domingo, 21 de dezembro de 2014
Cuidados especiais garantem o bem estar do rebanho bovino
As boas práticas de manejo são essenciais para garantir as
condições de saúde dos bovinos, e consequentemente a boa qualidade da
carne, produto almejado pelos consumidores do Brasil e do mundo.
Neste contexto, é necessário utilizar as condições adequadas para alcançar o bom desempenho na produção animal: calendário de vacinação em tempo certo, nutrição equilibrada, manejo correto dos animais e ambiente saudável.
A médica veterinária da Seagro – Secretaria da Agricultura, da Pecuária e do Desenvolvimento Agrário, Érika Jardim, explica algumas atitudes para alcançar os melhores resultados para uma produção saudável dos animais. Segundo Érika, atualmente o mercado mundial, anseia em consumir uma carne de qualidade e, as boas práticas na criação dos bovinos garantem ótima saúde dos animais. “É importante que o produtor siga corretamente as fases de criação dos bovinos, seguindo rigorosamente o calendário de vacinação com o uso de técnicas de aplicação corretas, água saudável, boa pastagem, tudo isso contribui para a saúde do animal”, informou.
Érika informa ainda que, entre os diversos aspectos para a saúde animal, está a vacina, um dos fatores determinantes de imunização das doenças. A vacina contra aftosa, por exemplo, o produtor deve seguir algumas técnicas como: trocar a agulha a cada dez animais vacinados e, manter o frasco de vacina numa temperatura entre 2 a 8ºC graus. “As vacinas mais comuns são as da aftosa, raiva e a brucelose. A recomendação da aplicação destas vacinas depende da idade e sexo dos animais, cada idade tem uma recomendação específica, acrescentou”.
Manejo
Outros fatores também influenciam no bem estar animal, as práticas de manejo e o meio ambiente. Entre as práticas adequadas estão: separação dos animais por faixa etária; cuidados especiais com vacas e bezerros; fazer coleta de materiais para realização de alguns exames como brucelose, leptospirose, tuberculose e verminose. Além disso, reservar pastos de boa qualidade para animais logo após a desmama; fazer rotações de cultura, pastagens e de espécies animais; pastagens e nascentes; ter destino adequado de águas servidas e de estercos; evitar áreas alagadiças ou muito úmidas para permanência dos animais; evitar pastos sujos e com presença de plantas tóxicas, entre outros cuidados.
domingo, 14 de dezembro de 2014
Estudo mostra que apenas 40% das pastagens brasileiras são economicamente viáveis
Trabalho também sustenta que a área de pastos é menor do que a registrada nas estatísticas oficiais
Apenas
40% das pastagens brasileiras são economicamente viáveis, de acordo com
estudo realizado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da
Presidência da República em parceria com a Universidade Federal de Goiás
(UFG).
As
melhores pastagens, de acordo com a pesquisa, estão nas áreas de
cerrado dos Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo. O
chamado Arco do Desmatamento, no norte de Mato Grosso e sul do Pará,
estão pastos de média produtividade. Já as pastagens de baixa produção
espalham-se em faixas por todo o país.
Segundo o coordenador da UFG Laerty Ferreira, os dados da pesquisa são preliminares, mas foram baseados dados de fluxo de água para chegar aos resultados.
No levantamento do tamanho da área de pastagem no Brasil, os números do estudo entram em conflito com as estatísticas oficiais, que mostram 220 milhões de hectares. A pesquisa, no entanto, chegou a uma área de 172 milhões de hectares de pastagem plantada.
– É um numero que a gente acredita que seja consistente. Obviamente, precisa ser validado em campo com um trabalho de mapeamento – diz Ferreira.
Atualmente, a produtividade da pecuária brasileira está em um animal por hectare. Para o coordenador da UFG, se essa média for elevada em 30%, há a possibilidade de liberar 44 milhões de hectares para a agricultura, sem desmatar nada. Ele afirma que pequenas mudanças na lotação da pastagem podem liberar algumas áreas.
A Fundação Gordon Moor, dos Estados Unidos, vai investir mais de um milhão de reais para dar continuidade ao projeto. Nos próximos dois anos, os pesquisadores esperam gerar um mapa das pastagens brasileiras, mostrando onde estão as áreas que precisam de investimento para serem recuperadas.
Segundo o coordenador da UFG Laerty Ferreira, os dados da pesquisa são preliminares, mas foram baseados dados de fluxo de água para chegar aos resultados.
No levantamento do tamanho da área de pastagem no Brasil, os números do estudo entram em conflito com as estatísticas oficiais, que mostram 220 milhões de hectares. A pesquisa, no entanto, chegou a uma área de 172 milhões de hectares de pastagem plantada.
– É um numero que a gente acredita que seja consistente. Obviamente, precisa ser validado em campo com um trabalho de mapeamento – diz Ferreira.
Atualmente, a produtividade da pecuária brasileira está em um animal por hectare. Para o coordenador da UFG, se essa média for elevada em 30%, há a possibilidade de liberar 44 milhões de hectares para a agricultura, sem desmatar nada. Ele afirma que pequenas mudanças na lotação da pastagem podem liberar algumas áreas.
A Fundação Gordon Moor, dos Estados Unidos, vai investir mais de um milhão de reais para dar continuidade ao projeto. Nos próximos dois anos, os pesquisadores esperam gerar um mapa das pastagens brasileiras, mostrando onde estão as áreas que precisam de investimento para serem recuperadas.
Preço da arroba deve cair no início de 2015
Diminuição das exportações para a Rússia e pressão sazonal tendem a baixar o preço do boi gordo
As
oscilações da arroba do boi gordo devem ter uma média de R$ 2,00 até o
fim do ano, aponta o analista de mercado da Informa FNP José Vicente
Ferraz.
O
mercado do boi gordo já iniciou esta semana com leve queda nos
contratos negociados na BM&FBovespa. Por volta das 10h, o vencimento
de dezembro recuava 0,07%, com a arroba cotada a R$ 143,60. Já o
contrato para janeiro de 2015 registrava perda 0,08%, a R$ 141,35 por
arroba. A partir de janeiro, a expectativa do analista é de baixa nas
cotações devido a uma pressão sazonal e ao aumento da oferta. A projeção
de recuo nas exportações também deve contribuir para a queda dos preços
do boi.
– O produtor deve comercializar seus lotes com
tranquilidade até o fim do ano, sem muitas oscilações de preço, mas
programar as vendas do início de 2015 prevendo pressão de baixa –
sugere.
Ferraz destaca que, historicamente, as vendas externas
caem em dezembro e janeiro. No entanto, a recessão do mercado russo,
maior comprador de carne do mundo, pode gerar um impacto global no
comércio bovino em 2015.
– A Rússia deixou a situação mais aguda.
A moeda deles está desvalorizando demais e a importação está ficando
cara. Eles são grandes compradores da carne bovina, de aves e de suínos
do Brasil – pontua.
Segundo ele, a previsão de mais impostos na
economia brasileira é outra variável que colabora para a queda no
consumo interno, o que deve gerar mais recuo nas cotações. A queda no
valor do petróleo também afeta diretamente as exportações.
Rússia
Na
semana passada, o ministro da Economia do país, Alexei Ulyukayev,
alertou que a Rússia deve entrar em recessão no ano que vem e que o
rublo deve permanecer fraco em virtude da queda dos preços do petróleo e
das sanções de países ocidentais. O economista sênior do Australia and
New Zealand Banking Group (ANZ), Paul Deanne, prevê que as importações russas de carne bovina em 2015 caiam ao menor nível em 15 anos.
Assim, cerca de 150 mil toneladas de carne congelada do Brasil e do
Paraguai, previamente destinadas à Rússia, terão que ser escoadas para
outros mercados.
Além disso, de acordo com previsões do
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), Brasil e Paraguai
devem aumentar as exportações de carne bovina em 2015 em 220 mil
toneladas, um cenário que deve reduzir os preços do produto. Segundo
Deanne, dois mercados importantes para o Brasil, possivelmente capazes
de absorver maiores volumes de carne, são China e Oriente Médio, que apresentaram rápida expansão da demanda pelo produto da Austrália nos últimos anos.
Mercado doméstico abre semana em queda
De
acordo com a Scot Consultoria, a oferta de animais terminados registrou
melhora nos últimos dias em algumas regiões do país. As escalas de
abate cresceram, gerando recuo no preço da arroba em três praças
pecuárias, das 31 pesquisadas. De maneira geral, no entanto, a oferta
não está abundante. No Sul da Bahia, por exemplo, a semana passada
terminou com alta de R$ 6,00 por arroba. Em São Paulo, seguem ocorrendo
negócios acima da referência. O consumo de carne bovina não evoluiu nos
últimos dias, mesmo com o início de mês, quando a população está mais
capitalizada.
Frente Parlamentar da Agropecuária obtém vitória
O deputado federal Marcos Montes vai solicitar, ao Contran, prorrogação do prazo para emplacar máquinas agrícolas
Atual vice-presidente, a cerca de dois meses de assumir a presidência do colegiado, o deputado federal Marcos Montes (PSD/MG) comemora importante vitória da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA). O Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) garante que vai solicitar, ao Conselho Nacional de Trânsito (Contran), a prorrogação do prazo para exigência de registro e emplacamento de máquinas agrícolas.
A decisão foi tomada após o ministro das Cidades, Gilberto Occhi, se reunir com os deputados da Frente e representantes do Denatran e ouvir as queixas do setor no que se refere à Resolução 429 - prevista para entrar em vigor em janeiro de 2015.
Recém-eleito para a gestão 2015/2016, Marcos Montes lembra que ele, pessoalmente, e a FPA, enquanto colegiado, têm sido procurados por produtores de todo o Brasil, pedindo que trabalhem contra a resolução. “Dos menores aos maiores produtores brasileiros, todos entendem que a exigência de registro e emplacamento prejudica o setor”, disse Marcos Montes.
Resolução 429/2013 estabelece critérios para o registro de tratores destinados a puxar ou arrastar maquinaria de qualquer natureza ou a executar trabalhos agrícolas e de construção, de pavimentação ou guindastes.
