domingo, 17 de maio de 2015

Inverno com “boi na sombra”

Suporte forrageiro no período seco do ano garante alimentação de qualidade e permanência dos animais no pasto. Opções vão desde o tradicional consórcio entre a aveia e o azevém ao uso da cana-de-açúcar e o cultivo da brachiaria ruziziensis, uma gramínea que se adaptou bem aos solos arenosos e que além de proporcionar o pastoreio direto do gado também contribui para manter um bom volume de palha sobre o solo para o plantio direto


Todo criador gosta de ver a vacada sempre bem nutrida, se alimentando no pasto, que é a fonte mais barata de fornecimento de comida aos bovinos na propriedade. Tanto no leite quanto no corte, é sempre mais vantajoso, economicamente, manter os animais com um bom suporte forrageiro, seja na forma de pastoreio direto ou no fornecimento ao cocho. A alternativa garante alimentação de qualidade também no período seco do ano. Entre as opções que o produtor tem à sua disposição está o tradicional consórcio entre a aveia e o azevém; o uso da cana-de-açúcar in-natura, ensilada ou hidrolisada e o cultivo da brachiaria ruziziensis, uma gramínea que se adaptou bem ao solo arenoso e que além de proporcionar o pastoreio direto do gado também contribui para manter um bom volume de palha sobre o solo no plantio direto, dentro do esquema de integração entre a pecuária e a agricultura.
Ciclicamente, o período seco e frio do ano no Brasil começa a partir do mês de maio, se estendendo até meados de setembro. “Durante quatro meses há uma parada do crescimento vegetativo das forragens perenes de verão, ocasionada por um processo fisiológico”, lembra o veterinário Hérico Alexandre Rossetto, da Gerência de Assistência Técnica da Coamo. Ele assegura que o melhor caminho para os pecuaristas encararem as dificuldades do inverno é através do planejamento. “Com uma boa estratégia de nutrição, aliada ao manejo sanitário, o rebanho certamente atravessará este período ganhando mais, em alguns casos bem mais em produção”, orienta.
Fatores de decisão – Para montar um bom projeto alimentar que garanta que não irá falta comida para os bovinos durante o inverno, o criador deve saber qual será a demanda de consumo de alimentos, levando em conta o plantel existente em sua propriedade. Os fatores de decisão dependerão das possibilidades existentes na fazenda para a produção de forragens específicas de inverno, além do clima e das condições de solo de cada região. Algumas propriedades podem lançar mão do uso de silagens de capins; milho; sorgo e cana-de-açúcar, que também pode ser fornecida in-natura; de fenos produzidos a partir de diversas forrageiras e pastagens específicas como a aveia preta e o azevém.
A reportagem do Jornal Coamo percorreu diversas regiões da área de ação da Coamo para acompanhar o uso efetivo das alternativas que fornecem suporte forrageiro de qualidade para os animais. Na conversa com cooperados de Roncador, no Centro-Oeste paranaense e de Caarapó, no Sul do Mato Grosso do Sul, destaque para as vantagens da suplementação de inverno a pasto, como o baixo custo da forragem de cana-de-açúcar e a dupla jornada do consórcio aveia/azevém e da brachiária ruziziensis.

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