domingo, 21 de fevereiro de 2016

Custo da pecuária de corte subiu 11% em 2015

Aumento foi puxado pela alta dos animais de reposição, valorização do dólar frente ao real e seca prolongada no Centro-Sul e Norte/Nordeste

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Os pecuaristas de corte dos 11 principais Estados criadores de bovinos do País reduziram seus ganhos no ano passado, conforme pesquisa da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgada nesta sexta-feira, 19, em parceria com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP). As praças em questão são  Bahia, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, São Paulo e Tocantins.
Na média desses Estados, enquanto os custos de produção subiram 10,97%, a arroba do boi gordo avançou apenas 2%. Só em Tocantins os ganhos com a arroba do boi gordo (8,79%) superaram a alta de custos (6,84%) para o período analisado. Os custos subiram mais no Pará, onde a alta foi de 21,13%, ante aumento de 6,36% na arroba do boi gordo.
Em São Paulo, praça pecuária referência para o País, o custo operacional total (COT) aumentou 13,27%, enquanto os ganhos com a arroba avançaram 3,13% entre janeiro e dezembro do ano passado. O indicador Cepea/Esalq-USP do boi gordo na praça São Paulo subiu 3,7% em igual período.
Entre os motivos apontados pelo estudo da CNA/Cepea para o aumento dos custos de produção aos pecuaristas estão a alta do dólar frente o real, o encarecimento dos animais de reposição (bois magros e bezerros) e seca prolongada no Centro-Sul e no Norte e Nordeste, o que obrigou muitos pecuaristas a suplementarem o rebanho com ração.
O maior impacto sobre os custos, segundo o estudo, veio do bezerro, cujo preço médio aumentou 9,67% em 2015. A lista de principais influências segue com os insumos, que têm componentes importados, como o fosfato bicálcico, cotado em dólar. Neste grupo, estão o sal mineral (+17,76% em 2015), fertilizantes e corretivos (20,3%), defensivos aplicados às pastagens (10,65%) e medicamentos (11,91%). A mão de obra também contribuiu para a alta do custo, com os salários reajustados em 8,84%.
Apesar da margem mais apertada, houve ganho de produtividade. A quantidade de arrobas vendidas por funcionário aumentou, em média, 117%, indicando melhor aproveitamento do trabalho e redução no custo por animal produzido.
Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO

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