Depois de anos de tratativas, o setor pecuário brasileiro espera, para o este mês, a abertura oficial das
exportações para o mercado norteamericano. O anúncio deve vir durante visita do ministro da Agricultura, Blairo
Maggi, aos Estados Unidos no final de julho.
Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio
Camardelli, que estará na missão e palestrou na manhã de hoje (30/6) no 3º Congresso Brasileiro de Angus, em
Porto Alegre, a abertura significa um mercado diferenciado, que dá acesso ao Nafta. “Eles dão acesso a estados,
não abrem por plantas”, informou otimista. A previsão é que, além dos embarques previstos nas cotas de
exportação, o Brasil se beneficie de vendas extracota principalmente com embarque de cortes de dianteiro para
produção de hambúrguer. “O mercado norteamericano vai nos ajudar muito a equacionar a oferta de dianteiro”.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Angus, José Roberto Pires Weber, a abertura do mercado
norteamericano é, há muito, esperada pelos criadores de Angus. "É uma notícia maravilhosa que confirma que a
pecuária brasileira está no caminho certo”, frisou Weber.
Outra boa notícia apresentada durante o painel “Carne de Qualidade: um caminho para a pecuária nacional” foi
que o Brasil concluiu, neste mês de junho, o protocolo para acessar a cota 481, que prevê exportação de carne
de alta qualidade, produzida em confinamento. O documento foi concluído pelo setor produtivo (Abiec, CNA,
Assocon), validado pelo Ministério da Agricultura e remetido à União Europeia. Diferente da cota Hilton (criada
para normatizar exportação de cortes específicos e mais valiosos), a cota 481 inclui um maior número de cortes e
permite ao pecuarista o uso de confinamento.
Durante sua palestra, Camardelli ainda mencionou as mudanças implementadas pela Apex para aumentar a
agressividade das ações de marketing, o que também deve contribuir significativamente nesse processo de
abertura de mercado. Apesar das inúmeras ações realizadas nos últimos anos em busca do mercado gourmet, o
Brasil segue sendo visto pelo mercado internacional como um fornecedor de carne ingrediente e culinária.
“Temos dificuldade de acessar mercado de carne gourmet, que garante uma maior valorização”, pontuo,
lembrando que o Brasil é um dos poucos países do mundo em condições de manter volumes de entrega ao
mercado internacional. Com informações da ABIEC
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