A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) acaba de adotar a tecnologia de sensoreamento remoto para
monitoramento, via satélite, das áreas agrícolas que vierem a receber financiamentos de qualquer um de seus 80
bancos associados.
A entidade firmou contrato nesta quintafeira, 22, com o Instituto Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável
do Agronegócio (IBDAgro), que prestará os serviços de sensoriamento, possibilitando aos associados da ABBC
maior agilidade e segurança na condução de suas operações de crédito envolvendo propriedades rurais e
também urbanas.
Segundo o presidente do IBDAgro, Ademiro Vian, o acordo permite à ABBC fornecer aos afiliados um contrato
padrão, abrangente e acessível. Esse contrato facilita aos bancos da ABBC cumprir a Resolução do Banco
Central (BC) relacionada à Política de Responsabilidade Socioambiental com custos operacionais.
O sensoriamento remoto com imagens de alta resolução obtidas por satélites permite, previamente à contratação
de operações de crédito e financiamento ou vinculação como garantia, verificar as condições efetivas dos
imóveis como instalações, infraestrutura, presença ou não de áreas críticas (como reservas legais, áreas de
preservação ambiental, matas ciliares etc.), assim como apurar danos decorrentes de queimadas, secas, geadas
e outros sinistros.
“Antes da contratação de operações de crédito e financiamento, os bancos têm de avaliar as condições do
empreendimento a ser financiado, ou das garantias apresentadas pelo tomador”, afirma Vian. “Mas a vistoria
presencial, que é a regra hoje em dia, é demorada e cara, enquanto o monitoramento via satélite pode ser feito
em questão de horas, com maior precisão e a um custo fixo interessante, independentemente da localização da
propriedade no país e também do seu tamanho”, completa.
Segundo a ABBC, a tecnologia oferecida pelo IBDAgro é uma importante ferramenta voltada para o atendimento
dos requisitos da Resolução 4.327/14 do BC, que fixa as regras e as condições para a implementação de uma
Política de Responsabilidade Socioambiental, uma vez que sua administração exige sistemas, rotinas e
procedimentos que possibilitem identificar, classificar, avaliar, monitorar, mitigar e controlar o risco socioambiental
nas atividades e operações das instituições, o que inclui registro de dados referentes às perdas efetivas em
função de danos socioambientais, bem como a avaliação prévia dos potenciais impactos negativos de novas
modalidades de produtos e serviços.
Em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, no dia 8 deste mês, em Brasília,
o diretor de organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural do BC, Sidnei Corrêa
Marques, destacou a importância da tecnologia do sensoriamento remoto nas áreas agrícolas que recebem
financiamento com subsídios do governo no combate a fraudes.
Ele previu, à época, que com a disponibilidade dessa tecnologia mais bancos, inclusive de médio e pequeno
portes, poderiam vir a conceder crédito agrícola, o que, em alguma medida, começa a se comprovar com a
adesão da tecnologia pelos 80 bancos da ABBC. Com informações do portal Estadão.
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