Em reunião realizada na semana passada com a Comissão SulAmericana para a Luta contra a Febre
Aftosa (Cosalfa), em Cuiabá (MT), o presidente da Famato, Rui Prado, pediu esforços supranacionais em
prol do reconhecimento de zona livre de febre aftosa sem vacinação.
Prado afirma que é preciso conseguir o status o quanto antes e é preciso haver investimentos em
barreiras sanitárias e seria muito bom que outros estados também conseguissem o status. Prado diz
que a Cosalfa já discute um cronograma para a obtenção do reconhecimento e que o governo de Mato
Grosso esteve presente no último encontro e é favorável à ideia.
– O governo tem melhorado o órgão de vigilância sanitária (Indea). Estamos fazendo a nossa parte,
vacinando todo o rebanho de forma coerente e responsável. Isso vai nos conferir lá na frente o status de
zona livre sem vacinação – acrescenta.
O presidente da Famato afirma que a credencial, obtida na Organização Mundial da Saúde Animal (OIE),
deve permitir à cadeia produtiva da carne bovina em Mato Grosso acessar novos mercados. Como
exemplo, Prado cita Estados Unidos, Japão e países da Europa. Oficialmente, norteamericanos já
abriram seu mercado à carne bovina matogrossense, mas frigoríficos aguardam a liberação dos
embarques.
A posição da Famato, porém, não é unanimidade. A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat)
concorda que são necessários esforços integrados para alcançar a credencial, mas é contrária ao fim da
vacinação contra a aftosa no curto prazo.
– Queremos chegar ao status de livre de aftosa sem vacinação, mas precisamos de estruturas de
vigilância adequadas para não pôr em risco duas décadas de trabalho – afirma o superintendente da
entidade, Olmir Cividini. O representante se refere ao período de tempo em que Mato Grosso não registra
nenhum foco da enfermidade.
Como desafios a serem enfrentados para esta finalidade, Cividini ressalta a necessidade de construir
postos de fiscalização.
– Temos uma fronteira seca de 700 quilômetros com o exterior e isso é preocupante, sem contar as
divisas com outros Estados. Tudo isso precisa ser construído e não é um trabalho só em Mato Grosso
ou no Brasil, e sim na América do Sul – diz. Com informações do portal Estadão.
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