Hoje, formada por 205 parlamentares (191 deputados federais e 14 senadores), a FPA é considerada uma das mais atuantes e influentes no Congresso Nacional e tem por principais objetivos estimular e ampliar as políticas públicas para o desenvolvimento do agronegócio nacional. Marcos Montes assume a presidência no dia 24 de fevereiro.
domingo, 7 de dezembro de 2014
Como Criar uma Fazenda de Gado
Criado por Ipereira, Jack.aw
Existem muitos motivos pelo qual uma pessoa poderia querer começar
uma criação de gado. Alguns criam várias cabeças para vendê-las,
enquanto que outros preferem o leite desses animais. Alguns preferem
exibir a criação em feiras e em outros eventos locais. Na economia
atual, muitas famílias optam por criar gado para o uso pessoal.
Independente de sua escolha, há algumas orientações básicas referentes à
criação; desde a compra da terra até a seleção das espécies.
Passos
-
1- Faça um plano de negócios. Faça uma análise PFOA de si mesmo e da indústria do tipo de gado na qual você entrará. Planeje que tipo de vacas deseja sem procurar por raças específicas. Reflita sobre qual tipo de fazenda lhe é desejável.
- Lembre-se de começar de baixo. Não gaste todo o seu dinheiro nas duas primeiras semanas após comprar ou herdar a fazenda/rancho. Conserte apenas muros ou prédios que representem uma prioridade sobre as outras coisas. Renove o galpão ou a casa, ou atualize as instalações relacionadas aos seus planos. Compre o maquinário em leilões, e nada inteiramente novo. Compre equipamentos e outros objetos necessários para este primeiro momento. Evite comprar apenas aquilo que quer. Você poderá realizar suas vontades após 5 ou 10 anos dentro do agronegócio.
- Foque em ser um produtor de baixo-custo, pois este é o melhor jeito de fazer dinheiro e de começar em caso de pouca verba inicial!
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2 - Localize a área onde pretenda criar o gado pelos próximos 10 ou 30 anos, quem sabe mais. Isto é importante, pois é preciso encontrar uma localização que seja familiar ou realmente admirável. Um lugar onde seja possível criar animais.
- A localização varia muito. Fatores como o clima, as mudanças entre estações, mercados, vegetação e topografia diferem para cada local encontrado.
-
3- Encontre terras à venda na região onde queira começar. Mantenha em mente de que é bem provável que você tenha de hipotecar, financiar ou alugar o local se não possuir dinheiro para comprar tudo de uma vez só.
- O preço do terreno tende a crescer em áreas com populações maiores ou cuja demanda seja muito alta.
- Note também que é altamente recomendável comprar uma fazenda ou rancho que já possua as instalações apropriadas e cercas posicionadas em vez de optar por um terreno que tenha de ser alterado em prol de suas finalidades.
-
4- Descubra mais sobre a localização desejada. Contate o dono da área que lhe interessa e peça mais informações sobre o tipo de solo, vegetação, lucros relacionados a vendas de gado e capacidade máxima para determinados tipos de pasto, as demandas, etc. Visite os vizinhos na área e converse com eles.
- Normalmente, os vizinhos oferecerão mais informações do que agências governamentais.
-
5- Pesquise antes para comprar os tipos certos de instalações, equipamentos e maquinários necessários para o tipo de gado escolhido. Analise sua operação e sua situação financeira para descobrir do que precisa (e não o que quer). Cercas, instalações para hidratação e comedouros são o que há de mais importante. Um trator, equipamento para manuseio de feno, jamantas, instalações de controle e outras construções também são importantes.
- Você precisará de múltiplas construções, de um galpão e de suportes
caso queira ordenhar os animais. Construa instalações para os partos, um
estábulo para bezerros e outro estábulo para as vacas que não estejam
sendo ordenhadas.
- Existem diversos itens a se considerar para obter o equipamento certo para a ordenha: primeiro, as vacas já foram ordenhadas alguma vez? Com o que elas estão acostumadas? É melhor manter o mesmo tipo de estação de ordenha. Ao fazer isso sozinho, pesquise sobre quais os equipamentos adequados para sua situação.
- A criação de gado de corte normalmente requer cercas, fontes de sombra e de água. Isso funciona especialmente bem se sua operação visar alimentar o gado apenas com grama, seja ela uma operação vaca/bezerro ou uma de engorda simples. A exceção ocorre se você quiser gastar dinheiro extra em rações para o inverno ou se preferir suplementar o gado com grãos. Há também a possibilidade da construção de um curral de engorda.
- Você precisará de múltiplas construções, de um galpão e de suportes
caso queira ordenhar os animais. Construa instalações para os partos, um
estábulo para bezerros e outro estábulo para as vacas que não estejam
sendo ordenhadas.
-
6- Determine o tipo de gado que você irá criar de acordo com seus objetivos e seu orçamento. As escolhas mais populares são gado leiteiro ou de corte. Tenha em mente que começar uma criação de gado leiteiro irá consumir mais tempo e dinheiro do que gado de corte, além desta requerer mais equipamentos.
-
7- Pesquise os vários tipos de raça que você pode criar. Determine a raça que irá criar de acordo com os objetivos de sua fazenda/rancho, e não de acordo com o que gosta e quer fazer. Concentre-se em uma raça em particular.
- Escolha raças conhecidas por bom comportamento e que não sejam
trabalhosas caso seu objetivo seja criar gado de corte. Hereford, Red
Poll, Shorthorn, Galloway e British White são raças conhecidas pela
docilidade.
- Caso insista em criar gado Angus por causa da alta demanda em sua região, tenha muito cuidado.
- Se quiser criar vacas para ordenhá-las, as raças mais populares são Holstein, Jersey e Pardo Suíço. Guernseys e Ayrshires são populares entre os que não vivem na América do Norte.
- Escolha raças conhecidas por bom comportamento e que não sejam
trabalhosas caso seu objetivo seja criar gado de corte. Hereford, Red
Poll, Shorthorn, Galloway e British White são raças conhecidas pela
docilidade.
-
8 -Comece com algumas poucas vacas. Não exagere; compre vacas o suficiente para manter dentro do terreno comprado por um ano. Compre boas vacas: aquelas que têm conformação, temperamento, habilidades maternas e convertibilidade (entre outras coisas) e evite aquelas que parecem magras e quase morrendo. Heifers podem ser uma opção se você deseja esperar por 2 anos antes de ver terneiros; deixe as mães criarem as novilhas e você poderá vender essas vacas novas após um mês ou dois. Vacas experientes são mais facilmente administradas.
- Evite comprar um touro caso possua apenas 4 ou 5 fêmeas; compre-o apenas quando possuir 10 vacas e não quiser mais utilizar a inseminação artificial. A inseminação é um método de procriação que lhe poupará custos caso possua apenas 2 ou 5 vacas. Se não quiser utilizar a inseminação, alugue um touro ou encontre outro produtor que concorde em cuidar das vacas até elas estarem prenhas.
-
9- Determine a quantidade de pasto necessária para a criação de gado selecionada. Decida se a terra que você possui é suficiente ou se será preciso comprar ou alugar mais pasto.
- Determine se você cultivará feno para o gado ou se o comprará. Certifique-se de obter feno de alta qualidade.
- Mantenha em mente que a alimentação representa 26% dos custos da criação de gado. Ter terras o suficiente nos meses de verão para o gado se alimentar reduz imensamente os custos, assim como o cultivo de feno de alta qualidade.
-
10 - Comece a manter bons relatórios de finanças, criação/bezerros, saúde/vacinações, compras/vendas e detalhes de suas operações. Os relatórios mais importantes são os financeiros, pois eles determinam se suas operações estão gerando lucros ou despesas.
-
11 - Acima de tudo, divirta-se! Este é um estilo de vida exigente e estressante, mas você aprenderá muitas coisas e se manterá ocupado enquanto alimenta e administra a saúde de sua criação.
Conheça os principais conceitos sobre o crescimento de bovinos de corte
O crescimento animal envolve interações entre fatores hormonais,
nutricionais, genéticos e de metabolismo. Caracteriza-se como o aumento
da massa dos tecidos do corpo, seja pela produção e multiplicação de
novas células, o que defina a hiperplasia, ou pelo aumento do tamanho
das células existentes (hipertrofia) (OWENS et al., 1993). O
conhecimento da curva de crescimento de bovinos de corte é de extrema
importância, pois fornece informações para o estabelecimento de
estratégias de manejo, contribuindo para a tomada de decisão sobre a
adoção de determinada tecnologia.
Um dos fatores mais importantes para determinação do peso de abate é a
eficiência de ganho de peso nas várias fases da curva de crescimento.
Diversos fatores alteram a eficiência do crescimento de bovinos, como o
peso, idade, nutrição, genética (raça e tamanho corporal), sexo e
utilização de hormônios exógenos. Os fatores citados afetam a eficiência
de crescimento de animais de corte através de duas características
básicas: taxa de ganho e composição química dos tecidos depositados
(gordura e proteína). Quanto maior a taxa de ganho, maior a eficiência
de conversão em função da diluição das exigências de manutenção, que são
relativamente constantes (LANNA, 1996).
A Figura 6 mostra o crescimento em função da idade do animal.
Verifica-se que o crescimento inicia por ocasião da concepção (a) e
segue até maturidade do animal (d). O peso acumulado do animal em
relação a sua idade segue uma curva sigmóide; esta curva é composta por
uma fase pré-puberdade de auto-aceleração e de outra pós-puberdade de
auto-inibição. Adequar a disponibilidade de nutrientes às exigências do
animal durante estas duas fases constitui-se num dos maiores desafios
para os sistemas de produção de bovinos de corte.
Destacam-se dois pontos importantes da curva. Primeiro a puberdade
(c), também chamado de ponto de inflexão, onde o crescimento passa da
fase de auto-aceleração para auto-inibição. A partir deste ponto,
ocorrem importantes alterações na deposição dos tecidos da carcaça e na
eficiência alimentar. Já a maturidade (d) ou peso adulto é o ponto no
qual cessa o crescimento muscular e ósseo e o ganho de peso passa a ser
composto exclusivamente de gordura.
O peso adulto é positivamente associado com o peso no qual a fase de
acúmulo de gordura é iniciada. Como resultado, o bovino com potencial
maior de tamanho à maturidade (raças taurinas, por exemplo), normalmente
cresce mais rápido e começa a acumular gordura com peso mais elevado,
em relação a seus contemporâneos de tamanho menor.
O crescimento dos tecidos ósseo, muscular e adiposo (constituintes da
carcaça) ocorre de maneira seqüencial e definida. Da concepção à
puberdade, o crescimento é acelerado e rápido, à custa do
desenvolvimento de ossos e músculos. Por ocasião da puberdade, aumenta a
deposição de gordura.
