportadora de gado vivo.
Segundo o presidente da CDP, Parsifal Pontes, o dinheiro será recolhido junto aos exportadores de bois
vivos assim que as operações com animais forem retomadas. Por ora, no entanto, a cobrança será em
caráter temporário.
"A ideia inicial é que as empresas contribuam até que os trabalhos de remoção da embarcação e dos
animais seja finalizado", disse ele. Pontes, exdeputado estadual e secretário do Pará pelo PMDB,
afirmou que a remoção total deve ser finalizada até fevereiro. "Mas queremos tornar essa taxa
permanente para contingenciamentos", acrescentou Pontes. Para tornála permanente, a medida
precisa ser aprovada pela Secretaria de Portos e pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários
(Antaq).
Em nota publicada ontem no Diário Oficial da União (DOU), os exportadores de bois vivos passam a ser
obrigados a pagar a tarifa como compensação pelo dano ocorrido com a embarcação libanesa, que
afundou em Vila do Conde e provocou estragos ambientais e sociais aos munícipes de Barcarena.
Desde o incidente, o berço 302, que realizava os embarques de animais vivos, está interditado pela
Secretaria de Meio Ambiente (Sema) do Pará. Outro berço, o de número 1, no mesmo píer, no entanto,
está operando. "Assim que a Sema permitir, voltamos a embarcar os animais", disse o presidente da
CDP.
Conforme a CDP, a Minerva Foods, que detém 80% dos embarques de bois vivos em Vila do Conde, tem
contratados mais 100 mil cabeças até o fim deste ano. Considerando que em média cada boi é
exportado com 18 arrobas (270 quilos), a taxa cobrada pela exportação seria de cerca de R$ 135 mil.
Além da Minerva Foods, que obtém em torno de 8,5% de sua receita líquida com as exportações de boi
vivo, outras duas empresas fazem embarques de bois vivos pelo porto, a AgroExport e a Global. Vila do
Conde é a maior porta de saída de bois vivos do país. Com informações do Valor.
Carne bovina volta a subir
Foi retomada a firmeza dos preços da carne nesta semana. Nos últimos sete dias os cortes valorizaram
0,5%, segundo levantamento da Scot Consultoria, fato que foi possível devido à melhora na
movimentação das vendas com o início do mês.
A reposição de estoque do varejo ocorreu mais tarde desta vez, já que comumente ocorreria na última
semana de outubro. O consumo continua regular, o que limita as altas de preços.
Por outro lado, o recente aumento da ociosidade dos frigoríficos faz com que o volume de carne
disponível no mercado esteja no mesmo ritmo da atual situação de consumo.
Em relação a novembro do ano passado, a carne bovina teve valorização de 17,1% no atacado.
As exportações melhoraram em outubro e colaboraram com o escoamento da produção e com a firmeza
dos preços.
Foram embarcadas diariamente 5,17 mil toneladas de carne bovina in natura, incremento de 13,1%
frente ao volume exportado diariamente em setembro e de 4,9% em relação aos embarques diários de
outubro de 2014.
Em curto prazo é esperado que o movimento de alta perca força, no entanto, quedas de preços estão
limitadas devido à oferta reduzida e às altas da arroba do boi gordo. Com informações da Scot
Consultoria.
Frigoríficos já pagam mais pela arroba do boi
Apesar de ter havido aumento na oferta de animais confinados ao longo da semana, sob influência das
chuvas, que forçam as vendas, o mercado do boi gordo está firme.
Em São Paulo as programações de abate dos frigoríficos estão heterogêneas, devido à presença de
animais negociados a termo nas escalas de algumas indústrias.
Há casos de redução dos abates, na tentativa de limitar os estoques.
Acompanhe as cotações do mercado do boi gordo e da reposição
em:www.pecuaria.com.br/cotacoes.php
De toda forma, as escalas menores forçam a ocorrência de valores acima da referência, atualmente em
R$147,50/@ e R$148,50/@, à vista, respectivamente, nas regiões de Barretos e Araçatuba.
No mercado atacadista de carne com osso houve alta para o preço do boi casado, tanto de animais
castrados, como de inteiros.
A alta foi puxada pela valorização do dianteiro, devido aos abates em ritmo menor e à melhoria da
demanda. Com informações da Scot Consultoria.
domingo, 1 de novembro de 2015
Nutrição para gado de corte em confinamento
Clima, densidade populacional, manejo, estresse e doença interferem nas necessidades nutritivas dos bovinos
O produtor rural precisa dar uma atenção especial à alimentação do gado,
já que esta assume um papel importante. A produção de carne depende
diretamente da qualidade e da quantidade do alimento oferecido ao bovino, bem como da eficiência de utilização do alimento.
