Para que um produtor permaneça estimulado em sua atividade é preciso que seu negócio seja rentável
e pague as contas dos serviços prestados em sua propriedade. Ou seja, é preciso que os custos de
produção sejam pelo menos compatíveis com a venda do seu produto. O aumento do consumo da carne
bovina junto ao aumento da produção e o aumento da renda dos brasileiros mantêm a atividade
competitiva e em crescimento contínuo. A informação foi divulgada na tarde desta quartafeira (18/11)
durante o Seminário Nacional do Projeto Campo Futuro, evento realizado pela Confederação de
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília.
O evento teve como objetivo divulgar um panorama dos resultados obtidos nos levantamentos dos
custos de produção feitos ao longo do ano em seis cadeias produtivas: canadeaçúcar, café, fruticultura,
grãos, aquicultura, bovinocultura de corte e de leite. O projeto Campo Futuro, que ocorre desde 2010, é
uma parceria entre a CNA, o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade Federal de Lavras (UFLA), Instituto
Pecege e Universidade Federal de Viçosa (UFV). O projeto tem o objetivo de aliar a capacitação do
produtor rural à geração de informação para a administração de riscos de preços, de custos e de
produção na propriedade rural.
Thiago Bernardino Carvalho (foto acima), pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia
Aplicada (CEPEA/ESALQ/USP), foi o último palestrante do evento. Ele divulgou os resultados dos
levantamentos de custos da pecuária de corte realizado em 19 municípios entre os estados do Acre,
Maranhão, Mato Grosso, Rondônia e Tocantins na safra 2014/2015. Segundo Carvalho, a cadeia está em
constante crescimento e em razão dos preços elevados da arroba do boi e do bezerro nesta safra, a
maioria das propriedades não teve prejuízo em sua atividade e conseguiu pagar os desembolsos,
depreciações e o prólabore. “No entanto, nenhuma propriedade é capaz de arcar com os custos de
capital investido”, frisou.
Para o pesquisador, o levantamento do Campo Futuro nessas regiões mostrou que o alto custo da terra
no Brasil tem ajudado os produtores a se manterem competitivos. No entanto, a atividade ainda conta
com alguns desafios pela frente: aumentar mais a produtividade, baratear a mão de obra um dos
principais custos dos produtores e investir mais na suplementação mineral.
Finalizando as atividades do dia, o coordenador do Núcleo Econômico da CNA, Renato Conchon,
destacou a participação dos produtores rurais, especialmente aqueles que subsidiaram os técnicos
para a geração de informações. “Este ano, mais de 1400 produtores participaram dos painéis do Campo
Futuro em 14 estados. Além de quatro eventos do “Dia de Mercado”, com a participação de 500
produtores. Foi um sucesso”, comentou. Conchon frisou que, em 2016, tem novas expectativas positivas
para o projeto. “Teremos novos sonhos, ideias e vamos buscálos. O que é bom vai melhorar e o que
não está bom, vamos capacitar! “, finalizou. Com informações da CNA.
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