Aumento foi puxado pela alta dos animais de reposição, valorização do dólar frente ao real e seca prolongada no Centro-Sul e Norte/Nordeste
Os pecuaristas de corte dos 11 principais Estados criadores de bovinos
do País reduziram seus ganhos no ano passado, conforme pesquisa da
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) divulgada nesta
sexta-feira, 19, em parceria com o Centro de Estudos Avançados em
Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP). As praças em questão são Bahia,
Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Rio
Grande do Sul, Rondônia, São Paulo e Tocantins.
Na média desses Estados, enquanto os custos de produção subiram 10,97%,
a arroba do boi gordo avançou apenas 2%. Só em Tocantins os ganhos com a
arroba do boi gordo (8,79%) superaram a alta de custos (6,84%) para o
período analisado. Os custos subiram mais no Pará, onde a alta foi de
21,13%, ante aumento de 6,36% na arroba do boi gordo.
Em São Paulo, praça pecuária referência para o País, o custo
operacional total (COT) aumentou 13,27%, enquanto os ganhos com a arroba
avançaram 3,13% entre janeiro e dezembro do ano passado. O indicador
Cepea/Esalq-USP do boi gordo na praça São Paulo subiu 3,7% em igual
período.
Entre os motivos apontados pelo estudo da CNA/Cepea para o aumento dos
custos de produção aos pecuaristas estão a alta do dólar frente o real, o
encarecimento dos animais de reposição (bois magros e bezerros) e seca
prolongada no Centro-Sul e no Norte e Nordeste, o que obrigou muitos
pecuaristas a suplementarem o rebanho com ração.
O maior impacto sobre os custos, segundo o estudo, veio do bezerro,
cujo preço médio aumentou 9,67% em 2015. A lista de principais
influências segue com os insumos, que têm componentes importados, como o
fosfato bicálcico, cotado em dólar. Neste grupo, estão o sal mineral
(+17,76% em 2015), fertilizantes e corretivos (20,3%), defensivos
aplicados às pastagens (10,65%) e medicamentos (11,91%). A mão de obra
também contribuiu para a alta do custo, com os salários reajustados em
8,84%.
Apesar da margem mais apertada, houve ganho de produtividade. A
quantidade de arrobas vendidas por funcionário aumentou, em média, 117%,
indicando melhor aproveitamento do trabalho e redução no custo por
animal produzido.
Fonte: ESTADÃO CONTEÚDO
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