Durante o crescimento, o indivíduo experimenta aumento de massa e
alteração da forma corporal, em intensidade dependente das prioridades
de desenvolvimento dos tecidos, na seguinte ordem: nervoso, ósseo,
muscular e adiposo.
Como pode ser observado na Figura – 7, o crescimento ósseo pós-natal é
pequeno, apresentando desenvolvimento mais precoce, mantendo-se
constante praticamente durante a vida toda do animal. O tecido muscular
tem seu maior desenvolvimento após o nascimento, sendo mais tardio em
relação aos ossos, predominando até atingir a maturidade, sendo o
principal constituinte do ganho de peso. O tecido adiposo é o último a
se depositar, tendo seu crescimento de maneira mais acentuada após a
puberdade, quando o crescimento muscular começa a diminuir (MANELLA e
BOIN, 2002). A partir deste ponto, a maior parte dos alimentos
fornecidos ao animal será convertida em gordura.
* Esta dica é um trecho do primeiro módulo do curso Produção de Gado de Corte conceitos técnicos e econômicos, que é instruído pelo zootecnista e consultor em nutrição e produção de bovinos de corte, formulação de dietas e suplementos, Dr. Rafael da Costa Cervieri.
Rentabilidade da cria é comparável a recria e engorda?
A situação atual da cria na pecuária de corte brasileira é dos temas
que mais me interessa e motiva. A cria é muito pouco estudada e
avaliada. É o gargalo da pecuária, é o elo mais fraco, que dá o ritmo de
expansão da atividade. Se conhecermos mais a cria, como atividade
econômica, fica mais fácil analisar os ciclos produtivos, fazer previsão
de preços e volume de oferta no médio-longo prazo.
Esses dados abaixo me levaram a uma reflexão sobre o que podemos esperar da cria nos próximos anos.
Fonte: Exagro, maio 2011.
A cria é uma atividade que carrega uma série de mitos, ou pré-julgamentos. Abaixo avalio uma série de percepções minhas.
Cria é uma atividade de baixa rentabilidade. Acredita-se que a cria
garante rentabilidade menor do que a recria e engorda e a tabela
confirma isso. Mas é possível ir mais fundo e avaliar uma série de
nuances.
A cria cresce menos que a recria e engorda. Avança menos em
tecnologia. É o gargalo da pecuária de corte. Um ponto interessante é
que com a profissionalização da pecuária, com cada vez mais gente
calculando seus custos e avaliando economicamente suas opções, a cria
tenderia a ficar em segundo plano, pois quem mede (e percebe que rende
menos), iria para outras atividades.
Um contra-ponto: avaliando-se a rentabilidade média nas colunas
“clientes”, é melhor fazer apenas cria, do que cria-recria-engorda
(ciclo completo). Uma indicação de que o foco traz melhores resultados.
No entanto, o valor máximo é bem superior para quem faz C-R-E do que
quem apenas cria.
Cria é uma atividade de longo prazo. Isso gera menos opções de
financiamento. Um maior risco e complexidade ao se avaliar um projeto.
Isso diminui a chance de alguns perfis de produtores entrarem na
atividade e também dificulta quem já atua nessa área a se expandir, com
recursos de terceiros. Os projetos de integração, onde o comprador do
bezerro fornece insumos, tecnologia e serviços em troca de uma garantia
de fornecimento e preço ainda são escassos. Gostaria de conhecer mais
projetos nesse sentido e estudá-los.
Outro mito que eu tinha é que quem faz cria profissional, faz ciclo
completo, para não perder renda, não repassar o lucro para frente.
Acreditava que devido a isso, seria cada vez mais difícil comprar
bezerros de alta qualidade. Analisando a tabela, começo a acreditar que
isso não será regra. Com perspectivas de bons preços de venda de
bezerros e os ganhos de se focar e se especializar em apenas uma
atividade devem estimular o surgimento de criadores com elevada
tecnologia e especialização na cria de alta qualidade (e alto preço).
Vale lembrar que tecnologia é fazer mais com menos ou pelo menos
fazer mais com os mesmos recursos. E não usar essa ou aquela técnica ou
produto.
Analisando-se a tabela pode-se inferir que quem faz recria e engorda
com alta rentabilidade é muito bom em duas áreas: 1-produção e
2-comercialização (compra e venda de animais). Ou seja, precisa produzir
com muita eficiência, ao mesmo tempo em que avalia o mercado e compra e
vende seus animais em bons momentos, de forma sincronizada com a
capacidade de lotação da fazenda (que varia ao longo do ano).
Fica muito claro que quem tem alto lucro na pecuária consegue
orquestrar muito bem a parte de produção com a comercialização. Quando
compra, quando vende e como opera os animais na fazenda nesse meio
tempo. São muitas variáveis, em áreas de conhecimento muito diferentes.
Quem faz cria com alta rentabilidade é muito bom em produção e também
deve ser em comercialização, mas como não compra animais (em grande
volume) o ganho em rentabilidade viria da venda bem feita. Há gente que
fale que a cria é para quem não gosta de negociar, mas fica fácil de
perceber que quem ganha na cria, vende muito bem seus animais.
O estudo também levantou números de outras fazendas, que chamaram de
“diagnósticos”. Nessas fazendas, a rentabilidade média variou muito. As
que fazem cria tem apenas R$ 13,70/ha de rentabilidade. E quem faz
recria/engorda tem em média R$ 65,10/ha, ou seja, quase 5 vezes mais
lucro por ha. Com menos eficiência, provavelmente produtiva e comercial,
se percebe duas coisas: a rentabilidade é muito distante das fazendas
de alto nível e mais ainda, a diferença de lucratividade entre as
atividades é muito grande.
Entre os clientes da Exagro, a rentabilidade média varia muito menos.
Na cria é de R$ 146,50/ha e na recria/engorda (atividade com maior
média) é de R$ 154,10/ha. Ou seja, menos de 10% mais alto. Na
rentabilidade máxima, entre os clientes da empresa, a variação fica bem
maior. De R$ 232,10/ha na cria para R$ 353,70/ha na recria/engorda, 50%
mais alto.
Primeira observação, óbvia: a disparidade de rentabilidade entre
fazendas é enorme, mesmo fazendo a mesma atividade. A renda média da
cria “diagnósticos” é quase 11 (onze!) vezes menor do que a média dos
clientes da consultoria. Isso mostra como há espaço para se melhorar a
rentabilidade da pecuária como um todo, e com isso ainda aumentar
produção, sustentabilidade e até qualidade da carne de uma só vez.
Produção eficiente pode trazer tudo isso junto.
E a migração para outras atividades, como cana e grãos? Um criador
com menos de R$20/ha vai muito facilmente arrendar suas terras para
qualquer atividade agrícola que apareça na sua região. Até mesmo quem
lucra R$ 65/ha por ano ficará muito tentado. Por outro lado, quem está
na casa dos R$ 200-300/ha ano não irá migrar tão facilmente.
Existe a impossibilidade de se abrir novas áreas, por questões
ambientais. A fronteira é onde tradicionalmente a cria cresce e é uma
fonte de bezerros baratos. A pressão agrícola por áreas de pecuária vai
aumentar daqui em diante. Ou seja, com mais agricultura e mais
dificuldade na abertura de novas áreas, a pecuária vai encolher em área.
Mas pode aumentar a produção mesmo com área menor. A chave é produção
eficiente.
Me perguntam com frequencia se é melhor fazer cria ou recria/engorda.
Acredito que a resposta depende da vocação da pessoa, da fazenda e da
região. É claro que na média, a recria-engorda é mais rentável, mas
acredito muito num futuro promissor para a cria.
Flutuações de preços devido aos ciclos de produção vão continuar a
existir e outros fatores, como o crescimento mundial vão continuar a
influenciar os preços pecuários.
Escassez gera bons preços. Essa é uma verdade que deve continuar
valendo para o preço do bezerro por vários fatores. A velocidade com que
a cria avança ainda é menor do que a recria-engorda. A rentabilidade é
em muitos casos menor ou muito menor. A área da cria vai diminuir.
A demanda por carne bovina é crescente e não existe carne sem bezerro
(pelo menos por enquanto). Continuamos a ter ciclos, mas o patamar de
preço do bezerro deve ser mais alto. Tudo isso me leva a crer que
planejar a atividade de recria-engorda mirando no lucro que vinha da
compra de bezerros baratos não me parece uma estratégia vencedora daqui
em diante.
Aprenda sobre a alimentação de gado de corte
A alimentação é fundamental na definição da rentabilidade na criação do gado de corte
A alimentação é
fundamental na definição da rentabilidade na criação do gado de corte.
Por isso, é indispensável que o pecuarista conheça a fundo os principais
conceitos de nutrição animal e as características nutricionais dos
principais alimentos.
Ao propiciar a alimentação necessária a um rebanho, entretanto, o técnico se depara com algumas questões fundamentais: as necessidades nutricionais de cada tipo de animal a ser atendido para a mantença (manutenção do peso); a velocidade de ganho de peso desejada, em cada fase da criação; a viabilidade econômica da aceleração do ganho de peso; e a disponibilidade de alimentos que possam garantir nutrição aos animais, visando a produção. Além disso, há a preocupação com os custos dos alimentos, para que a produção seja economicamente vantajosa; e as possíveis combinações que poderiam resultar num alimento que ofereça o máximo de nutrição a um custo mínimo.
Nutrição
É a partir dela que os animais podem expressar todo seu potencial genético para produção, desenvolvimento e reprodução. As proteínas, gordura, açúcares, cálcio, minerais, vitaminas e água são elementos que devem compor a dieta, em diferentes quantidades e combinações, com um balanceamento que varia com a categoria animal, para que eles possam desempenhar todas as atividades vitais.
Para que haja um bom aproveitamento dos nutrientes, o produtor precisa conhecer as classificações dos mesmos e as categorias de alimentos que compõem a dieta dos bovinos de corte.
Ao propiciar a alimentação necessária a um rebanho, entretanto, o técnico se depara com algumas questões fundamentais: as necessidades nutricionais de cada tipo de animal a ser atendido para a mantença (manutenção do peso); a velocidade de ganho de peso desejada, em cada fase da criação; a viabilidade econômica da aceleração do ganho de peso; e a disponibilidade de alimentos que possam garantir nutrição aos animais, visando a produção. Além disso, há a preocupação com os custos dos alimentos, para que a produção seja economicamente vantajosa; e as possíveis combinações que poderiam resultar num alimento que ofereça o máximo de nutrição a um custo mínimo.
