A constatação é da Comissão Nacional de Assuntos Fundiários da Confederação de Agricultura e
Pecuária do Brasil (CNA), que se reuniu na última quartafeira, (27/01), na sede da Federação da
Agricultura e Pecuária do Pará (FAEPA), em Belém, para discutir o problema das invasões de terras que
afetam as propriedades rurais brasileiras. Os integrantes da Comissão apresentaram um panorama
atualizado sobre as disputas de terras e também falaram sobre a necessidade de cobrar segurança
jurídica do Estado.
O presidente da FAEPA, Carlos Xavier, levou à Comissão suas principais reivindicações sobre os
conflitos por posse de terra no Estado. De acordo com a Federação, o cenário atual necessita de atenção,
pois mais de 600 ações possessórias tramitam nas varas agrárias do Estado do Pará, além do pedido de
Intervenção Federal que está no Supremo Tribunal Federal. “Isso preocupa, porque essas reintegrações
já deveriam ter acontecido. Nós conversamos com autoridades e constatamos que existem condições
técnicas, mas falta vontade política de realizálas”, revela o presidente.
Direito à propriedade A relação com a sociedade e os desafios que o produtor rural enfrenta diariamente
foram os pontos destacados pelo professor doutor em filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do
Sul (UFRGS) e consultor de análise política, Denis Rosenfield. Ele destacou a relação da agropecuária e
o direito à propriedade. Além disso, falou sobre a importância da instituição da propriedade privada para
a liberdade e para o desenvolvimento econômico do Brasil. “O direito à propriedade é central, não há uma
sociedade que tenha abolido esse direito que tenha tido sucesso. Os que eliminaram só tiveram como
resultado miséria e falência”, disse.
Rosenfield chamou atenção para o protagonismo das entidades empresariais que souberam apostar no
seu potencial administrativo público. Segundo o palestrante, é preciso haver um protagonismo público
bem definido para alimentar a sociedade. Ele criticou o papel das Organizações Não Governamentais
(ONGs) que são financiadas por empresas privadas e entidades ligadas à União Europeia e que
defendem interesses setoriais de outros países aqui no Brasil.
Ainda no evento, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso
(FAMATO), Rui Prado, falou sobre a importância da reunião para esclarecer sobre os assuntos
relacionados à questão fundiária. Rui detalhou também as ações das associações de Mato Grosso, como
a Aprosoja, Acrimat e Ampa. “A FAMATO defende o direito à propriedade privada e às garantias dadas
por lei aos proprietários rurais. É importante discutirmos os caminhos que devemos tomar para garantir a
segurança jurídica no campo”, explicou. Com informações da CNA.
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