domingo, 3 de julho de 2016

Confinamento pode cair até 15% em 2016

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A alta nos preços do milho e a expectativa de uma safra menor do grão devem provocar queda de 11% a 15% na intenção de confinamento de bovinos neste ano no país. A projeção foi feita a partir de levantamento com pecuaristas durante o Rally da Pecuária 2016. Caso confirmada, a perspectiva é de redução de 580 mil cabeças, o que implicaria numa queda de 5,2 milhões para 4,6 milhões de cabeças no volume total de animais terminado no cocho no Brasil. Produtores entrevistados durante o Rally da Pecuária afirmaram que haverá mudanças na estratégia de suplementação dos animais, com redução do pacote nutricional. “Com isso, a tendência é de que o produtor entregue uma menor quantidade de animais, represando parte da oferta para 2017. Mesmo os que terminarem em 2016, a projeção é de redução no peso médio de abate e consequentemente piora na qualidade de terminação. O impacto na receita das propriedades é direto” explica Maurício Palma Nogueira, coordenador técnico do Rally da Pecuária. Apesar do cenário de redução na oferta de carne cada vez mais evidente, o consultor lembra que a definição de preços dependerá também da demanda do mercado, tanto para exportações como para o consumo interno. “Mesmo que os produtores abatam a quantidade de animais próxima do que era esperado, o rendimento de carcaça por animais abatidos será menor que em 2015”, completa Nogueira. Segundo André Pessôa, sócio diretor da Agroconsult, realizadora do Rally da Pecuária, o mercado do milho só deverá se estabilizar no segundo semestre de 2017, quando a oferta se reequilibrar e os preços recuarem. Para Pessôa, a exportação aquecida do milho é a principal responsável pela alta de mais de 40% dos preços no mercado interno. Os técnicos do Rally da Pecuária apuraram também que 15% a 20% dos pecuaristas, que trabalham com o maior nível de produtividade no público avaliado pela expedição, serão responsáveis por 45% a 50% da oferta de animais em 2016. O comportamento indica que os preços pagos no mercado tendem a se ajustar aos produtores de maior nível tecnológico, com maior capacidade de resposta. Com relação às pastagens, o Rally confirmou que 3% dos pastos visitados estão degradados e 9% em estágio avançado de degradação, índice semelhante ao observado nas edições anteriores. A diferença entre os pastos degradados e em estágio avançado de degradação reside na possibilidade de recuperação. Enquanto no primeiro caso a única alternativa é a reforma completa da área, com replantio do capim, no segundo caso há a possibilidade de recuperar o capim existente, revertendo o processo de degradação e evitando que a área chegue ao estágio final. “A principal vantagem da recuperação é o custo menor, cerca de 50% a 60% do valor da reforma. As vantagens econômicas e ambientais da recuperação são incontestáveis”, reforça Maurício Nogueira, da Agroconsult. Esta foi a edição do Rally da Pecuária com maior público já registrado. Mais de 1.000 questionários foram respondidos por produtores e outros 700 por técnicos. A expedição aconteceu entre os dias 11 de abril e 10 de junho, com sete equipes técnicas que visitaram 11 estados, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins, Pará, Rondônia e Acre. No total, foram percorridos cerca de 63 mil quilômetros, com a realização de 13 eventos regionais que discutiram tendências de mercado, cenários e iniciativas para aumentar a rentabilidade na pecuária, em tópicos como sanidade, nutrição, controle de invasoras, índices zootécnicos (reprodução), garantia da fertilidade do solo, qualidade das pastagens, estratégias de hedge, confinamento etc. O Rally é planejado para percorrer regiões com a maior densidade de bovinos, de acordo com dados do IBGE e com imagens geradas pela Agrosatélite, empresa do grupo Agroconsult. Os estados visitados respondem por mais de 83% do rebanho bovino e 90% da produção nacional de carne. No campo, a expedição técnica conduziu entrevistas qualitativas e quantitativas com produtores para levantar, entre outros dados, áreas de pastagem e de agricultura em cada propriedade, total de cabeças de gado, estratégias nutricionais, confinamento, índices de fertilidade, natalidade e mortalidade, manejo da sanidade do rebanho, uso de insumos tecnológicos nas pastagens (defensivos, corretivos e fertilizantes) e comercialização de animais, realizando levantamento completo, in loco, das áreas de cria, recria, engorda e confinamento. Com informações do Diário de Cuiabá.

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