Nutrição
É a partir dela que os animais podem expressar todo seu potencial genético para produção, desenvolvimento e reprodução. As proteínas, gordura, açúcares, cálcio, minerais, vitaminas e água são elementos que devem compor a dieta, em diferentes quantidades e combinações, com um balanceamento que varia com a categoria animal, para que eles possam desempenhar todas as atividades vitais.
Para que haja um bom aproveitamento dos nutrientes, o produtor precisa conhecer as classificações dos mesmos e as categorias de alimentos que compõem a dieta dos bovinos de corte.
Podemos dividi-los em duas frações básicas: água e
matéria seca. Vamos considerar que o valor nutritivo está na matéria
seca, composta por matéria orgânica e mineral. A primeira contém
carboidratos e lipídios que fornecem energia, e, ainda, dois outros
elementos: proteínas e vitaminas. Já a mineral contém macro e
microelementos. Todos eles estão presentes nos dois principais
alimentos fornecidos ao gado, volumosos e concentrados.
Volumosos e concentrados
Os alimentos volumosos são aqueles que contêm alto teor de fibra bruta (mais que 18%) e baixo valor energético, ou menos que 60% de NDT, que correspondem à soma de todos os nutrientes digestíveis, exceto cinzas e vitaminas contidas no alimento. Nesse grupo incluem-se as pastagens, as forrageiras para corte, fenos, silagens, restos culturais, resíduos de agroindústrias, cascas, sabugos e outros.
Os alimentos concentrados são aqueles que apresentam menos de 18% de Fibra Bruta em sua composição, porém alto teor energético, ou mais de 60% de NDT. São mais concentrados em nutrientes quando comparados aos volumosos. Podem ser divididos em energéticos e proteicos. Os primeiros, apresentando menos de 20% de proteína bruta, são representados principalmente pelos grãos de cereais (milho, sorgo, trigo, arroz, etc.) e seus subprodutos, raízes e tubérculos (mandioca, batata, etc.), as gorduras e os óleos de origem vegetal ou animal. Os proteicos apresentam mais de 20% de proteína bruta em sua composição e podem ser de origem vegetal, como as oleaginosas (soja, algodão, amendoim, etc.), de origem animal (farinha de carne, sangue, pena, etc.) excluídos os ossos e gorduras, subprodutos (farelos), excrementos de aves, “cama” de animais, biossintéticos etc.
O grão de milho triturado é o concentrado energético mais utilizado para nutrição animal em todo o Brasil. A cultura é tradicional e está presente nas principais regiões de criação. Seu valor nutritivo é considerado excelente, principalmente pelo nível de energia. Ele apresenta 8,5 a 9,0% de proteína bruta e 0,25% de fósforo.
Volumosos e concentrados
Os alimentos volumosos são aqueles que contêm alto teor de fibra bruta (mais que 18%) e baixo valor energético, ou menos que 60% de NDT, que correspondem à soma de todos os nutrientes digestíveis, exceto cinzas e vitaminas contidas no alimento. Nesse grupo incluem-se as pastagens, as forrageiras para corte, fenos, silagens, restos culturais, resíduos de agroindústrias, cascas, sabugos e outros.
Os alimentos concentrados são aqueles que apresentam menos de 18% de Fibra Bruta em sua composição, porém alto teor energético, ou mais de 60% de NDT. São mais concentrados em nutrientes quando comparados aos volumosos. Podem ser divididos em energéticos e proteicos. Os primeiros, apresentando menos de 20% de proteína bruta, são representados principalmente pelos grãos de cereais (milho, sorgo, trigo, arroz, etc.) e seus subprodutos, raízes e tubérculos (mandioca, batata, etc.), as gorduras e os óleos de origem vegetal ou animal. Os proteicos apresentam mais de 20% de proteína bruta em sua composição e podem ser de origem vegetal, como as oleaginosas (soja, algodão, amendoim, etc.), de origem animal (farinha de carne, sangue, pena, etc.) excluídos os ossos e gorduras, subprodutos (farelos), excrementos de aves, “cama” de animais, biossintéticos etc.
O grão de milho triturado é o concentrado energético mais utilizado para nutrição animal em todo o Brasil. A cultura é tradicional e está presente nas principais regiões de criação. Seu valor nutritivo é considerado excelente, principalmente pelo nível de energia. Ele apresenta 8,5 a 9,0% de proteína bruta e 0,25% de fósforo.
A soja é a fonte de proteína de melhor
qualidade para a alimentação animal e apresenta alto teor energético,
pela significativa quantidade de óleo. Tem baixo teor de cálcio, de
fibra, e pouco caroteno e vitamina D.
Pastagens X produtividade, quando suplementar?
No Brasil, o ano apresenta pelo menos duas estações definidas, em termos de crescimento e qualidade de forragem: uma com crescimento intenso, quando, normalmente, a qualidade é adequada; e outra, com crescimento baixo ou nulo, quando, geralmente, a qualidade da forrageira é inadequada para o desempenho animal. Além da menor oferta, o animal dispõe de um pasto pobre em proteína, com maior teor de fibra e altamente lignificada. A consequência é que em sistemas de produção baseados somente em pastagens o ano todo, os ganhos de peso são baixos ou há perda de peso.
Durante o período chuvoso, as pastagens chegam a apresentar níveis satisfatórios de proteína, energia e vitaminas, enquanto os minerais estão deficientes, impedindo o pecuarista de obter índices máximos de produtividade. Já no período de estiagem, todos os nutrientes estão deficientes nos pastos; portanto, nessa época, a suplementação de apenas um nutriente não resulta em melhores rendimentos do rebanho.
O efeito da suplementação na pastagem, na maioria das vezes, não é aditivo, mas, sim, substituto. O objetivo básico dessa suplementação é fornecer proteínas, energia e minerais aos animais; nutrientes que podem ser considerados como os pilares da suplementação no período de estiagem. Sobre a escolha do tipo de suplementação alimentar que se pretende utilizar, ressaltamos que dependerá, em grande parte, do objetivo que se tem em mente.
Conhecendo os diversos tipos de alimentos, é possível utilizar, de maneira mais racional, variadas alternativas de alimentação para bovinos de corte. Ao escolhê-los, deve-se considerar sua disponibilidade na região, economia, praticidade e se é o que melhor atende às necessidades nutricionais do rebanho.
Pastagens X produtividade, quando suplementar?
No Brasil, o ano apresenta pelo menos duas estações definidas, em termos de crescimento e qualidade de forragem: uma com crescimento intenso, quando, normalmente, a qualidade é adequada; e outra, com crescimento baixo ou nulo, quando, geralmente, a qualidade da forrageira é inadequada para o desempenho animal. Além da menor oferta, o animal dispõe de um pasto pobre em proteína, com maior teor de fibra e altamente lignificada. A consequência é que em sistemas de produção baseados somente em pastagens o ano todo, os ganhos de peso são baixos ou há perda de peso.
Durante o período chuvoso, as pastagens chegam a apresentar níveis satisfatórios de proteína, energia e vitaminas, enquanto os minerais estão deficientes, impedindo o pecuarista de obter índices máximos de produtividade. Já no período de estiagem, todos os nutrientes estão deficientes nos pastos; portanto, nessa época, a suplementação de apenas um nutriente não resulta em melhores rendimentos do rebanho.
O efeito da suplementação na pastagem, na maioria das vezes, não é aditivo, mas, sim, substituto. O objetivo básico dessa suplementação é fornecer proteínas, energia e minerais aos animais; nutrientes que podem ser considerados como os pilares da suplementação no período de estiagem. Sobre a escolha do tipo de suplementação alimentar que se pretende utilizar, ressaltamos que dependerá, em grande parte, do objetivo que se tem em mente.
Conhecendo os diversos tipos de alimentos, é possível utilizar, de maneira mais racional, variadas alternativas de alimentação para bovinos de corte. Ao escolhê-los, deve-se considerar sua disponibilidade na região, economia, praticidade e se é o que melhor atende às necessidades nutricionais do rebanho.
Por: Patrícia Tristão
domingo, 30 de novembro de 2014
Boi: com alta da arroba, SP pode voltar a investir em pecuária em 2015
A valorização do boi gordo em 2014 e a perspectiva de que os preços
continuarão firmes no próximo ano podem elevar os investimentos na
atividade pecuária em São Paulo, segundo especialistas que participam de
debate promovido pela Scot Consultoria. Além da alta do preço da
arroba, o cenário adverso para o setor sucroalcooleiro também reforça a
ideia de que os fazendeiros paulistas podem voltar sua atenção para a
produção pecuária. "Há um processo de reversão para a pecuária em alguns
Estados, como São Paulo, por exemplo. Muitos hectares onde antes era
produzida cana-de-açúcar voltam a ser utilizados na produção de boi",
afirmou Sérgio De Zen, professor da Escola Superior de Agricultura
(Esalq) da USP e pesquisador do Cento de Estudos Avançados em Economia
Aplicada (Cepea).
Os analistas consideram, no entanto, que o investimento pode ser
arriscado. "Todo o investimento em pecuária é um investimento de
médio/longo prazo. A dúvida que existe agora no mercado é se esse
aumento verificado na arroba será de longo prazo", comentou Fábio Dias,
diretor comercial da Agropecuária Santa Bárbara. Para os especialistas, a
queda dos preços dos grãos, em contrapartida, não deve pesar na decisão
de investimento no setor pecuário. No entanto, acreditam que a
contração da rentabilidade da soja, por exemplo, pode estimular
investimentos em atividades de produção integrada.
Falta de chuva pode diminuir oferta de bezerros, alerta Cepea
O mercado precisa estar atento à produção bovina do próximo ano. A taxa de natalidade de bezerros no início de 2015 pode ser comprometida pela falta de chuvas deste ano. A análise é de Sergio De Zen, pesquisador da área de pecuária do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP).
Para Zen, é por essa razão que os produtores continuam comprando bezerros, apesar da alta recorde registrada no primeiro semestre deste ano.
O preço do bezerro subiu 17,82% no Mato Grosso do Sul – em São Paulo, o aumento foi de 16,5%. A comparação foi realizada com dados do Cepea-Esalq/USP de 23 de julho e de 23 de janeiro.
Confira mais comentários de Sergio de Zen e outras análises de produção na edição 450 da Revista Nacional da Carne.