São inúmeros os fatores que interferem nas necessidades nutritivas dos animais: clima, densidade populacional, manejo,
estresse, doença, entre outros. Além disso, as exigências dos animais
são alteradas de acordo com o aumento de peso vivo. Sendo assim, tanto a
taxa quanto a eficiência de ganho de peso tendem a variar nas
diferentes fases de crescimento e acabamento do animal.
Durante a formulação da quantidade de ração a ser oferecida, o primeiro passo a ser tomado pelo pecuarista
é obter os valores de exigências nutricionais para cada situação
específica, através de tabelas. Porém, na maioria das vezes, não é
preciso preocupar-se com todos os nutrientes conhecidos.
O que o produtor precisa saber é que a
produção animal está diretamente ligada ao consumo de matéria seca
digestível, proteína, NDT e outros. Então, a ração balanceada é aquela
que apresenta esses elementos em proporções adequadas para atender às
necessidades orgânicas do animal.
Por meio do balanceamento da ração, dertemina-se a relação entre volumoso e concentrado
essencial para cada ganho de peso e para cada tipo de animal. Ou seja,
as maiores taxas de ganho de peso requerem maior concentração
energética, o que implica ingerir alimentos mais energéticos, ricos em
carboidratos não estruturais, como é o caso do grão de milho.
Por fim, é de extrema importância que os animais sejam adaptados, gradativamente, à dieta de confinamento,
principalmente aqueles que foram mantidos exclusivamente em pastagens.
Pois, a falta do período de adaptação à dieta é responsável pelos
distúrbios gastrintestinais, como, por exemplo, acidose e timpanismo,
nos confinamentos.
Aprenda como fazer o manejo de bovinos para engorda em confinamento
O tratador deve sempre estar atento para realizar ajustes das quantidades de ração fornecidas para cada lote
A observação da aparência e do comportamento dos animais deve ser uma rotina
O manejo no confinamento
deve ser feito sempre de forma calma, evitando acidentes e que os
animais se estressem. Vacinações, pesagens, embarque, desembarque e
transporte também devem ser realizados de maneira cuidadosa, evitando
edemas e machucados que possam prejudicar a qualidade da carne,
especialmente as de cortes nobres.
Sendo assim, a observação da aparência e
do comportamento dos animais deve ser uma rotina. Qualquer mudança
nesses dois fatores poderá ser um indicativo de algum problema. Os
animais doentes deverão ser separados do lote para tratamento e poderão
retornar somente após total recuperação.
Na maioria das vezes, animais doentes
têm dificuldade em se alimentar, e por isso não conseguem garantir
espaço no cocho e na competição com os outros animais do lote. Assim,
tendem a ficar cada vez mais magros, e a desnutrição acaba deteriorando
ainda mais sua condição de saúde.
No início
do confinamento, entre 7 e 14 dias, os animais não estão habituados ao
alto consumo de alimentos, característico do confinamento. Cabe ao pecuarista fornecer ração ao bovino
de forma completa, misturada de maneira homogênea. Dessa forma, ele
evita o consumo seletivo pelos animais, já que é normal consumirem
primeiro alimentos concentrados e mais palatáveis.
Para que não haja excesso ou falta de alimento, o tratador deve sempre realizar ajustes nas quantidades de ração fornecidas para cada lote. Esse sistema, conhecido como manejo de arraçoamento,
permite que os animais tenham sempre ração fresca e cochos limpos,
evitando, assim, a diminuição do consumo por causa de fermentação dos
alimentos.
Após apartar e vender todos os bois em
bom estado de terminação, pode ser que sobrem animais do lote que ainda
não chegaram ao peso de venda. É aí que entra o manejo de reagrupamento de lotes,
porém a união de dois lotes deverá ocorrer somente com o gado de meio e
de fundo. Além disso, animais de cabeceira nunca devem ser remanejados e
juntados com animais de outro lote, pois a disputa pela dominância
causa estresse e redução do consumo de ração, resultando em perda de
peso.
Mercado lento, mas arroba pode subir
Mercado sem muitas alterações. Estabilidade na grande maioria das praças pecuárias pesquisadas.
Em três regiões os preços subiram e em outra três, caíram.
Em São Paulo, a referência está em R$148,50/@, à vista. As ofertas de compra em R$148,00/@ e
R$149,00/@, na condição de pagamento citada, ganharam força ao longo da semana.
Acompanhe as cotações do mercado do boi gordo e da reposição
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Caso esta tendência permaneça, com maior frequência de ofertas no limite superior, é provável que
novos reajustes ocorram para o boi gordo em curto prazo.
No mercado atacadista de carne bovina com osso, sem alterações de preços, com o boi casado de
bovinos castrados cotado em R$9,50/kg.
Nos últimos sete dias, o preço da carcaça no atacado caiu 1,3%. Ainda há expectativa quanto à melhora
das vendas do início do mês, no entanto, não estão esperadas mudanças significativas de preços.
A demanda enfraquecida vem regulando as altas dos preços da arroba, mesmo em momento de oferta
restrita Com informações da Scot Consultoria.
