domingo, 25 de setembro de 2016

Pecuaristas de MG querem pastagens perenes

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A perenização das pastagens tem sido um dos sérios problemas enfrentados pelos pecuaristas do Norte de Minas Gerais. Para discutir o assunto e buscar soluções, será realizado, entre os dias 26 e 30 de setembro, o Circuito sobre Pastagens para o Norte de Minas. O circuito visitará seis municípios. A iniciativa é da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater­MG) e do Grupo de Bovinocultura, formado por 256 produtores e técnicos do setor que se comunicam por uma rede social. A primeira etapa acontece na cidade de Pirapora (26/09). As próximas serão realizadas nos municípios de São Francisco (27/09), Januária (27/09), Janaúba (28/09), Salinas (29/09) e Montes Claros (30/09) “O circuito surgiu do interesse de um grupo de pecuaristas e técnicos do Norte de Minas. Daí a sua importância em atender às necessidades regionais. A pastagem é atualmente a grande dificuldade para a atividade de bovinocultura na região. Ou se consegue produzir pastagem de qualidade no Norte de Minas ou a sustentabilidade da bovinocultura nesta região estará seriamente comprometida”, diz o coordenador da EmaterMG, José de Ávila. Segundo ele, um levantamento feito pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg) aponta que, dos 26 milhões de hectares de pastagens existentes no Estado, 45,3 % estão altamente degradadas. No Norte de Minas, dos 3 milhões de hectares de pastagens da região, 56% estão degradados. Entre as causas para a degradação das pastagens estão a falta de adubação e a seca na região. “A pastagem tem de ser vista como uma cultura que precisa de adubação. O que na maioria das vezes não acontece. Outro fator é a falta de chuvas. Uma situação comum no Norte de Minas e que tem prejudicado ainda mais as pastagens, com a morte do capim e perda da pastagem”, afirma José de Ávila. No Brasil e no Norte de Minas, a pastagem é a principal fonte de alimentação do rebanho bovino. A redução da oferta significa diminuição na produção de carne e leite. De acordo com Ávila, nos últimos anos, para evitar maiores problemas como a morte de animais, muitos pecuaristas fizeram a transferência dos seus rebanhos para outras regiões de Minas Gerais (Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba) e do Brasil (Goiás e Mato Grosso). “De cerca de 3,6 milhões de cabeças que a região já teve, estima­se numa saída de 50% do rebanho da região”, diz o coordenador da Emater­MG. Para José Ávila, a recuperação e perenização das pastagens no Norte de Minas é um trabalho de longo prazo. Uma das alternativas sugeridas é a adubação. “De acordo com cada análise de solo, identifica­se que tipo de correção precisa ser feita”, diz. Outra medida sugerida é a adoção pelos pecuaristas do sistema Integração Lavoura e Pecuária (ILP). Nesse caso é feito o plantio consorciado de sorgo e capim. O sorgo poderá ser utilizado para a produção de silagem para servir de alimentação complementar para o gado no período de seca. O sistema ainda promove a renovação e perenização da pastagem. “No sistema ILP é feita toda a correção do solo e adubação exigida, de acordo com a análise de solo. O adubo usado na lavoura também será utilizado na pastagem. É o que se chama de aproveitamento de adubação residual da lavoura pela pastagem. Por sua vez, a pastagem irá fornecer a infiltração de água no solo e diminuir a evaporação desta água. Isso vai produzir comida para os bovinos e ajudar na recuperação da pastagem”, diz o coordenador. Com informações do Diário do Comércio.

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