Campanha contra pirataria lança vídeo
Meta é conscientizar produtores sobre riscos do uso de produtos veterinários ilegais
A Campanha Nacional Antipirataria de Produtos Veterinários divulgou
nesta semana vídeo sobre o tema para ser veiculado na internet e nos
sites das associações que apoiam a iniciativa.
O vídeo enfatiza que o uso desse tipo de produto prejudica o rendimento
e o desenvolvimento dos rebanhos, pode levar os animais à morte e
colocar em risco a vida dos consumidores de proteína animal.
A campanha foi lançada durante a Expointer 2014 e busca reduzir a
venda dos produtos comercializados de forma ilegal, que representam em
torno de 15% do segmento de saúde animal, ou R$ 600 milhões anualmente.
No site criado para a campanha (http://denuncieprodvetpirata.org) é
possível fazer a consulta ao Compêndio de Produtos Veterinários em
versão online para verificar se o produto tem registro no Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
Confira o vídeo:
Confira o vídeo:
Arroba acumula alta de 3,26% em novembro
No mercado spot de São Paulo, o preço da arroba do boi gordo continua
em alta, devido à oferta limitada de animais para abate. Segundo
colaboradores do Cepea, a dificuldade de compra de lotes maiores e/ou
que atendam a certas de mercados/clientes, como o europeu, é ainda
maior, especialmente dentro do estado.
Entre 19 e 26 de novembro, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa acumulou
aumento de 1,04%, a R$ 145,26 nesta quarta-feira,26. Na parcial de
novembro, a alta é de 3,62%.
Já no mercado atacadista de carne com osso da Grande São Paulo, a
carcaça casada de boi permaneceu estável nos últimos sete dias,
refletindo ainda certo desaquecimento da demanda neste segmento. Nessa
quarta-feira, o quilo do produto fechou, em média, a R$ 8,99. Já as
carnes concorrentes registraram baixas mais expressivas no mesmo
período.
Fonte:
Portal DBO
Preço do bezerro sobe em ritmo mais acelerado que cotação da arroba
Para analistas, o resultado desse movimento é a redução das margens dos
pecuaristas que trabalham nas etapas de recria e engorda dos animais
O preço do
bezerro no Brasil apresenta uma valorização mais forte do que as
cotações da arroba do boi gordo, aponta levantamento do Rabobank.
Segundo cálculo do banco, entre janeiro e outubro deste ano o valor do
bezerro acumulou alta de aproximadamente 31%, enquanto o preço da arroba
subiu cerca de 22% no mesmo período.
Para
analistas, o resultado desse movimento é a redução das margens dos
pecuaristas que trabalham nas etapas de recria e engorda dos animais,
mesmo em período de cotações recordes no mercado físico.
Os analistas explicam que quanto maior for o valor da arroba do boi projetada, maior a valorização proporcional do bezerro. Ou seja, com a valorização do boi gordo serão cada vez necessárias mais arrobas para comprar um bezerro.
De acordo com as projeções do banco, em um cenário no qual a arroba do boi gordo esteja no patamar de R$ 130, o pecuarista precisa de 8,2 arrobas para a compra de um bezerro - considerando como referência o nelore entre 8 e 12 meses em Campo Grande (MS). Já no caso da arroba em R$ 140 e R$ 150, seriam necessárias de 8,4 a 8,6 arrobas para a compra de um bezerro, respectivamente.
A alternativa para manter as margens seria abater um animal mais jovem e mais pesado. Porém, somente um bezerro mais pesado poderia sustentar esse movimento, sugerem os profissionais. Segundo avaliação do Rabobank, essa maior valorização do bezerro no comparativo com a arroba é um resultado direto do descasamento entre os elos do ciclo pecuário brasileiro.
A prática da venda de bezerros por peso e não mais por cabeça, por exemplo, exigiria um maior nível de integração na cadeia produtiva, a exemplo do que acontece nos Estados Unidos.
Para os analistas, o investimento na etapa de cria e na maior integração com o restante da cadeia é determinante para o crescimento de setor no Brasil. Segundo eles, a crescente demanda internacional por carne bovina, especialmente na Ásia, demandará do País um maior número de animais abatidos e com maior qualidade.
– Portanto, os produtores devem se adequar a uma realidade de bezerros mais valorizados e buscar incentivar a produção de animais jovens mais pesados e de melhor qualidade. A venda de bezerros por cabeça, que desvaloriza o bom trabalho da cria, deverá ser gradualmente substituída pela precificação do animal pelo peso. Isso conectará o desempenho da cria com o resultado final da engorda – afirmam no relatório.
Os analistas explicam que quanto maior for o valor da arroba do boi projetada, maior a valorização proporcional do bezerro. Ou seja, com a valorização do boi gordo serão cada vez necessárias mais arrobas para comprar um bezerro.
De acordo com as projeções do banco, em um cenário no qual a arroba do boi gordo esteja no patamar de R$ 130, o pecuarista precisa de 8,2 arrobas para a compra de um bezerro - considerando como referência o nelore entre 8 e 12 meses em Campo Grande (MS). Já no caso da arroba em R$ 140 e R$ 150, seriam necessárias de 8,4 a 8,6 arrobas para a compra de um bezerro, respectivamente.
A alternativa para manter as margens seria abater um animal mais jovem e mais pesado. Porém, somente um bezerro mais pesado poderia sustentar esse movimento, sugerem os profissionais. Segundo avaliação do Rabobank, essa maior valorização do bezerro no comparativo com a arroba é um resultado direto do descasamento entre os elos do ciclo pecuário brasileiro.
A prática da venda de bezerros por peso e não mais por cabeça, por exemplo, exigiria um maior nível de integração na cadeia produtiva, a exemplo do que acontece nos Estados Unidos.
Para os analistas, o investimento na etapa de cria e na maior integração com o restante da cadeia é determinante para o crescimento de setor no Brasil. Segundo eles, a crescente demanda internacional por carne bovina, especialmente na Ásia, demandará do País um maior número de animais abatidos e com maior qualidade.
– Portanto, os produtores devem se adequar a uma realidade de bezerros mais valorizados e buscar incentivar a produção de animais jovens mais pesados e de melhor qualidade. A venda de bezerros por cabeça, que desvaloriza o bom trabalho da cria, deverá ser gradualmente substituída pela precificação do animal pelo peso. Isso conectará o desempenho da cria com o resultado final da engorda – afirmam no relatório.
domingo, 16 de novembro de 2014
Pecuária brasileira
A pecuária é desenvolvida em áreas rurais e consiste na criação de animais com o objetivo de comercializá-los.
O Brasil é considerado um país
industrializado, ao mesmo tempo em que ocupa um dos primeiros lugares em
produção agrícola e pecuária.
A pecuária exerce uma
grande relevância nas exportações brasileiras, além de abastecer o
mercado interno. É uma atividade econômica desenvolvida em áreas rurais
que consiste na criação de animais (como o gado) com o objetivo de
comercializá-los, suprindo assim as necessidades da família do criador.
No caso dos bovinos, além da carne, são
extraídas outras matérias-primas, como o couro (produção de calçados),
pele (vestuário), ossos (fabricar botões) e muitos outros.
Fundamentalmente, a atividade em foco é
ligada à criação de gado (bovinos), embora seja considerada também a
produção de suínos, aves, equinos, ovinos, bufalinos. Esse ramo tem como
responsabilidade principal disponibilizar para o mercado alimentos como
carne, leite e ovos, base da dieta humana.
Essa atividade está dividida em dois tipos, a pecuária de corte e de leite, ambas podem ser desenvolvidas de duas formas, a pecuária intensiva e a extensiva.
Pecuária de corte
consiste na criação de animais com o objetivo de fornecer carne. Na
produção extensiva, os animais são criados soltos em grandes áreas,
alimentam-se de pastagens e não recebem maiores cuidados, em
contrapartida, na intensiva, os animais são manejados em pequenos
recintos com dieta à base de rações balanceadas específicas para engorda
ou leite. A pecuária de leite está ligada à produção leiteira e
derivados.
Por Eduardo de Freitas
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola
Graduado em Geografia
Equipe Brasil Escola
Exportações de carne bovina registram alta de 20% em faturamento em outubro
Valor exportado é o segundo maior do ano com US$ 687,7 milhões
As exportações
de carne bovina voltaram a crescer no mês de outubro, registrando o
segundo maior valor em faturamento do ano, segundo a Associação
Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec).
No
total, os frigoríficos brasileiros enviaram 140,6 mil toneladas do
produto para o mercado exterior, faturando US$ 687,7 milhões. O
resultado em receita de outubro só está atrás de julho de 2014, quando
foram registrados US$ 697 milhões em faturamento com a exportação.
O valor em faturamento do mês de outubro (US$ 687,7 milhões) representa um crescimento de 20,82% em relação ao mês passado. Já em volume (140,6 mil toneladas), o aumento em relação a setembro é de 17,47%.
O principal destino da carne bovina brasileira em outubro foi a Rússia, que importou 36,8 mil toneladas – 5% a mais que o mês de setembro. O faturamento com as exportações para o mercado russo somou US$ 159,6 milhões – 4% a mais que setembro de 2014 e 55% mais que outubro de 2013. A Venezuela também voltou a figurar entre os principais compradores, com 16,9 mil toneladas importadas e faturamento de US$ 88,5 milhões.
Acumulado do ano
No acumulado de 2014, a indústria de carne bovina brasileira vem mantendo o ritmo de crescimento e registra alta de 9,56% em faturamento com vendas externas e 5,13% em volume exportado entre janeiro e outubro, comparado com o mesmo período do ano passado. Esse ano, o país já exportou 1,307 milhão de toneladas ante 1,243 milhão em 2013. As vendas em 2014 alcançaram US$ 6 bilhões contra US$ 5,4 bilhões registrados no ano anterior.
Os principais mercados para a carne bovina brasileira continuam sendo Hong Kong e Rússia. O volume exportado para Hong Kong ultrapassa 326 mil toneladas, um crescimento de 6,59%, e o faturamento com as vendas para este mercado atinge mais de US$ 1,38 bilhão, com aumento de 13,79%.
Já as vendas para a Rússia acumulam altas de 9%, com o envio de mais de 290 mil toneladas, e faturamento de US$ 1,2 bilhão, crescimento de 16,57%.
