A perenização das pastagens tem sido um dos sérios problemas enfrentados pelos pecuaristas do Norte de
Minas Gerais. Para discutir o assunto e buscar soluções, será realizado, entre os dias 26 e 30 de setembro, o
Circuito sobre Pastagens para o Norte de Minas. O circuito visitará seis municípios. A iniciativa é da Empresa de
Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (EmaterMG) e do Grupo de Bovinocultura, formado por
256 produtores e técnicos do setor que se comunicam por uma rede social.
A primeira etapa acontece na cidade de Pirapora (26/09). As próximas serão realizadas nos municípios de São
Francisco (27/09), Januária (27/09), Janaúba (28/09), Salinas (29/09) e Montes Claros (30/09)
“O circuito surgiu do interesse de um grupo de pecuaristas e técnicos do Norte de Minas. Daí a sua importância
em atender às necessidades regionais. A pastagem é atualmente a grande dificuldade para a atividade de
bovinocultura na região. Ou se consegue produzir pastagem de qualidade no Norte de Minas ou a
sustentabilidade da bovinocultura nesta região estará seriamente comprometida”, diz o coordenador da EmaterMG,
José de Ávila.
Segundo ele, um levantamento feito pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais
(Faemg) aponta que, dos 26 milhões de hectares de pastagens existentes no Estado, 45,3 % estão altamente
degradadas. No Norte de Minas, dos 3 milhões de hectares de pastagens da região, 56% estão degradados.
Entre as causas para a degradação das pastagens estão a falta de adubação e a seca na região. “A pastagem
tem de ser vista como uma cultura que precisa de adubação. O que na maioria das vezes não acontece. Outro
fator é a falta de chuvas. Uma situação comum no Norte de Minas e que tem prejudicado ainda mais as
pastagens, com a morte do capim e perda da pastagem”, afirma José de Ávila.
No Brasil e no Norte de Minas, a pastagem é a principal fonte de alimentação do rebanho bovino. A redução da
oferta significa diminuição na produção de carne e leite. De acordo com Ávila, nos últimos anos, para evitar
maiores problemas como a morte de animais, muitos pecuaristas fizeram a transferência dos seus rebanhos para
outras regiões de Minas Gerais (Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba) e do Brasil (Goiás e Mato Grosso). “De cerca
de 3,6 milhões de cabeças que a região já teve, estimase numa saída de 50% do rebanho da região”, diz o
coordenador da EmaterMG.
Para José Ávila, a recuperação e perenização das pastagens no Norte de Minas é um trabalho de longo prazo.
Uma das alternativas sugeridas é a adubação. “De acordo com cada análise de solo, identificase que tipo de
correção precisa ser feita”, diz.
Outra medida sugerida é a adoção pelos pecuaristas do sistema Integração Lavoura e Pecuária (ILP). Nesse
caso é feito o plantio consorciado de sorgo e capim. O sorgo poderá ser utilizado para a produção de silagem
para servir de alimentação complementar para o gado no período de seca. O sistema ainda promove a
renovação e perenização da pastagem.
“No sistema ILP é feita toda a correção do solo e adubação exigida, de acordo com a análise de solo. O adubo
usado na lavoura também será utilizado na pastagem. É o que se chama de aproveitamento de adubação
residual da lavoura pela pastagem. Por sua vez, a pastagem irá fornecer a infiltração de água no solo e diminuir a
evaporação desta água. Isso vai produzir comida para os bovinos e ajudar na recuperação da pastagem”, diz o
coordenador. Com informações do Diário do Comércio.
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