Acompanhamento mensal das exportações brasileiras para os 22 países da Liga Árabe feito pela
Câmara de Comércio ÁrabeBrasileira mostra que entre janeiro e outubro deste ano os árabes
compraram mais do Brasil em relação ao ano passado. Os embarques, porém, apresentam a essa
altura do ano uma tendência de desaceleração com a proximidade do inverno no hemisfério norte e do
limite dos estoques, intensamente recompostos nos últimos meses.
De acordo com levantamento feito com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
Exterior (MDIC), as vendas em volume cresceram 13,57% no período, num total de 37,8 milhões de
toneladas. Já as receitas somaram US$ 10,1 bilhões, recuo de 8,62% na mesma comparação, resultado
que ainda reflete a queda média de 40% no preço das commodities desde o início do ano, produtos que
compõe 70% da pauta brasileiras de exportações.
“Apesar da diminuição no ritmo dos embarques, o aumento no volume mostra que ainda existe uma
demanda a ser atendida, que precisa ser administrada com a baixa dos preços”, diz o diretorgeral da
entidade, Michel Alaby. O Bahrein é um exemplo desta necessidade. Apesar de pequeno em território e
população, é o terceiro maior comprador de produtos brasileiros em volume (5,1 milhões de toneladas)
no mundo árabe. O país ampliou os embarques em 72,34% no período, mas as receitas recuaram
7,22%, para US$ 289,60 milhões.
Há casos, no entanto, em que as vendas continuam recuperandose. O Iraque foi o país onde as vendas
brasileiras mais avançaram. Em volume, subiram 586% (total de 518,3 mil toneladas). Em receitas, 72%
(US$ 273,4 milhões). De acordo com Alaby, o resultado devese ao aumento nas vendas de frango, que
têm retornado aos poucos à normalidade com a celebração em maio de um acordo sanitário entre o
Brasil e o país árabe.
A Arábia Saudita foi o que mais comprou do Brasil. Em valores, as vendas cresceram 8,54% (total de
US$ 2,2 bilhões) e os embarques, 11,35% (4,3 milhões de toneladas), expansão também creditada ao
frango. O resultado, porém, ainda não sofre influência do fim do embargo à carne bovina brasileira
anunciado em novembro, o que abriu um mercado potencial de 50 mil toneladas ao ano para o produto
nacional, equivalente a US$ 170 milhões. Alaby lembra que as vendas novas de carne bovina para o
golfo arábico podem chegar a US$ 230 milhões anuais quando Bahrein, Catar e Kuwait retirarem seus
respectivos embargos, o que é esperado para os próximos meses.
O açúcar brasileiro continua motivando a expansão dos embarques em volume para o Sudão (alta de
531,31% no período), Somália (22,15%) e Palestina (92,15%). O Catar também ampliou suas compras
de açúcar brasileiro (39,83%), mas tem fornecido ao Brasil quantidades cada vez maiores de gás
natural, usado na fabricação de fertilizantes. Por causa disso, as importações do Catar tiveram aumento
de 56% em valores no período (US$ 771,43 milhões).
Outro componente usado em fertilizantes, o fosfato, vendido ao Brasil por Marrocos, Argélia e Tunísia,
não teve redução significativa em volumes, mas o produto está mais barato. Essa queda foi responsável
pela redução das importações em valores do Marrocos ( 42,94%) e da Argélia (38,39%). A importação
de combustíveis dos árabes recuou 40,72% em receita, mantendose estável em volume (8,68 milhões
de toneladas) pela queda do preço do produto no mercado internacional. As quedas em valores nas
compras de fosfato e petróleo contribuíram ambas para reduzir as perdas causadas pela baixa das
commodities. Com informações da assessoria de imprensa.
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