– Nossos principais mercados estão mantendo um ritmo crescente nas exportações em 2014, o que nos faz contabilizar resultados positivos no acumulado no ano – afirma o presidente da Abiec Antônio Jorge Camardelli.
Nas exportações de outubro, a carne in natura foi a categoria de produtos brasileiros mais enviada para os mercados externos, atingindo um faturamento de US$ 565,6 milhões. No acumulado do ano, a carne in natura já acumula um faturamento de US$ 4,8 bi, equivalente a um crescimento de 11,66% na comparação com o mesmo período do ano passado.
O valor em faturamento do mês de outubro (US$ 687,7 milhões) representa um crescimento de 20,82% em relação ao mês passado. Já em volume (140,6 mil toneladas), o aumento em relação a setembro é de 17,47%.
O principal destino da carne bovina brasileira em outubro foi a Rússia, que importou 36,8 mil toneladas – 5% a mais que o mês de setembro. O faturamento com as exportações para o mercado russo somou US$ 159,6 milhões – 4% a mais que setembro de 2014 e 55% mais que outubro de 2013. A Venezuela também voltou a figurar entre os principais compradores, com 16,9 mil toneladas importadas e faturamento de US$ 88,5 milhões.
Acumulado do ano
No acumulado de 2014, a indústria de carne bovina brasileira vem mantendo o ritmo de crescimento e registra alta de 9,56% em faturamento com vendas externas e 5,13% em volume exportado entre janeiro e outubro, comparado com o mesmo período do ano passado. Esse ano, o país já exportou 1,307 milhão de toneladas ante 1,243 milhão em 2013. As vendas em 2014 alcançaram US$ 6 bilhões contra US$ 5,4 bilhões registrados no ano anterior.
Os principais mercados para a carne bovina brasileira continuam sendo Hong Kong e Rússia. O volume exportado para Hong Kong ultrapassa 326 mil toneladas, um crescimento de 6,59%, e o faturamento com as vendas para este mercado atinge mais de US$ 1,38 bilhão, com aumento de 13,79%.
Já as vendas para a Rússia acumulam altas de 9%, com o envio de mais de 290 mil toneladas, e faturamento de US$ 1,2 bilhão, crescimento de 16,57%.
– Nossos principais mercados estão mantendo um ritmo crescente nas exportações em 2014, o que nos faz contabilizar resultados positivos no acumulado no ano – afirma o presidente da Abiec Antônio Jorge Camardelli.
Nas exportações de outubro, a carne in natura foi a categoria de produtos brasileiros mais enviada para os mercados externos, atingindo um faturamento de US$ 565,6 milhões. No acumulado do ano, a carne in natura já acumula um faturamento de US$ 4,8 bi, equivalente a um crescimento de 11,66% na comparação com o mesmo período do ano passado.
China encerra embargo à carne bovina brasileira
Após reunião
técnica neste sábado, dia 15, o ministro da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Neri Geller, confirmou ao Canal Rural o fim do embargo da
China à carne bovina brasileira. Esse imbróglio existia desde dezembro
2012.
Geller
viajou ao país asiático para resolver essa pendência e falou sobre o
assunto na edição da última sexta, dia 14, de Mercado & Cia, exibido
pelo Canal Rural. O agronegócio brasileiro conquista um mercado
promissor para a compra de carnes. Para a China, ficou acordado que a
carne poderá entrar por Pequim, processo que antes era feito via Hong
Kong e que onerava o custo de produção de 25% a 30%.
– Temos possibilidade de exportar no ano que vem cerca de US$ 400 a US$ 500 milhões em carne bovina para a China, o que significa que a produção deve avançar no mercado brasileiro – salientou Neri Geller em entrevista ao programa Mercado & Cia na sexta, dia 14.
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, considera um "presente de natal" a notícia. Ele parabenizou a equipe do Ministério da Agricultura pela conquista e já projeta futuros negócios com a China.
– A China tem uma especificidade que ela consome todos os tipos de cortes de carne. A China vai aumentar gradativamente o seu consumo e já estamos voltando a enteder esse mercado. Estamos prontos para trabalhar. Foi uma grande conquista – reforça Camardelli.
O dirigente também lembrou que, nos últimos meses, o Brasil conseguiu abrir novos mercados no Egito, Irã e Arábia Saudita. Agora, segundo ele, o objetivo é traçar meta para buscar novos mercados.
– Temos possibilidade de exportar no ano que vem cerca de US$ 400 a US$ 500 milhões em carne bovina para a China, o que significa que a produção deve avançar no mercado brasileiro – salientou Neri Geller em entrevista ao programa Mercado & Cia na sexta, dia 14.
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Antonio Jorge Camardelli, considera um "presente de natal" a notícia. Ele parabenizou a equipe do Ministério da Agricultura pela conquista e já projeta futuros negócios com a China.
– A China tem uma especificidade que ela consome todos os tipos de cortes de carne. A China vai aumentar gradativamente o seu consumo e já estamos voltando a enteder esse mercado. Estamos prontos para trabalhar. Foi uma grande conquista – reforça Camardelli.
O dirigente também lembrou que, nos últimos meses, o Brasil conseguiu abrir novos mercados no Egito, Irã e Arábia Saudita. Agora, segundo ele, o objetivo é traçar meta para buscar novos mercados.
Temos possibilidade de exportar no ano que vem cerca de US$ 400 a US$ 500 milhões em carne bovina para a China, o que significa que a produção deve avançar no mercado brasileiroNeri Geller, em entrevista ao programa Mercado & Cia na sexta, dia 14.
domingo, 9 de novembro de 2014
Bruno Grubisich, de Camapuã, viu no déficit de touros para reposição uma oportunidade de empreender no mercado de embriões
Atento à falta de animais prontos para o abate e à demanda aquecida
pela carne bovina nos mercados interno e externo, o produtor rural de
Camapuã (MS), Bruno Grubisich, passou a replicar o rebanho utilizando-se
de biotecnologia.
Por meio da técnica conhecida como Fertilização in Vitro (FIV), que
consiste na fertilização de óvulos em laboratório, com sêmen
selecionado, o plantel é replicado e o produtor se torna pioneiro no
mercado de embriões que serão destinados à pecuária de corte, com
garantia de qualidade.
Segundo o produtor rural, também diretor presidente da empresa
Verdana Agropecuária, a FIV, antes utilizada apenas para multiplicação
de genética de gado de elite, apresenta-se como alternativa eficaz para
multiplicação de animais melhoradores a campo, sejam matrizes ou touros
reprodutores.
– Ao identificarmos as linhagens e famílias mais produtivas,
conseguimos multiplicá-las com maior agilidade e precisão através do uso
de ferramentas biotecnológicas – diz Grubisich.
O produtor afirma que a Inseminação Artificial em Tempo Fixo é uma
realidade inquestionável neste processo de melhoramento e seleção, mas o
uso da FIV traz ao sistema produtivo um salto de evolução ainda maior.
– Podemos aumentar a pressão de seleção formando um time de doadoras
de alto valor genético e lançar mão de doses de sêmen de touros líderes
genéticos que seriam caros demais para serem utilizados numa inseminação
artificial, já que uma única dose, no processo da FIV, fertiliza um
número grande de óvulos, diluindo o custo da mesma – enfatiza Grubisich.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões
(SBTE), o Brasil é líder no ramo com produção anual de aproximadamente
600 mil embriões por ano e exportações para países de primeiro mundo. A
técnica é desenvolvida há cinco anos por Bruno em Camapuã, onde neste
período três mil embriões foram produzidos e inseridos em cerca de 1,5
mil vacas.
Com bases nessas informações e com a finalidade de diminuir o déficit
de touros para reposição, o produtor rural resolveu inovar e empreender
no mercado de embriões, passando a comercializar matrizes já prenhas
por meio da técnica FIV. Para a primeira experiência comercial de
embriões voltados para pecuária de corte, Grubisich e sua equipe
enxertou 150 matrizes nelore Pura de Origem, com embriões de alto padrão
genético e as comercilizará virtualmente no dia 25 de novembro.
Quanto ao custo da FIV, Grubisich aponta vantagens se comparada à
técnica de inseminação artificial. Ele afirma que o custo compensa e é
proporcional à produtividade e explica que, geralmente, são necessárias
duas tentativas e meia para conseguir uma prenhez por inseminação
artificial.
Cada dose de sêmen chega a custar R$ 40,00 e cada protocolo em torno
de R$ 20,00, além do custo de mão de obra em torno de R$ 10,00 por
animal inseminado. Para se conseguir uma prenhez por inseminação
artificial em tempo fixo, o investimento pode chegar a R$ 175,00. Já na
FIV o produtor terá apenas o custo do protocolo, do sêmen (lembrando que
uma única dose fertiliza um número grande de óvulos) e da prenhez
quando confirmada e sexada, já que a empresa responsável pela FIV só
recebe mediante o sucesso da operação.
– Na Verdana trabalhamos com um custo por prenhez FIV de R$ 300,00. A
diferença de menos de uma arroba entre uma técnica e outra é
extremamente compensador se levarmos em conta o valor genético dos
indivíduos colhidos – finaliza.
Brasil e Arábia Saudita estão perto de reativar comércio de carne bovina
Autoridades árabes aceitaram justificativas técnicas repassadas pelo Mapa, sobretudo no quesito rastreabilidade
A suspensão definitiva do embargo imposto pelo país árabe à carne
bovina brasileira só depende agora de visita do corpo técnico daquele
país ao Brasil, já agendada para o final deste mês, e posterior
assinatura de decreto pelo rei Abdallah.
O sinal positivo foi dado neste domingo, dia 10, ao ministro da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, por seu colega de
pasta da Arábia Saudita, ministro Fahd bin Abdulrahman Balghunaim, e
pelo CEO da Saudi Food and Drug Authority (FDA), Mohammed bin
Abdulrahman Al Mishal, autoridade máxima do país para importação de
produtos agropecuários. O entendimento vai derrubar um embargo de mais
de dois anos, motivado pelo caso atípico de Encefalopatia Espongiforme
Bovina (EEB) registrado no Brasil em dezembro de 2012.
Para o ministro Neri Geller, a reabertura deste mercado é um avanço
no esforço do governo brasileiro de restabelecer o comércio entre os
dois países.
– A recuperação deste mercado fortalece ainda mais a posição do país
como uma referência no atendimento à crescente demanda mundial por
alimentos e reforça a confiança do mercado internacional na robustez do
nosso sistema de vigilância sanitária animal – enfatiza Geller, o
primeiro ministro da pasta a cumprir uma agenda oficial na Arábia
Saudita.