Boi em alta no Mato Grosso do Sul
A oferta restrita de animais para abate em Mato Grosso do Sul está elevando os preços do boi gordo,
segundo a Federação da Agricultura e Pecuária de MS (Sistema Famasul). Na semana, compreendida
entre 19 e 23 de outubro, o boi gordo registrou média de R$ 136 a arroba, 7% a mais que no mesmo
período do ano passado, quando valia R$ 128,19.
Para a gestora do Departamento Econômico do Sistema Famasul, Adriana Mascarenhas, não há
projeção de redução nos valores da arroba do boi gordo a curto prazo.
– Além da diminuição na disponibilidade de animais terminados, há uma tendência de aumento na
demanda no mercado interno, com a proximidade das festas de final de ano e com a expectativa de
recebimento do 13º salário – ressalta.
Acompanhe as cotações do mercado do boi gordo e da reposição
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No mercado internacional, o resultado é positivo, segundo análise da gestora da Famasul e sinaliza uma
recuperação nas negociações da carne bovina sulmatogrossense depois de um período de
decréscimo. Em setembro deste ano, as vendas internacionais do setor somaram 8,9 mil toneladas,
com alta de 18% em relação ao mês anterior, quando os embarques atingiram 7,57 mil toneladas.
A receita das exportações do mês de setembro alcançaram US$ 40,4 milhões de dólares.
– O principal fundamento para este incremento nas vendas de setembro em comparação a agosto é o
câmbio registrado no período, que tornou a nossa carne mais competitiva no mercado internacional,
considerando o real desvalorizado – destaca Adriana.
Para a gestora da Famasul, apesar do incremento, o patamar atual está muito abaixo dos números
praticados no ano anterior.
– Em relação ao ano anterior, quando Mato Grosso do Sul exportou 10,6 mil toneladas de carne bovina, a
queda é de 15,4%. Um dos fatores que ocasionou essa redução é crise econômica também vivida por
nossos principais compradores, como a Rússia por exemplo, que por ser dependente das vendas de
petróleo cujo valor do barril apresentou queda de mais de 40% no acumulado dos últimos 12 meses
passaram a reduzir as compras de carne bovina – diz.
De acordo com as informações do boletim Casa Rural, em setembro deste ano o principal importador da
carne bovina sulmatogrossense foi o Egito, com 1,8 mil toneladas, respondendo por 20,3% das vendas
do Estado. Em segundo lugar no ranking de compradores ficou a Rússia, com 1,7 mil toneladas e, em
seguida, com 1,6 mil toneladas ficou a Venezuela. Com informações da Famasul.
Famato quer que Mato Grosso pare de vacinar
Em reunião realizada na semana passada com a Comissão SulAmericana para a Luta contra a Febre
Aftosa (Cosalfa), em Cuiabá (MT), o presidente da Famato, Rui Prado, pediu esforços supranacionais em
prol do reconhecimento de zona livre de febre aftosa sem vacinação.
Prado afirma que é preciso conseguir o status o quanto antes e é preciso haver investimentos em
barreiras sanitárias e seria muito bom que outros estados também conseguissem o status. Prado diz
que a Cosalfa já discute um cronograma para a obtenção do reconhecimento e que o governo de Mato
Grosso esteve presente no último encontro e é favorável à ideia.
– O governo tem melhorado o órgão de vigilância sanitária (Indea). Estamos fazendo a nossa parte,
vacinando todo o rebanho de forma coerente e responsável. Isso vai nos conferir lá na frente o status de
zona livre sem vacinação – acrescenta.
O presidente da Famato afirma que a credencial, obtida na Organização Mundial da Saúde Animal (OIE),
deve permitir à cadeia produtiva da carne bovina em Mato Grosso acessar novos mercados. Como
exemplo, Prado cita Estados Unidos, Japão e países da Europa. Oficialmente, norteamericanos já
abriram seu mercado à carne bovina matogrossense, mas frigoríficos aguardam a liberação dos
embarques.
A posição da Famato, porém, não é unanimidade. A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat)
concorda que são necessários esforços integrados para alcançar a credencial, mas é contrária ao fim da
vacinação contra a aftosa no curto prazo.
– Queremos chegar ao status de livre de aftosa sem vacinação, mas precisamos de estruturas de
vigilância adequadas para não pôr em risco duas décadas de trabalho – afirma o superintendente da
entidade, Olmir Cividini. O representante se refere ao período de tempo em que Mato Grosso não registra
nenhum foco da enfermidade.
Como desafios a serem enfrentados para esta finalidade, Cividini ressalta a necessidade de construir
postos de fiscalização.
– Temos uma fronteira seca de 700 quilômetros com o exterior e isso é preocupante, sem contar as
divisas com outros Estados. Tudo isso precisa ser construído e não é um trabalho só em Mato Grosso
ou no Brasil, e sim na América do Sul – diz. Com informações do portal Estadão.
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