A decisão Saudita é vista como estratégica para a produção de carnes
do Brasil, tanto pelo volume que pode acrescer às vendas do setor quanto
pela possibilidade de abertura imediata de outros mercados do Golfo
Pérsico como Kuaite, Bahein, Omã, Emirados Árabes Unidos e Catar,
ampliando a pauta atual. Em 2012, antes do embargo, o Brasil exportou
cerca de US$ 200 milhões (mais de 33 mil toneladas) em carne bovina para
a região do Golfo.
De janeiro a outubro deste ano, as vendas do agronegócio do Brasil
para o país árabe registram um volume de U$$ 1,75 bilhão, com destaque
para a carne de frango, com negociações em torno de US$ 1,04 bilhão – o
mercado brasileiro é a origem de 75% das importações de frango da Arábia
Saudita.
A delegação liderada pelo ministro Neri Geller é composta também pelo
secretário de Relações internacionais do Mapa, Marcelo Junqueira, pelo
diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal
(Dipoa), Leandro Feijó, técnicos do ministério e representantes de
entidades do setor, com o Associação Brasileira da Indústria de
Exportação de Carnes (Abiec) e Associação Brasileira de Proteína Animal
(ABPA). Depois da Arábia Saudita, a missão segue para a China e Malásia.
domingo, 2 de novembro de 2014
Maciez do Nelore
"A carne do Nelore tem maciez. Mas ela ainda não é
generalizada e produzida em larga escala como no Angus. E comparações do
tipo não são aconselháveis". Raysildo Lôbo, ANCP.
Carolina Rodrigues
Carolina Rodrigues
A qualidade de carne de animais da raça Nelore foi dos pontos
debatidos nos painéis do seminário da Associação Nacional de Criadores e
Pesquisadores (ANCP), no mês de abril, em Ribeirão Preto São Paulo. A
entidade foi criada a partir de um núcleo de pesquisas da USP de
Ribeirão Preto e tem hoje um dos sistemas de avaliação mais difundidos
do Brasil. O Programa de Melhoramento Genético da Raça Nelore (PMGRN),
hoje Nelore Brasil, surgiu em 1988 a partir da colaboração dos criadores
Cláudio Sabino Carvalho e Newton Camargo de Araújo em disponibilizar os
dados de seus animais para os pesquisadores da entidade. O programas
foi um dos primeiros a utilizar o perímetro escrotal como critério para
seleção na raça Nelore, com realização de mensurações mensais da desmama
aos 550 dias de idade.
Mercado do boi gordo segue com pressão de alta
Referência em São Paulo subiu para R$ 136 por arroba, à vista
O mercado do boi gordo iniciou a semana com pressão de alta
e poucas negociações. Com a oferta restrita de animais e a dificuldade
na aquisição de grandes lotes, alguns frigoríficos iniciaram a segunda,
dia 27, ofertando valores maiores pela arroba.
De acordo com a
Scot Consultoria, parte das indústrias ainda aguarda melhor
posicionamento do mercado para entrar nas compras. Em São Paulo a
referência subiu para R$ 136 por arroba, à vista.
As escalas no
Estado oscilam ao redor de quatro dias e vêm acompanhadas de falhas. As
programações mais longas são dos frigoríficos que trabalham com bois a
termo e parcerias.
País
O cenário é de
pouca oferta e preços em alta em todo o país, o que levou à valorização
na referência em 14 praças. O preço da carne com osso segue estável em
R$8,02/kg.
A expectativa em curto prazo é de que os estoques baixos continuem sustentando os atuais patamares.
Brasil vence campeonato mundial de montaria em touros
Silvano Alves, de Pilar do Sul (SP), é o novo campeão da Professional Bull Riders, da PBR
O peão Silvano Alves, de Pilar do Sul, no interior de São Paulo, é o
novo campeão mundial de montaria em touros. Ele venceu o campeonato
mundial da PBR, a Professional Bull Riders.
A final aconteceu neste domingo, dia 26, em Las Vegas, nos Estados
Unidos. O peão parou os oito segundos no touro Asteroid, um dos mais
importantes animais da história do esporte, e garantiu nota de 87,25
pontos.
Silvano tem 26 anos e já conquistou o mundial outras duas vezes, em 2011 e 2012.
Precocidade Sexual
"Não se faz cruzamento sem uma vaca com boa
habilidade materna e precocidade sexual. Muitos criadores acreditam que
precocidade sexual é emprenhar novilhas com 14 ou 15 meses, mas se trata
de manter as fêmeas ciclando aos 16,17,18 meses de tal forma, que
quando você abrir a estação de monta 90% delas empenhem no máximo de 21 a
25 dias de trabalho", José Bento Stermann Ferraz, FZEA-USP
Carolina Rodrigues
Carolina Rodrigues
José Bento Sterman Ferraz é geneticista com ênfase em genética
quantitativa, atuando principalmente nos seguintes temas: Nelore,
parâmetros genéticos, bovinos de corte e marcadores moleculares. Também é
mestre e doutor em genética pela Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto - USP, com pós-doutorado na Universidade de Nebraska (EUA), e
professor titular de Genética e Melhoramento Animal da USP.
domingo, 26 de outubro de 2014
Calor e tempo seco influenciam bem-estar animal
Com pastos mais secos, rebanho consome menos alimento e engorda pouco
As altas temperaturas impactam no bem-estar animal. No quadro Dr.
Pecuária desta quarta, dia 22, saiba as consequências da seca e do calor
nas criações. Segundo o médico veterinário José Bráulio Florentino
Júnior, a temperatura elevada e a falta de chuva prejudicam as
pastagens, afetando a dinâmica de engorda do gado.
Ele explica que, com os pastos mais secos, o rebanho come menos e
engorda pouco. Mesmo adaptados ao sol forte, o gado diminui o consumo
alimentar, o que provoca reduções na produtividade de leite e de carne.
– O calor afeta o metabolismo dos animais, que deixam de ingerir a
quantidade ideal de alimento para consumir mais líquido, uma defesa
natural do organismo – diz.
Florentino explica que os animais devem ser mantidos na sombra, com bastante oferta de água e alimentação.
Confinamento a pasto é alternativa para ganho de peso diante da estiagem
Quadro mostra uma solução para manter o ritmo de desempenho dos animais fora do confinamento tradicional
A estiagem deste ano foi além do esperado e as chuvas ainda estão
longe do ideal para o período. Mas algumas alternativas podem ser
adotadas para manter o ritmo de ganho de peso no confinamento, quando as
chuvas chegarem com intensidade suficiente para a manutenção das
pastagens. Conheça o confinamento a pasto, no quadro Rebanho Gordo desta semana.
Pela aparência, não parece que as novilhas, fruto de cruzamento de
animais nelore com rubia galega, estão confinadas. Com idades entre 14 e
15 meses, o lote com 80 cabeças tem ganho de peso de aproximadamente
1,5 Kg por dia. Aos 18 meses, todas serão abatidas.
A
opção por essa estratégia, que o técnico em agropecuária João Henrique
Orfanelli chama de confinamento a pasto, foi a solução encontrada pela
fazenda Gamada, do município de Nova Canaã do Norte, em Mato Grosso,
para manter o ritmo de desempenho dos animais sem precisar colocar o gado no confinamento tradicional, durante o período de chuvas. Ainda teve economia em estrutura.
– Sai mais barato e a propriedade não precisa ter toda aquela
estrutura para engordar o boi no cocho. O investimento que você não fez
com estrutura de cocho, produção de volumoso, você tem essa alternativa
de suplementação – explica Orfanelli.
A proposta é simples: o gado come ração e capim, ao mesmo tempo.
O acesso ao pasto e ao cocho é livre. O segredo para não haver
desperdício de nenhuma das duas fontes de alimentação é ter um controle
rigoroso do consumo dos animais, com tudo anotado e calculado. Todos os
dias, antes de servir o alimento, é feita a leitura de cocho. Nem muito,
nem pouco. A quantidade ideal de sobra de ração corresponde ao nível
chamado de leitura 1, com menos de um quilo de comida. Esse volume
significa que os animais estão comendo dentro do programado para o peso
deles e o suficiente para manter o ganho esperado por dia. No
confinamento a pasto, cada animal come, diariamente, em torno de 6 Kg de
ração.
– Inicia com 0,5% e vai elevando essa proporção do peso. Ai vai a 1%;
1,2%; 1,3%; 1,4% até o animal se limitar no cocho. Aí que vem a
importância da leitura de cocho – ensina o técnico.
Na fazenda Gamada, o confinamento a pasto serve de apoio para o
confinamento tradicional, que tem capacidade reduzida, apenas para 500
animais. A propriedade tem parceria com uma rede de supermercados e
precisa manter a cota mensal de abates, mesmo no tempo da chuva. Para
evitar perdas de alimento e também reduzir problemas de casco, a solução
foi investir na cobertura dos cochos e o retorno foi maior que o
esperado.
Antes de cobrir toda a linha de cocho, foi feito um experimento para
saber se a sombra faria diferença no desempenho dos animais. Separou um
grupo de garrotes nelore contemporâneos em dois lotes, deixando um na
parte coberta e o outro na parte descoberta. O resultado, depois de três
meses com o gado recebendo o mesmo tipo de alimentação, foi um ganho de
peso em 100 gramas a mais por dia por animal que estava sob a
cobertura.
Essa diferença de ganho de peso, segundo o tecnólogo em Zootecnia Cleber Teixeira Lima, se deve ao conforto térmico que os animais têm enquanto se alimentam. O telhado se estende por dois metros para dentro do curral e cobre todo o pé de cocho.
– O desperdício é zero, além de fornecer ao animal uma condição de
conforto em relação ao cocho, mesmo no tempo não chuvoso, o que permite
ao animal se alimentar na sombra – esclarece Lima.
Aumento dos custos anula ganho do produtor com alta na cotação do boi gordo em Mato Grosso do Sul
Segundo a Famaul, valor da arroba subiu 15,6% desde janeiro enquanto as despesas evoluíram 15,4%
A cotação da arroba do boi gordo passou de R$ 106,50 em
janeiro deste ano, em média, para R$ 123,10 em setembro em Mato Grosso
do Sul, avanço de 15,6% em nove meses. No entanto, o ganho do pecuarista
foi anulado pela alta nos custos de produção.
Segundo dados do
Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), apurados pelo
Departamento de Economia da Federação da Agricultura e Pecuária de MS
(Famasul), mostram que no mesmo período o desembolso com a produção
pecuária, no sistema de recria e engorda, subiu 15,4%.
Para a
gestora do Departamento Econômico da Famasul, Adriana Mascarenhas, o
aumento do Custo Operacional Efetivo (COE), indicador do Cepea que mede
os gastos do segmento, está relacionado, entre outros fatores, ao
aumento no valor do bezerro.
– O preço do bovino de reposição
teve média de R$ 1.052 a cabeça no mês de setembro, 21,7% a mais que no
início do ano, com isso, os gastos com insumos de reprodução, ou seja,
sêmem, produtos para inseminação artificial e controle de cio, entre
outros, foram os que mais pesaram no bolso do produtor.
Segundo a economista, não há projeção de que o cenário se altere nos próximos meses.
Para
o diretor secretário da Famasul, Ruy Fachini, a única alternativa para o
produtor sul-mato-grossense aproveitar o bom momento da pecuária, em
que os preços do boi gordo apresentam recordes históricos, é não
descuidar da gestão financeira da propriedade.
domingo, 19 de outubro de 2014
Oferta curta mantém tendência de alta no mercado do boi gordo
Em São Paulo valor da arroba chega a R$ 133,50 à vista
A oferta curta tem mantido a tendência de alta no mercado do boi gordo.
Em São Paulo houve aumento de R$ 0,50/@ para a referência do animal
terminado, atualmente em R$133,50/@, à vista, alta de 3,9% em 30 dias.
Existem negócios, não raros, em valores maiores que a referência.
As
programações relativamente tranquilas são de frigoríficos que possuem
animais a termo. Empresas que dependem das compras de balcão têm
dificuldade em alongar as escalas, que atendem, em média, a três dias.
Na
região Sul ainda há volume de animais de pastagens de inverno, o que
mantém o mercado mais calmo. No mercado atacadista de carne com osso
existe dificuldade em repassar as valorizações da matéria prima devido
ao consumo fraco. Os preços se mantêm.
Pecuaristas são fisgados por notícias sobre tecnologia
A partir de abril de 2015, a Guia de Trânsito Animal Eletrônica
(e-GTA) será obrigatória para o transporte interestadual de animais
vivos, ovos férteis e outros materiais de multiplicação animal. A e-GTA
passa a ser obrigatória também para o transporte inter e intraestadual
de animais vivos destinados ao abate em estabelecimentos sob o Serviço
de Inspeção Federal (SIF). Leia mais
Um software desenvolvido pelo Departamento de Zootecnia da Esalq/USP,
chamado de RLM Leite, mostra ao pecuarista dados precisos para os
componentes da dieta dos animais. O programa detalha para o produtor de
leite dados sobre o animal e o ambiente onde vive. Também é possível ver
detalhes como temperatura, topografia e a distância entre o piquete e a
ordenha. Depois disso, são colocados os preços de cada alimento que
pode fazer parte da dieta. No Brasil, cerca de 70 produtores já utilizam
o programa. Leia mais
Com a crise no setor sucroenergético, os produtores do interior de
São Paulo estão migrando para a pecuária. Com ração mais em conta e
preços da arroba lá em cima, o negócio tem mudado as paisagens da região
de Piracicaba. Leia mais
Os animais da raça Caracu têm uma grande contribuição no
desenvolvimento da pecuária nacional. Trazida pelos portugueses em 1534 e
famosa por suportar clima quente, alimentação escassa e doenças, a raça
ajudou a desbravar os rincões do Brasil. Leia mais
Os campeonatos do 35° Potro do Futuro e 8ª Copa dos Campeões da Raça
Quarto de Milha, de Trabalho e Conformação, serão disputados por
aproximadamente 1,2 mil cavaleiros e amazonas, montados em 1.880
animais, de 13 a 19 de outubro, nas três arenas do Parque de Exposições
Fernando Cruz Pimentel, em Avaré, no interior de São Paulo.
Arroba sobe 16% em 12 meses
Os preços da arroba do boi gordo, medidos pelo Indicador Esalq
BM&FBovespa, registraram aumento de 16,4%, descontada a inflação,
entre setembro de 2013 e setembro de 2014, quando passaram de R$ 113,00
para R$ 131,60. No acumulado do ano, a alta da arroba é de 9,91%.
Segundo análise da Superintendência Técnica da Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o aumento do preço da arroba do
boi gordo em 2014 é resultado da recuperação da pecuária, iniciada no
ano passado, após um cenário de baixa cotação dos animais em 2011 e
2012.
A crise no setor comprometeu novos investimentos e provocou o aumento
do abate de matrizes, na tentativa de minimizar os efeitos da falta de
renda dos pecuaristas.
Como consequência, houve restrição de oferta de animais para abate e
valorização dos bezerros para a reposição de rebanho. Este fator,
juntamente com a seca prolongada, contribuiu para a alta da arroba e dos
preços da carne bovina neste ano.
“É preciso levar em consideração que os preços atuais do boi gordo
sucedem um longo período de baixa. Mas os baixos preços do boi gordo em
2011 e 2012 contribuíram para reduzir a inflação no período, pois a
carne subiu menos que o IPCA, beneficiando os consumidores”, diz a nota
técnica da CNA. Especificamente nestes dois anos, a arroba caiu 3% e
5,36%, respectivamente, enquanto os custos subiram 8,15% e 2,85%.
No entanto, a nota ressalta que este aumento é pontual. Na sua
avaliação, para que os preços fiquem estáveis e haja equilíbrio entre
oferta e demanda, são necessários novos investimentos em tecnologia para
aumentar a produtividade, o que não tem sido possível nos últimos anos,
pois a renda do setor subiu abaixo dos custos.
Em uma década, enquanto a arroba do boi subiu 101,17%, o Custo
Operacional Efetivo (COE), que engloba as despesas do produtor com o dia
a dia da atividade, teve elevação de 162%. No ano de 2014, o COE, teve
variação de 13,15%.
Fonte:
CNA
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
Integração lavoura-pecuária ajuda a eliminar o capim annoni das pastagens
Além de ser uma planta fibrosa com poucos nutrientes, o annoni pode machucar a boca do animal e atrapalhar a engorda
O capim annoni é uma das pragas mais conhecidas pelos pecuaristas do
Rio Grande do Sul e já causou prejuízo em muitas fazendas. Mas algumas
técnicas de controle têm se mostrado eficiente no combate à planta.Na
região da Campanha gaúcha, municípios brasileiros que fazem fronteira
com o Uruguai, para todos os lados que se olha têm, no mínimo, há um
pasto tomado pelo capim annoni.
O annoni não se importa com os tipos de solo e nem mesmo com o frio
intenso do Rio Grande do Sul. Em pleno inverno gaúcho, os brotos estavam
cheios de vigor. O capim que foi trazido da África na década de 1950
como uma alternativa forrageira se mostrou uma praga indomável.
– Ele se adapta a qualquer tipo de solo. Ele tem um pouco mais de
dificuldade onde é mais úmido, com drenagem mais deficiente, tanto é que
ele vegeta até no asfalto, na beira de estrada, com bastante pisoteio.
Por ser uma espécie que evolui no solo com baixa fertilidade, o annoni
encontra ambiente favorável em todo tipo de solo – explica o pesquisador
da Embrapa Pecuária Sul Naylor Peres.
No asfalto, as mudas vão se multiplicando como se estivessem em terra
fora. O produtor rural do município de Dom Pedrito José Armando
Nogueira sabe muito bem a força que tem o capim annoni.
– Se puser fogo, rebrota. Se cortar, vem com mais força. Se cair uma semente no cimento do galpão, ela nasce – resume Nogueira.
De aparência inofensiva, de folha bem fininha, mas com uma raiz muito
forte. Segundo Naylor Peres, essas raízes profundas conseguem extrair
mais água e nutrientes do solo, o que afeta as outras plantas que estão
em volta. As sementes do annoni ficam por até 15 dias no trato digestivo
dos animais e são transportadas também pelos cascos e pelos bovinos.
Não existe um levantamento oficial sobre o tamanho do prejuízo causado,
mas estima-se que cerca de 500 mil hectares de pastos no Estado já foram
atingidos, em maior ou menos proporção.
– As pesquisas realizadas até agora mostram que a partir de 35% a 40%
ele já traz prejuízo para o animal. O animal acaba enfrentando mais
dificuldade e perde tempo em procurar outras espécies, e ele abandona o
pastejo seletivo e acaba consumindo o annoni – comenta Peres.
Em alguns meses do ano, dependendo da idade da planta ou a falta de
opção, o gado come o capim annoni. Além dele não ter um valor nutritivo
interessante, por ser muito fibroso, ele machuca a boca dos animais, o
que atrapalha a ingestão de outros alimentos.
–Partes das folhas, que são bem finas, acabam ficando entre os dentes
e traz gengivite e, muitas vezes, com a perda da dentição, o animal vai
perdendo a capacidade reprodutiva, no caso das vacas. Isso traz
prejuízo pelo baixo desempenho dos animais – alerta.
Naylor Peres faz parte de um grupo que se dedica às pesquisas sobre o
controle e a prevenção do annoni. E foi dessas pesquisas que surgiu um
aplicador seletivo de herbicida. Dentro da fazenda experimental da
Embrapa já é possível ver a diferença entre os piquetes tratados e os
que não sofreram nenhuma interferência. Outra opção é aliar o uso da
máquina com o cultivo de pastagens de boa qualidade para que o annoni
perca força.
– Com o passar do tempo, vão ocupando esses espaços e,
gradativamente, a gente vai poder deixar de culturas essas espécies
anuais e sempre com metas de adubação que permita ter um bom crescimento
das espécies. Também não dá para pensar só em controlar o annoni sem
dar condições para outras espécies se desenvolverem adequadamente –
afirma o especialista.
O produtor rural João Augusto Rubim conseguiu vencer o capim
invasor. Há 15 anos, quando comprou uma propriedade em Bagé, tudo era
tomado pelo annoni. Com a integração lavoura-pecuária conseguiu limpar
todas as áreas da fazenda.
– A produção de carne em cima do annoni é muito inferior, dá 80 a 90
kg por hectare. Com pastagem cultivada, dá 600 a 700 kg, então é decisão
de eliminar e colocar pastagem de qualidade – explica Rubim.
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